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Julho 2015

Foi a 16 de Julho de 1956, há 59 anos, que a morte encontrou o Padre Américo, ou Pai Américo. O dever da Memória obriga-nos a evocar este Profeta do nosso século XX.

PADRE AMÉRICO

Franc 16.07.2015 14:55

O Padre Américo e a sua obra, A CASA DO GAIATO, dizem-me muito. Eu peço desculpa mas vou aqui desabafar um pouco. Tudo começou com os meus pais. Era eu também um gaiato de escola primária e os meus pais levavam-me ao Coliseu do Porto ver o espetáculo anual dos Gaiatos. Guardo ainda na minha memória imagens dos mais novos, OS BATATINHAS, em cima do palco do Coliseu. À porta, vendia-se o jornal O GAIATO e os meus pais compravam e levavam para casa onde eu lia com toda a calma do mundo, pois não havia tablets, nem smartphones, nem outros brinquedos digitais. Orgulho-me de ainda hoje a minha mãe ser assinante do jornal e o receber com regularidade. O meu contacto com a CASA DO GAIATO de Irivo, Penafiel, era frequente pois os meus pais, sempre que podiam, davam um passeio dominical e o destino era a CASA. Anos mais tarde, na minha vida profissional, sempre que se abordava nos conselhos escolares o tema do passeio escolar anual, lá dava eu o alvitre da ida à CASA DO GAIATO. Cheguei a conseguir os meus objetivos algumas vezes e sempre que lá ia em passeio escolar, a minha alma enchia-se. Casei e os meus filhos, que também passaram pela idade de gaiatos, adoravam ir à CASA. Brincavam, passeávamos pelos campos, visitávamos as instalações e deixávamos brinquedos que já não usavam, livros que já não liam e roupas que já não vestiam. Recuando para a minha vida profissional, trabalhei os meus últimos 12 anos numa escola que tinha por designação um número: o 114. Qual o nome da rua que circundava a escola? Rua do Padre Américo. Quando a Câmara Municipal do Porto quis que as escolas tivessem um nome em vez de um número, qual a designação que os pais e/ou encarregados de educação dos alunos que a frequentavam escolheram para aquela escola? Escola EB1/JI do Padre Américo. Confesso que tive aí alguma quota parte de culpa, pelas muitas sugestões que me pediram. Fascina-me, de facto, a Pessoa e a Obra do Pai Américo. Tenho dito.
mbenilde 28.07.2015 18:06

Ando muito atrasada nas minhas leituras e só hoje e, ainda bem, li o teu desabafo. São estes gestos de carinho tão significativos que nos fazem felizes. A tua família deve sentir-se muito orgulhosa por seguires os seus exemplos e muito mais por transmitires aos teus filhos.

antonio duvidas 16.07.2015 18:10

Esse era também um padre dos meus. Outros que andam por aí "cheios de virtudes", vai-te arrenego.
(antonio)
Anónimo 18.07.2015 19:11

Parece que as tais "virtudes" eclesiásticas que referi no comentário anterior continuam na ordem do dia. Agora é na diocese de Coimbra, mas não só segundo o JN, mas o senhor bispo não assobiou para o lado como aconteceu com o eclesiástico maior da Guarda sobre o caso no seminário do Fundão.
(antonio)

Anónimo 17.07.2015 00:16

Recomendo a leitura de "Barredo", edição de 1952, da Casa do Gaiato. Reproduzo um pequeno texto:..."Estava uma mulher ainda nova sentada sobre um Noticias, na soleira da porta. Levantou-se cansada. Fala dificil. Falta-lhe o ar...Está tudo dito. São dez horas geladas e ela em jejum!"..."ainda não tinha arranjado para o café. Quis Deus que fosse eu..." e ..."Subi a Rua de S. João, entrei no Mousinho com o estômago regalado do cafá que ela tomou: e andei assim todo o dia! PAI AMÉRICO. Tão bonito e simples.Um abraço do Branco.
antonio duvidas 19.07.2015 08:28

Pois, caro Branco, padre Américo era dos raros que seguia as obras de Cristo segundo os Evangelhos. A maioria anda noutra esfera, bons carros, pilim ao fim do mês quanto mais melhor e ai não a dar uma esfregadela na viúva do sacristão, outrora dizia-se enfaticamente que o senhor abade tinha uma governanta, o povo foi sempre muito afável quando se referia à vida sacerdotal. Na minha óptica não há mal nenhum, (as cúpulas continuam a decretar a castidade clerical), mal, mal é o que se assiste a outros níveis, pedofilia, mas nem é bom falar.
(antonio)

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