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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Olhar o Porto - CCXIII(150 anos dos jardins do Palácio de Cristal)

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A CMPorto tem estado a comemorar os 150 anos dos jardins do Palácio de Cristal com acções culturais.
Hoje o historiador Germano Silva e o rancho folclórico do Porto foram os condutores de um grupo de interessados nessa comemoração. Como ponto de partida foi a praça da República, antigo campo de santo Ovídio, e logo ali o historiador lembrou o grande Almada que alargou a cidade para além das muralhas Fernandinas. Foi enviado para o Porto pelo empreendedor Marquês de Pombal. Aliás quando se fala no desenvolvimento nos finais do século XVIII, os Almadas, pai e filho vêm sempre à baila.
Debaixo de um céu sempre ameaçador, os serviços de meteorologia assim tinham vaticinado, por isso mesmo o grupo desta vez em menor número do que é habitual, seguimos por ruas, ruelas, escadas e becos por onde nunca tinha passado em direcção à Ramada Alta e daí à igreja românica de Cedofeita. Paragens aqui e ali junto a palacetes construídos por torna viagens que enriqueceram no Brasil com os negreiros. Largo da Maternidade e finalmente os jardins do palácio de Cristal motivo principal desta visita.

 

  (Na praça da República, as palmeiras das Canárias em progressivo estertor)

 

 

Ant.Gonç. (antonio)

Demografia, ontem e hoje

Referi aqui há dias a desertificação do interior do país com a demografia em curva descendente. Por outro lado dava exemplos de varões de prima tonsura, com votos de castidade jurados a pé juntos, mas que tinham sido pródigos no passado a contribuir factualmente para a natalidade.

 

Em 1943 o célebre escritor Aquilino Ribeiro no seu livro “O VOLFRÂMIO”, que embora seja um romance, retrata a forte natalidade da época na região da Beira Alta. Veja-se o que diz num diálogo entre dois protagonistas:

 

“… o que se encontra à farta por essas famílias é fome e lêndias. Assim mesmo, e não é fácil que possa ser de outra maneira, quer ouvir porquê? Porque há gente a mais. O povinho cresce à desmedida, de tal jeito que quando se quer fazer uma novena aparece miudagem para uma procissão...”

 

Pode-se concluir deste naco de prosa de Aquilino Ribeiro a pobreza que grassava nesses anos do salazarismo. Mas também não podemos esquecer que em face da forte natalidade o governo de Salazar construiu escolas em todos os recantos do país onde havia crianças. Agora como se sabe os casais têm poucos filhos ou nenhuns e daí as tais escolas do tempo do Salazar estão a fechar o que vai também contribuindo para a desertificação do interior.

 

 

     Ant.Gonç.(antonio)

Passadiço do rio Paiva

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Imagens nas redes sociais do passadiço são mais que a nuvem de pombas, intermeadas por algumas déspotas gaivotas, que rodeiam a Miquinhas com avantajada saca de milho traçado, que todas as manhãs espalha na centralidade do jardim da rotunda da Boavista.

Fotografei a maior escadaria do passadiço, aproveitando uma pausa na caminhada de 6 Km que até aí já tinha feito a partir da Espiunca para limpar o suor da testa, não pela andadura já feita, mas sim por ver o que me esperava nas escarpas humanizadas da Cascata das Aguieiras (ver imagem). Mas foi mais a sugestão, embora os bofes tivessem um trabalho acrescido para galgar aqueles 450 degraus!... Os exercícios de yoga a nível da respiração senti que tiveram aqui um efeito produtivo.

No JN de ontem, pesos pesados da governação central e da CMArouca e da CMPorto, também foram numa de dar uma esticadela às canetas pelo passadiço.

Eh, e em Alvarenga, capital do bife da carne arouquesa, os restaurantes não têm mãos a medir, depois de fazerem o passadiço muitos satisfazem os gostos.

 

   Ant. Gonç. (antonio)

 

Pela ruralidade - CLXXI(escritores do mundo rural)

Os escritores do mundo rural, nomeadamente Aquilino Ribeiro, beirão, e Bento da Cruz, barrosão, (este falecido há poucos dias), dos quais já li umas coisas, sempre glosaram com os fracassos dos clericais. Já por aqui falamos no padre Noquinhas do primeiro e do padre Moura, apelidado de Mula, do segundo, rascoeiros até mais não. Este último era da pior espécie, uma besta quadrada, direi eu.

Para suavizar estas maledicências vamos aqui retractar a bonomia de monsenhor Justo, como Aquilino o descreve no seu livro “quando ao gavião cai a pena”.

“D. Justo todo se regalava de passear àquela hora matutina pela velha urbe, quando os sapateiros no seu banco preparavam as linhas, as moças espreitam o cabelinho ao espelho dos escaparates, pelos talhos vitelas e porcos parecem ter na goela o último dobre do estertor e os mendigos buscam o poiso à entrada das igrejas. A essa altura do dia seres e coisas possuíam frescura e sinceridade paradisíacas. Pelo menos, não mentiam e dava gosto ver a natureza num plano em que entrava o mínimo de artifício e cansaço. Monsenhor pisava aquelas lájeas há que mundos, e a fisionomia das casas, a pátina das pedras, a linha das ruas, o vulto das torres e o horizonte irregular das empenas e cimalhas eram-lhe familiares como a cara das criaturas que vira nascer e tornar-se gente. Algumas das mulheres lindas da cidade, lindas e cobiçadas, àquela hora a sonhar a última frase dum sonho cor-de-rosa, se não a pôr-se ao toucador, baptizara-as ele; vira-as crescer, florir, e sempre que as encontrava, deleitado mas não libidinoso em sua contemplação, agradecia a Deus o dom inigualável do olhar.

… Naquela manhã, com hilros e andorinhas a sarabandear bêbados de sol em torno do morrião da Sé, havendo cortado a direito pelo caminho mais curto, apenas deu cinco minutos de cavaco ao Cabanilhas, que lhe saiu com a novidade, trombeteada nas gazetas, do jesuíta em Espanha que tinha fugido com a mulher dum alcaide, outros cinco ao Zé Chilandrão, que lhe matou o bicho-do-ouvido com a negociata dos tabacos, dois dedos ao santeiro, que cobria de nomes feios a uma beata que não lhe vinha pagar o que devia, e ainda teve que acalentar a Carma empalhadora que se chorava do homem, um desalmado que andava outra vez metido com a Ruça da Ribeira.

- Foi botijada que lhe deu a beber, monsenhor!

- Vê se compras um chambre bonito; anda-me bem limpa e penteada, e pode ser que o teu homem volte. Este é que é o filtro da Ruça, minha santa. Tu és jeitosinha, mas não te hás-de descuidar. Adeus.”

 

(antonio)

Olhar o Porto - CCV(A cidade que eu amo)

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O Porto, a cidade que eu amo, ouve-se a cada passo por tripeiros de gema ou até por aqueles que a adoptaram nas suas vivências. Também faço parte destes amantes, tal como o ilustre professor e escritor, “indígena” da Vitória, e também provinciano como gosta de dizer nas suas crónicas no JN, e nesse sentido gosto que se preservem as referências da cidade.

Dei há dias uma saltada à cidade cujo nome está referido nos jardins, (ver imagem) onde não houve arquitectos de nomeada que aí, ao contrário do Porto, quisessem mostrar a sua marca anti jardins. Se no Porto há praças com centros empedrados, Barcelos tem um ar da sua graça com canteiros floridos que é um encher o olho.

    (antonio)

Histórias de lana-caprina

Já por aqui referi as minhas ligações umbilicais aos saberes, usos e costumes das regiões rurais. Foi neste sentido que comecei a ler as obras de Aquilino Ribeiro, autor que retrata sobretudo a Beira Alta, mas não só.

Descobri também agora outro autor consagrado, médico de profissão, de vetusta idade – Bento da Cruz. Tal como o autor acima referido, retrata as raízes rurais, neste caso do Barroso, com uma autenticidade que nos deixa embevecidos. O padre, o médico e o professor(a) eram três pilares das pobres terras do interior do país. O livro que acabei de ler “histórias de lana-caprina” anda à volta daquelas figuras da “intelectualidade”.

Eu não ando atrás de alçapões dos homens de cabeção e prima tonsura, as coisas aparecem-me de mão beijada a que não posso chutar para canto. Veja-se o que escreve Bento da Cruz no enredo das histórias sobre um desses homens de Deus, um agiota, integrando o sentir do povo daquela região.

“O padre Moura, mais conhecido por padre Mula, formigão em plena maturidade, infatigável batedor de perdizes e lebres, barba de oito dias, grenha preta com filamentos brancos nas fontes e raleiras marginais à tonsura, uma verruga de sete cotovelos na ponta do nariz abatatado, faces e barbadelas lustrosas de sangue bem nutrido, voz tonitroante, que adquiria tons confidenciais quando, entre copos e amigos, se vangloriava de ter vindo para ali com a barriga a dar horas e as calças a pedir fundilhos e, agora, estar rico e farto como um porco.

- Isto é que este Mula é um usurário… Traz dinheiro emprestado aos pobres a vinte e a trinta por cento ao ano…

… Isso, por dinheiro, é capaz de vender a alma ao príncipe das trevas. Pelas leis da Igreja, os padres só podem rezar uma missa por dia. Pois o Mula, se lhas pagarem, aceita vinte e trinta por intenção de para o mesmo dia.

… E as baboseiras que essa besta diz do altar para abaixo? Para ele, o inferno ainda funciona a lenha… - E a respeito de mulheres? Catequistas, filhas de Maria, zeladoras, solteiras, casadas, viúvas, virgens, prenhas, velhas, novas, tudo lhe serve…

- Um frascário.

- Um garanhão

- Um sacripanta…

- Um filho da puta…”

 

Podemos admitir que o comportamento do padre Mula não terá sido ipsis verbis tal como o autor descreve, numa de bonomia damos-lhe algum desconto, mas fica a interrogação, porque é que os célebres escritores portugueses andaram sempre a pegar nas escorregadelas daqueles que deviam ser os primeiros a dar exemplo de boas condutas?

 

O intelectual Óscar Lopes, falecido há dois anos, dizia que Bento da Cruz reaviva imagens impressivas de uma realidade já hoje histórica, no planalto barrosão ainda muito comunitário do decénio de 1930. Compara-o a Aquilino e Torga nas descrições da ruralidade, mas já antes Eça de Queirós também nos deliciou com as suas obras.

 

Ant.Gonç.(antonio)

  

 

 

Padres na feira

 Aquilino Ribeiro  retracta o meio rural, com o qual as minhas raízes também se identificam, pormenorizado em todas as vertentes. Em “GEOGRAFIA SENTIMENTAL” o autor espelha a feira quinzenal, ou dos quinze como dizia, de Lamas que pertence ao concelho de Sátão. Vejamos o que diz sobre o bulício feirante, abordando particular e subtilmente os pecadinhos gastronómicos e libidinosos da padralhada, termo que na vox populi poderá ter um sentido depreciativo, padrecos tem mais, mas que o autor noutras ocasiões empregava.

 

  "... Padres, esses, in magna quantitade, não só da freguesia como dos povos e concelhos limítrofes. Logo de manhã aparecia o abade, homem à roda dos seus quarenta e cinco anos, sempre bem-posto, cabeção roixo na qualidade de cónego honorário, labita, botas de montar, chapéu de borla. Nascera para o sacerdócio, o que não obstava a que se permitisse o luxo e bom gosto de possuir uma bela égua, um corpulento terra-nova, e uma linda ama. Não raro fazia-lhe companhia o cura, o padre Plácido, que orçava pela mesma idade, um gigantesco calmeirão benquisto a toda a gente. Por sua docilidade, ou por via da sua robustez, havia de ser sempre o oficiante as vezes que se tratasse de missa cantada, que deitava para bastante tarde, mormente quando a grande instrumental. Agora, faltariam todos à feira menos o padre Agostinho, boa presença, afável e bondoso, que gozava das simpatias gerais. Mas era um tumba colossal ao brídege, desdita esta de que fartamente se indemnizava nos braços roliços da Conceição, galante rapariga que em graças e encantos nada ficava a dever à Aninhas do Abade. Era também certo o padre Diogo, gorducho e bom gastrónomo, que se impunha pela fluência da palavra e da conduta. E tantos, tantos outros, eram fatais na feira dos quinze em Lamas. Se pelo fino trato, inteligência e cultura pouco vulgares, marcava entre eles o cónego Teixeira, da capela da Bemposta, Lapa, aos oitenta anos ainda não tinha conhecido qualquer dor, essas que afligem o comum dos mortais, dores de cabeça, ou de dentes. Como se explica? Pela sobriedade e serenidade do viver. A sua alma entesoirava mais pureza do que uma manhã de neve. Era infalível, apesar da idade avançada nas festividades da Semana Santa, de tão delicado perfume, onde quer que se celebrassem, e e parece-me estar a vê-lo e ouvi-lo naquela sua voz ainda clara e bem timbrada: In illo tempore dixit Jesus suis parabolam hanc…

O bispo de Viseu, D. António Alves Martins, queria, na sua diocese – Frei José pertencia à diocese de Lamego -, padres que amassem a Deus na pessoa do próximo e não padres que explorassem o próximo em nome de Deus. E a respeito do culto e suas práticas estimava que não houvesse exageros, antes a religião condimentasse a existência segundo um conceito seu que fez voga: «Como o sal na comida, nem muita , nem pouca.» Afora ligeiros pecadilhos, e como não se a governanta do cónego Teixeira, por exemplo, era mais apetitosa do que cerejas bicais colhidas de fresco, todos cumpriam à risca as prescrições de D. António.

Frequentavam todos a casa dos meus pais e só respeitos e atenções a casa lhes ficou devendo. Creio que todos dormem já o sono da eternidade, e é com saudade que evoco as suas memórias adoráveis.”

 

  Ant.Gonç.(antonio)

 

Picos da Europa

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Tinham-me soado ao ouvido que era coisa digna de se ver. E eu que não vou muito em pisar solo que desconheço, mas neste caso alinhei e o certo é que gostei do que vi.

Quatro dias pelas espectaculares cordilheiras e desfiladeiros de cortar a respiração, na Cantábria e Astúrias, foi um adquirir de conhecimentos geográficos e históricos muito enriquecedores. Curvas e contracurvas em estrada de montanha sempre com encostas verdejantes com alguns abrandamentos devido às numerosas vacas que pachorrentamente andam pela estrada. Elas é que são as donas daquele espaço metafísico, nós somos uns intrusos. Já tinha tido essa experiência em menor escala no Gerês. Mas a convivência é boa, elas dão passagem quando entendem, tudo nas calmas recíprocas. Mas também gado caprino, ovino e cavalar é um fartote lá por aquelas bandas.

É do conhecimento geral que a Espanha nos supera na preservação do ambiente nos seus variados cambiantes. Tive oportunidade de ao vivo verificar isso mesmo, nomeadamente no asseio notório nas cidades e pequenas povoações que visitamos. E quanto a monumentos, têm muitos, património da humanidade. A catedral de Leon, século XIII, entre outras, que maravilha!... Ficamos simplesmente reduzidos à ínfima espécie perante tanta beleza de rendilhados na pedra e com muitos vitrais, considerados os melhores do mundo. Mas uma coisa é contar outra é ir ao terreno e ficar deslumbrado, como aconteceu comigo.

Sair da morrinha, apalpar, visionar o que de mais belo nos legaram os antepassados é um exercício saudável que se recomenda.

 

A imagem é de Fuente Dé com o teleférico a mil e oitocentos e pico metros de altitude

     (antonio)

 

Ruralidades em "Geografia Sentimental"

Ler as obras de Aquilino Ribeiro é um aprofundar dos usos e costumes das Beiras, durante a primeira metade do século XX. Em “Geografia sentimental” o autor volta mais uma vez ao local do crime, passe a figura de linguagem, às suas sentidas ruralidades.

No trecho que a seguir transcrevo fala de Ariz, povoação de Moimenta da Beira.

“… Mas chegou o nordeste com os primeiros borrifos de Inverno, quando o serrano aparece às esquinas das ruas engoiado na capucha só com os olhos a luzir, os castanheiros começam a botar, e os serões abrem as portas. Em Ariz como em todos os lugares da comarca serrana os serões são nos estábulos. A um canto, se a loja é vasta, ruminam as vacas, a outro, acocoradas no palhuço, seroam as mulheres. Fiam, fazem meia, dobam, e em geral amanham o linho de seus linhares. Uma candeia, presa da trave, para cujo combustível todas concorrem semanalmente com um vintém, ilumina o recinto. Cheira à pedra lascada? Qual, multipliquem-se no sentido da qualidade estas coisas por dez e ter-se-ão os serões do Paço da Ribeira com os açafates de D. Catarina acocoradas nas esteiras a espiolharem-se umas às outras e os D. Manuéis de Portugal a botar a sua chalaça ou a glosar o seu mote. Tudo é relativo no tempo. Ariz do século XX está para a Lisboa antiga, como os seus serões estão para os serões realengos de antanho.

Ora sempre um dos serões, aquele que era mais concorrido dos rapazes e mais próprio ao baile, se fazia em casa do Roque, infalivelmente lastrado de palha limpa e com um franco e largo acesso.

Vai o César Valadas, a título de que semelhantes hábitos representavam uma costumeira bárbara, atentatória da moral e dos bons costumes, mandou ao regedor que intimasse os antigos donos das lojas a não dar serão em casa sua. Os Roques não se conformaram e deitaram-se à vila, acompanhados dos primeiros cabritos que haviam aparecido na manada para o senhor administrador. Argumentos deste foram sempre de peso. O Elias foi avisado de que não devia proceder assim de salto à extirpação de costumes que estavam enraizados no ânimo das gentes e antes procedesse com brandura e tolerância. Iam ser instaladas Casas do Povo em todas as aldeias de Portugal e então, sim, seria azado proibir semelhantes serões, que tinha a incomodá-los certa ausência de higiene, quanto aos locais, e o perigo que podia correr, não a virtude, que estava à prova de aço da moral, mas a ordem pública.

O Valadas é que se não deu de todo por convicto e refilou. Nos serões cometia-se toda a casta de poucas-vergonhas, desenterravam-se os mortos e enterravam-se os vivos, não falando nos amorios e indecorosa promiscuidade. Eram uma sobrevivência aviltante do tempo do rei que rabiou, imprópria de terra civilizada.

- E Jesus não veio ao mundo num estábulo? – observou-lhe o senhor administrador, que era da Católica.”

 

  (antonio)

Pela ruralidade - CLXI(Preservar as memórias)

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Chapéus há muitos, dizia o grande actor Vasco Santana. No passado assim era, pois não havia bicho careta que não tivesse cobertura na cachimónia.

Na grande manifestação de recepção à chegada ao Porto de Humberto Delgado, em 1958 candidato a Presidente da República era notório ver a profusão de cabeças protegidas por essa indumentária certamente saída das fábricas de S. João da Madeira.

Se continuarmos no tempo vemos agora nas manifestações, umas a apoiar o presidiário mais conhecido da cadeia de Évora, ou outras a pedir a Deus para tanger do poder Passos e Cavaco. Numas e noutras dá-se um doce a quem visione um chapéu na tola dos manifestantes. Sorte dos coelhos!...

 

 Ant.Gonç.((antonio)