Haja Deus !
Não sei o que dizer, não sei o que pensar, não sei o que fazer. O que sei é que estou confuso. Quem me fez esta confusão foi a justiça portuguesa, um tribunal português e um coletivo de juízes portugueses. E provocaram-me esta confusão com uma decisão que tomaram. A decisão foi tornada pública hoje, 16 de julho de 2011. Eu pensava (e ainda penso) que quando um funcionário, no exercício das suas funções, tece em voz alta, considerações desagradáveis e insultuosas para com um seu superior hierárquico, sofria as necessárias sanções disciplinares. Se esse era um funcionário duma qualquer empresa privada, a sua sorte estava traçada e o olho da rua era o seu destino. Se esse era um funcionário público, das duas uma: ou o seu superior hierárquico direto assobiava para o lado, fingindo que não ouvia e sorrindo para o teto ou tomava as medidas que lhe pareciam mais adequadas a um funcionário público, técnico superior de educação e diretor de um serviço supostamente respeitado e respeitável. Agora, ver a justiça portuguesa punir o Estado por despedir um funcionário que, em comissão de serviço, insultou o Primeiro Ministro, é de bradar aos céus. Mas há mais. Com que moral vai o professor em causa retomar a sua atividade docente, seja em que disciplina ou área for, depois de profeir o que proferiu, publica e audivelmente, num organismo que, representando o Estado, tutela os funcionários que exercem as suas funcões para o Ministério da Educação? Isto só visto. Isto só no meu país. Quo vadis Portugal?