lixo moderno
De um modo geral estamos habituados a considerar lixo a conspurcação do ambiente nos mais variados cambiantes. Há lixo mais agressivo como os poios dos canídeos nas ruas da cidade, aqui as associações dos animais têm que ter uma acção mais eficaz, e também montões de beatas à porta dos estabelecimentos comerciais.
Mas outros tipos de lixeiras nos estão a incomodar subtilmente. É o que se passa com o lixo televisivo e na comunicação social escrita. Quanto ao primeiro que nos aparece nos canais da concorrência, pois nestas coisas de audiências ninguém quer ficar atrás, a TVI dá cartas com a Casa dos Segredos da destravada Teresa Guilherme. Aquilo vale tudo sempre com o reles incitamento estimulante desta apresentadora depravada. Que haja jovens que na ânsia de ganhar uns trocados se exponham a toda aquela maquinação de índole sexual até se poderá compreender, agora um canal dar cobertura a isso, quem é que fornica com quem, é que não cabe nos meus parâmetros. Aplica-se aqui a máxima, vale tudo menos arrancar olhos. O baixo nível televisivo entra pela casa dentro dos cidadãos e com a agravante de ser em horário nobre.
Quanto à comunicação social escrita, veja-se os jornais de referência que não se coíbem de escancarar diariamente páginas de RELAX, com imagens coloridas, pois claro, nas mais variadas apelativas posições. Há dias interpelei um antigo jornalista de um jornal de grande tiragem sobre o que é que ele achava, pois a resposta foi: sabes está tudo com dificuldades de tesouraria, então há que aproveitar todo o tipo de receitas, e a concorrência também assim obriga. Na minha ingenuidade penso que seria uma atitude mais razoável que tudo isto fosse publicitado só em revistas da especialidade, aliás como antes acontecia. Só via quem quisesse.
Se recuássemos umas dezenas de anos e alguém nos fizesse uma futurologia destas cenas, de certeza que juraríamos a pés juntos que era impossível vermos o que claramente se vê. Mas cala-te boca, há quem já viu um reco a andar de bicla!...
Ant. Gonç. (antonio)