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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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Pela ruralidade - CXCI(das minhas memórias - o sermão)

Eu só compro o Jornal de Notícias ao domingo para ver as crónicas dominicais do historiador da cidade , Germano Silva. Tudo o resto, política e futebol é mais do mesmo que não me desperta a atenção. Costumo dizer que no nosso país há dois poderes, o político e o futebol, que eu não alimento.

A última crónica do historiador tinha como título “Uma festa e um sermão” e subtítulo “Ou a história de um pregador influente”. O desenrolar da crónica fala que no século XVI, um pregador de nomeada arrastava multidões. “As suas palavras arrebatavam (os que o ouviam) em lágrimas não somente a comum das pessoas mas também os seculares, o cabido e também os próprios religiosos que se achassem presentes na altura dos seus sermões”

Agora aqui vou passar a bola para o meu campo, para referir que na festa anual na minha terra – Senhor dos Enfermos – a maior romaria do concelho de Cinfães que se realiza na freguesia de Fornelos, tinha como momento forte a missa campal. Para o sermão era sempre convidado um cónego de Resende, com um vozeirão que reduzia à expressão mais simples, os crentes e os incrédulos. E mesmo peregrinos que vinham lá da serra cumprir as suas promessas, ficavam esmagados ao ouvir falar, com grande agressividade bocal, do inferno para os pecadores, para os poucos crentes e para todos os que não seguiam à risca os preceitos religiosos. Após a revolução dos cravos (1974) em que se temia que o partido comunista tomasse o poder, então subiu o tom fuzilador do citado orador.

Arrasar gentinha humilde com os males do mundo é desnecessário e ignóbil.

   Ant.Gonç.(antonio)