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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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Plural dos sentidos

Um dia, numa aula, a nossa professora

ensinou-nos que o vento é uma simples massa de ar

e eu acreditei, se a professora o diz...

Mas não compreeendi e pus-me a cogitar

De volta para a aldeia, onde ninguém estudou,

resolvi perguntar.

 

E diz o Zé Moleiro:- O vento é pó de trigo.

São velas a rodar. O vento é um amigo.

 

O Luís Pescador gritou sem se conter:

- O vento faz as ondas e fez meu pai morrer!

O vento é assassino. O vento faz doer.

 

- Nem sempre - lembrei eu. Levanta os papagaios

e fá-los ser estrelas num céu azul de sol.

 

E gemeu a velhinha, num canto do portal:

- O vento é dor nos ossos...

 

- É roupa no varal sequinha num instante

- afirmou a minha mãe

correndo atarefada, entre a casa e o quintal.

 

Mas logo replicou o velho jardineiro:

- O vento meus amigos, destruiu-me as roseiras

e fez cair as flores das minhas trepadeiras.

O vento é muito mau.

 

E o poeta sorriu.

- o vento é beleza. As searas são o mar,

só o vento as faz mover no campo a ondular.

 

Então sentei-me à mesa e estudei a lição.

Já sei o que é o vento:

É dor, é medo, é pão.

É beleza e canção.

É a morte no mar.

E, por trás disso tudo,

é uma massa de ar.

 

E eu disse cá para mim que a minha professora

com tudo o que estudou

não me soube ensinar porque nunca escutou.

 

 

(Autor desconhecido)

 

Com as saudações poéticas, Benilde.