Pela ruralidade - CLXVI(Numa terra pluriracial)
Portugal quando ainda tinha as chamadas oficialmente províncias ultramarinas, sempre fez bandeira de ser um país pluriracial. Na verdade não havia separação entre brancos e pretos como acontecia noutros países de África. Podemos no entanto dizer que a igualdade entre raças não era em plenitude, mas isso não é digno de nota, pois entre indivíduos da mesma raça há diferenças sociais mais que muitas. Digo isto com algum conhecimento, pois quando cheguei a Angola em comissão de serviço militar, verifiquei que os trabalhos menores eram destinados aos pretos.
Posto isto quero também referir a pluriracial ovina que me apercebi na terra das minhas raízes, como gosto de dizer. Uma sã convivência de samarras brancas com anhos filhotes pretos que pastam diariamente no campo do Sorrêgo, limites de Macieira de Fornelos. Noutros tempos, com uma pontinha de racismo assolapado poder-se-ia ouvir: Eh lá, descendência preta e mães brancas!... Hoje está tudo mais democratizado a este nível, já não há espantos de gente inculta. A curiosidade aguça o engenho e então fui puxar o fio à meada para me informar da ascendência genética dos borregos pretos. Pronto, lá está, pai preto e mãe branca poderia dar filhote mulato, mas saíram mesmo pretinhos que fazem a alegria do meu neto quando o levei a ver os ditos, satisfeitos com a vida que têm, aos pinotes.
(a imagem será aqui estampada quando o computador deixar)
(antonio)