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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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O rei das desfolhadas

 

 

Ele aqui está. O rei das desfolhadas. Tão pretendido, tão desejado!

Entre tantas  fulvas espigas o aparecimento de uma encarnada era uma exultação, isso… se  a pessoa  não sofresse de protanopia.

A tradição ditava que, quem achasse um milho-rei, tinha o direito de distribuir umas beijocas e uns abraços a todos os participantes das desfolhadas. Era o pretexto tão esperado para os rapazes roubarem um beijinho mais repenicado à sua conversada, mesmo nas ventas dos pais mais conservadores. Era uma forma de os enliçar.

Os mais manhosos já as traziam de casa enlocadas e, no momento oportuno, faziam-nas ressuscitar, exigindo os mesmos direitos. Quando descobertos dava para o torto.

Ontem, numa pequena desfolhada em casa de uma prima, fui bafejada pela sorte com este belo exemplar. Claro, que era meu dever cumprir com a tradição, o que não foi nada complicado, pois neste evento só estavam presentes a minha pequena pessoa e ela. Após o ritual pusemos uma canta a duas vozes.

Terminado o trabalho, mançupimos uns figuitos e, como nenhuma de nós padecia de enofobia,  acompanhamos os sicónios com um Porto bem encorpado e muita atitude.

 

São servidos?

 

Aquele abraço, Benilde

 

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