Às três da manhã
Quando nos entregamos nos braços de Morfeu sem preocupações de maior e acordamos às três da matina, ficando largo tempo a contar carneirinhos, há coisas que nos vêm à mente no silêncio da noite e nos deixam pensativo. Refiro-me aos africanos que em situações de extrema pobreza arriscam viagens para o el dourado da Europa. Há poucos dias foi notícia o naufrágio no Mediterrâneo de 300 emigrantes. Agora no deserto do Saara foram encontrados 50 cadáveres, a maioria de mulheres e crianças, de nigerianos que demandavam Argélia e daqui certamente a ilha italiana de Lampedusa. (O JN dava essa notícia numa caixa minúscula). Não sei o que poderá fazer a Europa, até agora tem feito de conta.
O Papa Francisco que tem tido atitudes positivas de alterar o status quo de vícios enraizados na Igreja – um dia pregam-lhe uma rasteira, dizia uma veterana conhecida cantora portuguesa – tem sido sensível à pobreza dos africanos que tudo arriscam para sobreviver. A situação destes povos esbarra com uma Europa que está também em dificuldades com muito desemprego e também agravamento derivado da globalização, a China e Índia e outros países do Oriente em forte concorrência com os produtos europeus.
Enquanto estava a magicar nestas misérias humanas veio-me à mente o fausto em que vivia rodeado aquele cardeal alemão, até uma banheira de 15.000€ o cristão tinha nos seus aposentos!... O Papa Francisco chamou-o à pedra e parece que o pôs fora do baralho. Cá para mim urge ter um Francisco destes também em cada diocese e em cada paróquia.
Ant.Gonç.(antonio)