Pela ruralidade - CXXXVII(matanssa do porco)
Conforme o título em epígrafe há pessoas que têm por hábito registar o que dia a dia vão fazendo, é aquilo a que se pode chamar “diário”.
- malha do milho
- meia bara de sebolo
- sacha do milho
- vendi uma uvelha por 400#00
- vendi os alhos por 60#00
- naseram os pintos
- galinha no xoco
- morreu o sr. Arnesto Madorago
- nasceo uma toura
- bareija das noses no Redondelo
- fazão da Ribeira 11 alqueiras
- feito o vinho no Redondelo
- comprei 2 K de arros 14#60
- tosquia das uvelhas
- botou-se o sulfato
- um carro de mato para os porcos
Esta é uma pequena amostragem dos registos que minha mãe ia fazendo nas agendas que no princípio de cada ano fazia questão de comprar. O Seringador também adquirido mas para leitura das luas, das sementeiras, do tempo que pontualmente iria fazer, da época das enxertias, enfim coisas que não eram estranhas à tarimba dos agricultores. A compra do Seringador, reportório crítico-jocoso e prognóstico, era mais uma tradição que vou mantendo em memória dos meus pais.
Hoje a vida é outra, voltando ao princípio deste arrazoado, há outras ferramentas nomeadamente redes sociais, onde muitos espalham as suas vivências diárias, veja-se o facebook, embora aqui a partilha seja pública. Nos diários havia a privacidade.
PS: Mantive a originalidade da escrita nos "diários", agendas.
Ant. Gonç. (antonio)