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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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Como vejo o Natal

Se eu disser que não gosto do Natal pode passar em algumas cabeças um certo fru ru ru apelidando-me de um descontextualizado numa altura em que os poderes políticos engodam o povo com luzinhas natalícias e não só. E então as megalomanias centralizadas nesta quadra estão aí na ordem do dia: o maior presépio da Europa – Priscos (Braga); a mais alta árvore de natal do país; a cidade mais iluminada com não sei quantas mil luzes; e também em Braga o maior bolo rei com 60 metros!...

Voltando agora ao reverso da medalha, que Natal é que gostaria de ter. Desde logo, um Natal para os pobres, dos desempregados e sobretudo para as crianças. Para adultos com vida mais ou menos estabilizada não há nada p´ra ninguém se as condições económicas não forem muito desfavoraveis. Quanto às tradições o fiel amigo, há que respeitar. Natal devia ser todos os dias , momentos de paz de reconciliação;  os comerciantes também o auguram por outros motivos, não quero com isto dizer que as duas situações não se possam conjugar..

Também enviei algumas msg a alguns amigos do tempo estudantil, da tropa ou da área de trabalho, que esporadicamente, ou melhor, raramente encontro. Mas enviadas no sentido de saber se esses amigalhaços está tudo de bem com eles.

 

 

 Ant. Gonç.

Olhar o Porto - CLXXIX(Eleição à Porto)

A vitória do candidato Rui Moreira à CMPorto foi uma lição  para os partidos políticos. Veio-me à memória o retumbante apoio das massas populares do Porto ao candidato da oposição, Humberto Delgado em 1958. Pessoalmente encheu-me de contentamento embora não seja votante na cidade.

O povo do Porto mostrou que não vai em conversa fiada daqueles que pensam no voto dos eleitores como um ganho fácil, manuseado com malabarismos. O que se passou nesta cidade e também em Lisboa foi uma advertência para os gananciosos do poder no qual pretendem manter-se a todo o custo. O segundo maior partido que mandou para a ribalta uma figura não ganhadora, pois era esta a percepção até de muitos pares não se pode queixar do resultado, lamentando-se que perdeu não sei quantos mil votos. Mas se Manuel Pizarro não ganhou, teve agora uma atitude de responsabilidade que é de louvar ao englobar o governo da CMP. E perante isto é lamentável a actuação da concelhia que numa ânsia de poder partidário não concordou com a atitude do seu candidato, com o fim em vista de poder ganhar a cidade daqui a quatro anos, ficando agora na oposição.

Triste fim terá este partido ou outros que sigam o mesmo pensamento se continuarem a pensar que os votos dos portuenses podem ser comandados por batuta partidária. Parece que o que sucedeu aqui no Porto nestas eleições não lhes serviu de lição.

 

 

   PS: Era interessante saber se  figuras de peso da cidade que estiveram na Alfândega a apoiar com toda a pompa o lançamento da candidatura do que foi super derrotado à CMP, se agora camaleónicamente apareceram na tomada de posse do novo presidente da câmara, Rui Moreira.

 

 

 

    Ant.Gonç. (antonio)

"O savoir faire" do Felisberto

Poder-se-á pensar que sou um saudosista fanático quando vou buscar atrás factos e coisas que a minha memória desenterra. É tudo uma questão de admiração e valorização do que de melhor foi feito pelos nossos antepassados e que agora, os do poder existente, não sabem preservar.

Já por aqui fui chato demais ao referir-me ao eirado que veio substituir os jardins da Avenida dos Aliados na Baixa do Porto. Agora quero trazer à liça Castelo de Paiva. Quando se fala nesta vila salta logo ao imaginário o jardim fronteiro à Câmara Municipal, à Igreja, aos cafés e a agências bancárias, centralizado pela estátua encimada num pedestal, do conde de C. de Paiva. É o centro cívico desta terra.

Passei por lá, andavam uns jardineiros a cuidar do jardim. E aqui veio-me à memória, anos sessenta do século passado, a performance desse jardim, e porquê? Jardineiro dessa época, vim agora a saber que de seu nome era Felisberto e que acumulava essas funções com a de coveiro. Pois aqui está a minha admiração por alguém que não teria mais do que a 4ª classe e que com sabedoria moldava em arbustos do citado jardim, figuras de animais, de aves de capoeira bem como cestinhos. Curvo-me perante esta gente que tinha gosto no que fazia.

E como está agora o jardim? Mais despido, com menos arbustos, mas continua verde, estando sempre ao sabor das tendências das edilidades camarárias que numa de mostrar serviço vão tirando aqui pondo acolá .

 

 

    (antonio)

Pela ruralidade - CXXXII(O Senhor dos Enfermos)

Desde que me conheço, com breve intervalo a quando da comissão de serviço militar em Angola, marquei presença na romaria com o nome supra citado, que se realiza no dia de Pentecostes em Macieira – Fornelos. Não sendo eu um entusiasta deste tipo de ajuntamento de povo, a minha presença tem mais a ver com um certo apego à terra que me viu nascer. Pode-se dizer que é a mais importante romaria laico religiosa que se realiza no concelho de Cinfães e com nomeada nos concelhos vizinhos. Estou pois habilitado a fazer uma radiografia desta festividade desde os meus tempos de menino de calção.

A fé, sobretudo dos romeiros rurais, vai sendo aguentada à tona da água com sermões vozeirados por padres escolhidos a dedo debitados pelos altifalantes a quando da “santa missa campal”. Parece que o que está a dar é  alimentar a fé do povo nem que seja com impacto de trombone demagógico.

Recuando ao tempo do salazarismo esta romaria tinha um cariz bastante tétrico, tal era o número de esfarrapados, pobres, estropiados, deficientes que andavam a estender a mão à caridade.  Naquela altura as reformas, pensões, RSI eram uma miragem. Actualmente essas miserabilizações  já não existem na festividade do senhor dos enfermos e as barracas de comes e bebes já não vendem vinho da pipa. No passado as cavalgaduras desciam da serra com os alforges prenhes de merendeiros, agora os quatro rodas vão-se acotovelando até chegar perto do arraial. E p´ro menino e p´ra menina os mais variados carrouceis dão um ar colorido à festança.

 

 

  (antonio)

Este 25 de Abril de 2013

Dei por mim a fazer contas de cabeça:

- A revolução do 25 de Abril foi há 39 anos, é muita fruta!...

- Dos capitães de Abril já poucos restam!...

- Metade da população do país já terá nascido após aquela data.

- O povo rejubilou com a revolução, mas passados estes anos está triste e dia a dia amedrontado com a espada da Troika.

- Luz ao fundo do túnel parece que ainda não se enxerga.

Bem, vamos às minhas memórias. Na escola onde trabalhava, uma colega de meia idade mas da velha guarda, querendo com isto dizer que era empenhada com os saberes dos alunos nem que fosse com alguma rigidez. Chegava à escola conduzida num Renault 4 L por um motorista da CMP, o marido era funcionário superior, ligado ao pelouro dos bairros camarários da cidade. Com a revolução do 25 de Abril de 1974 acabou-se essa mordomia à senhora professora enquanto que o marido era atormentado por gente abespinhada dos bairros  que tiveram um aliado de peso, o cantor de intervenção José Mário Branco que era ouvido nas rádios com uma canção inflamada contra o funcionário superior da CMP. O PREC teve destas coisas exageradas, não havia necessidade.

Quis nesta data referir-me a este casal com simpatia recordativa, já não estão cá.

 

 

 

Miniaturahttp://www.youtube.com/results?search_query=Jos%C3%A9+m%C3%A1rio+branco+-+bairros+camar%C3%A1rios&oq=jos&gs_l=youtube.1.0.35i39l2j0l8.1352.3479.0.8773.3.3.0.0.0.0.176.433.0j3.3.0...0.0...1ac.1.11.youtube.71KTW6IaRVs

 

 

(antonio)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pela ruralidade - CXXXI(O compasso)

A crónica dominical de Germano Silva no JN sobre a Páscoa de outros tempos no Porto focava tradições que se foram alterando desde a Idade Média. Espevitou-me para dar aqui alguma achega sobre esta quadra festiva.

Lá na terra das minhas raízes, como gosto de dizer, na Páscoa realiza-se o compasso que é sinalizado aqui e acolá por uns foguetórios de fulano ou beltrano que gostam de dar nas vistas. E no tempo dos torna viagens do Brasil era um ver se avias com vaidade à mistura.

Cinco jovens, eh lá três eram femininas! Um a fazer de padre, seria seminarista, penso, o da Cruz, uma da caldeirinha da água benta, a da saca e a da campainha. Pode-se dizer que era um compasso remoçado. E chegando aqui recordo no passado da minha idade de menino e moço, um compasso com madureza, onde havia padre a sério e pasme-se, um dos do compasso era o transportador de uma condessa para receber os ovos, pois que na altura os escudos eram parcos. Como os lugares da freguesia eram dispersos, era um dia de caminhadas, aqui e ali refrescadas por uns quartilhos de verdasco com umas fatias de pão-de-ló, nas casas dos mais abastados, que aceitavam sem regateio. Habituados que estavam a entornar, não davam parte de fracos, se bem que a meio da tarde já andavam com os olhos vidrados, faces rosadas e a falar pelos cotovelos!... E o senhor abade lá ia alinhando na contenda!

A Igreja tem-se aberto às mulheres se bem que a passo de caracol. Lembro que desse tempo de que falo, elas também não eram vistas nos funerais a caminho do cemitério. Na missa, era homens à frente e mulheres atrás e cabeça protegida e outras inferioridades a que a Igreja não foi parca. Mas afinal ainda só há sacerdotes, homens, bem como bispos e papas!...

 

 

  Ant.Gonç. (antonio)

Olhar o Porto - CLXIII(O Douro a engordar!...)

 

 

Eu gosto de ver o rio Douro gordo. Dito assim até pode parecer que sou insensível aos prejuízos que possam advir para os moradores e comerciantes das zonas ribeirinhas como na Ribeira do Porto, mas não.

No Egipto o Nilo era abençoado quando saía para fora do leito e inundava as terras que ficavam férteis, entre nós não é bem assim.

Após uma noite sempre a esgalhar e nos dias anteriores também foi um ver se avias a cair do céu, o Douro começou a engrossar. Hoje na parte de tarde já o Postigo do Carvão, no Cais da Estiva, estava inundado. É a única porta das muralhas Fernandinas que escapou ao odioso camartelo, passe a figura de estilo.

Andei hoje pela Praça da Ribeira, era como se fosse um estrangeiro entre tantos turistas de máquinas em punho a debitarem francês, espanhol, inglês e outras línguas que não identifiquei. Os comerciantes das tascas da zona (nome figurativo) ao verem o rio a 1 metro de saltar para a rua, estavam impacientes, até porque havia informações que mais água viria lá de cima da Régua.

Mas voltando ao início do post quero agora dizer que gosto de ver o Douro gordo pois que a sua obesidade arrasta toda a sujidade das margens, é uma purgação benéfica para o ambiente, assim penso, depois o imenso mar se encarregará de tudo triturar.

 

  PS: Na imagem o "Postigo do Carvão" com os pés molhados. Quando o Douro começa a engordar a água entra pelo "postigo" que fica a cota inferior ao cais da Ribeira. Era aqui a principal entrada para a cidade murada a partir do rio.

 

 

     Ant.Gonç. (antonio)

 

 

 

 

 

"A minha" magnólia

Os dias sucedem-se, mês após mês, ano após ano, é sempre assim e a mãe natureza vai acompanhando estes ciclos. Com algumas nuances fruto das alterações climáticas os corvos marinhos no passado não eram vistos por cá nas águas do Douro, agora são mais que muitos nesta quadra de inverno vindos do norte da Europa. Outras aves de arribação como as cegonhas já vão ficando todo o ano no baixo Vouga. E na terra das minhas raízes, corvos que não eram vistos quando eu andava nos bancos da escola, agora aparecem por lá. De outros animais ditos selvagens, os lobos, temidos por darem cabo do gado miúdo, agora nem vê-los, já os javardos que por lá não eram conhecidos, apenas dos livros escolares, andam a dar cabo das poucas culturas agrícolas que vão resistindo. Os agricultores sofrem de mãos atadas com as malfeitorias dos navalheiros,  protegidos por lei pois claro.

E a “minha” magnólia?!...

Antes de mais “minha” é quase como se fosse, porque me apropriei visionalmente desta charmosa árvore, (ver imagem). Nesta altura do ano, é das primeiras que florescem, quando me levanto e assumo à varanda do quarto, embriago-me, fico estático interiorizando aquela beleza colorida que me predispõe para um novo dia, absorvo pétala a pétala daquela majestosa contagiante magnólia como se fosse minha pertença. É uma calota florida prenhe de viço que não deixa indiferente o mais distraído transeunte que passa na rua debaixo da copa. A duração da sua floração é passageira, cerca de 15 dias, mas a sua visibilidade é arrebatadora.

Resta um agradecimento à natureza e à sra. dona Odete que a tem deixado livremente expandir-se, segundo me disse é quase cinquentenária.

 

  (antonio)

Olhar o Porto - CLX(R. Mousinho da Silveira)

Porto. Rua Mousinho da Silveira em obras. Máquinas em acção. Trincheiras  abertas para remodelação das infra estruturas e não só. Tubos e mais tubos subterrâneos descarnados ao léu!... Era e ainda é a revolução que urgia na citada rua onde debaixo corre o rio da Vila que foi encanado no século  XIX.

Mas qual a razão de estar aqui a referir-me às obras na Mousinho da Silveira, pois as adjacentes também já foram ou estão a ser intervencionadas. É que passei por lá na última quinta feira e vi que na trincheira tinham aparecido uns achados, digo eu, de obras antigas. Gente do ofício com medições p´ra aqui, medições p´ra li, eu sei lá, certamente gente ligada ao IGESGAR(esta mania de estarem sempre a mudar os nomes das instituições sempre que entra novo governo, não me cai no goto;tenho sido António desde que nasci, era caricato se me mudassem para Manel com o devido respeito pelos Manueis) .

Hoje voltei ao local do crime, força de expressão, para ver o desenvolvimento do que entendi serem paredes de antigas construções. Ora bolas, tudo já arrasado com as novas canalizações e caixas da rede de águas já em andamento. O dono da obra não deve gostar nada destas coisas que só acabam por empatar o serviço.

 Deixo aqui a imagem possível do que vi.

 

P.S.: Não sei se na imprensa isto foi referido, não sou leitor diário. Recordo-me também de ter visto coisas do género quando começaram a abrir as trincheiras para a estação do Metro na Av. dos Aliados. Vá lá, vá lá que foram salvaguardados e bem os achados da arca de água de Mijavelhas, actual Campo 24 de Agosto, a quando da feitura da estação também subterrânea do Metro. Podem lá ser vistos com todo o historial sobre o abastecimento de água à cidade na parte oriental e sul. Foi uma preservação digna de ser realçada.

 

     (antonio)

Pela ruralidade - CXXVIII(Os meus amigos de Cinfães)

Ontem dei uma saltada até Cinfães. Já não ia lá há bastante tempo, e desta vez como tinha um assunto banal a resolver na câmara municipal foi a razão de me deslocar à citada vila.

Quem conhece Cinfães sabe que para lá chegar não há IPs ou IC, é só por antigas estradas nacionais com uma curva atrás de outra, muitas de ferradura, mas com pisos em razoável estado. Há quem advogue que é um atraso de vida para se chegar a Cinfães. Eu não alinho por esse pensamento, acho que a preservação do meio ambiente é uma mais valia em antítese ao forrobodó do governo socrático que só via betão!...

Bem, então aproveitei para cumprimentar alguns amigos cinfanenses, colegas de curso. Logo na câmara municipal solicitei à senhora da recepção o favor de ligar para o senhor presidente dizendo que um colega de curso, identifiquei-me, gostaria de dar apenas, e só, um cumprimento. Depois de algum compasso de espera, veio a resposta, creio que duma assessora, que o senhor presidente dizia que estava ocupado e não me poderia receber. Deixei de qualquer forma à senhora da recepção que fizesse o favor de dar o meu cumprimento virtual ao senhor presidente.

Encontrei depois o amigalhaço Albérico Camelo, com o faire play que sempre lhe conhecemos lá estava numa das suas casas comerciais. Numa breve troca de conversa amiga, até porque não gosto de ser empata, disse-me que costumava ver os meus arrazoados no blogue e que gostaria também de fazer uns passeios à cidade com Germano Silva. Eh Camelo, e quando andavas no magistério e vinhas para a marginal apanhar boleia para Cinfães!  Penso que algumas vezes o pai da Margarida, nossa colega, de Alpendurada te deu boleia. Bons tempos dirás e eu corroboro.

Outro bacano que também tive o prazer de cumprimentar, dei de caras com ele na rua, foi o José Fernando que saiu da escola do magistério um ano antes. Também é um tipo 100%, incentivou-me a organizar um encontro almoço com vitela arouquesa em Cabril concelho de Castro Daire, como já se fez há uns anos em casa do também nosso colega José Gonçalves, presidente da Junta. Uma nota de rodapé, o Zé Fernando quando andava no magistério era um tipo p´ra frentex, usava um sobretudo da grande moda, comprido até mais não.

Outro amigalhaço que não pude contactar com pena minha, o tempo era-me escasso, foi o José António, a quem já lhe enviei um abraço via TM. Já por aqui referi uma peripécia gostosa,com o José António, pode ser revista em http://magisterio6971.blogs.sapo.pt/89924.html

Eu prezo a amizade. Sou capaz de deixar torrar o ovo na sertã para atender e dar duas de papo com o amigo que me bate à porta e que já não vejo há uns tempos.

 

  Ant.Gonç. (antonio)