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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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Pela ruralidade - CLXII(Uma manhã diferente)

As cerejeiras estão com ar da sua graça, coradinhas que é uma beleza, direi mais, tal como as bochechas de menino saudável e contente e não tanto como um abegão pimentão, com passo trocado, que no dia feira mandou abaixo umas canecas de verdasco após ter metido ao bolso um maço de boas notas de mil da venda do bezerro que engordou.

Nestes dias do Maio florido, a canícula aperta, então sobretudo as manhãs são aproveitadas para as tarefas agrícolas fora da exposição solar.

Escada artesanal de oito passais, cesta com gancho e uma ladra, arregacei as mangas e toca a apanhar. Se bem que a cerejeira não esteja ainda na terceira idade, é bastante copada e forma uma calote esférica acentuada e perfeita. Se de um lado empoleirado a mais de três quartos da escada estava o apanhador de serviço, que era eu, no lado oposto da cerejeira outros apanhadores, melros de bico amarelo, tal como rapinadores a contas bancárias de bancos esfrangalhados, era um ver se te avias. Entravam silenciosos encobertos na ramaria, bicada p´ró papo e na fugida atiravam “risadas”, como que a dizer, esta já cá canta.

O meu trabalho de colhedor começou então a ficar mais ao ralenti com a convivência destas aves que competiam na apanha, observando este surripianço naturalista.

Com a cesta já quase cheia fui desafiado numa de sugestão por alguém que me quer bem e à natureza:

- Já chega, desce, deixa ficar algumas na cerejeira para a passarada! E eu que vivo irmanado com a natureza, aceitei e aplaudi a sugestão sem delongas.

 

    Ant.Gonç.(antonio)