Olhar o Porto - CCV(As carquejeiras)
O caro Branco, sempre atento à cultura, alertou-me por msg para um sarau na quinta de Bonjoia, com o tema, as carquejeiras.
Se bem que era um assunto que me é familiar mas lá fui até porque um dos intervenientes era Helder Pacheco, um sabedor das coisas do Porto, nascido na freguesia da Vitória como gosta de referir, amante desta cidade até mais não.
Rio Douro, barcos rabelos, carqueja, carquejeiras, calçada da Corticeira agora das Carquejeiras e com a cereja em cima do bolo, a colocação de um monumento às carquejeiras no cimo da calçada,
que está na forja, tudo isto foi falado. Quarenta mil euros para concretizar este sonho, não é uma verba por aí além, não cheguei a perceber se as dificuldades da implantação desse monumento é do cú ou das calças. Mas que há vontades lá isso há.
Com o salão lotado, toda a saga das carquejeiras, carregadas que nem bestas a subir a íngreme calçada até às Fontainhas, foi desenvolvida pelos vários intervenientes da mesa, esse modo de vida duro e pobre que se estendeu até aos anos sessenta do século passado. Helder Pacheco com a sua crítica construtiva sobre aspectos da cidade no passado, sobre o presente foi mais suave, até porque, digo eu, na assistência estava um adjunto dum vereador da CMP, que por acaso estava a meu lado e que também apoiava a oratória do historiador. (Só me apercebi deste elemento da câmara quando o psiquiatra Mota Cardoso, um dos da mesa, se lhe referiu ao encerrar os trabalhos, cumprimentando-o e sensibilizando-o para ser portador para a edilidade do âmago daquele sarau – homenagem às carquejeiras e levar p´ra frente o tal monumento).
O rancho folclórico do Porto, sempre embrulhado nas actividades culturais da cidade, também marcou presença com uma canção musicada às carquejeiras.
Ant. Gonç. (antonio)