Olhar o Porto - CLXX(Pela cidade)
Com uma cacetada apanhei dois coelhos e quase uma lebre, mas essa ia à frente em passo acelerado. Explico:
Último domingo do mês, a visita à cidade sob orientação do historiador Germano Silva tinha sido anunciada, partindo de Cedofeita, passando pelo Campo Alegre que foi zona de quintas com pedregee, ainda hoje há por lá casa senhoriais com frondosos arvoredos. Depois pela Rua da Arrábida e terminando em Massarelos. O rancho folclórico do Porto como já é habitual faz parte da comitiva. Convenhamos que já eram locais meus conhecidos excepto um, que já tinha ouvido falar, o bairro do Cruzinho no Campo Alegre, quase nas barbas da Escola Gomes Teixeira. Bairro típico operário, ali enclausurado numa das zonas mais in da cidade, quase despovoado e entristecido, pois mais dia, menos ano a especulação imobiliária vai fazer lá entrar as buldozers. É pena que não se acarinhe estes locais emblemáticos, memórias do operariado das fábricas que por ali havia.
E agora passo ao segundo coelho. Enquanto esperava na praça da Galiza, pelo historiador e o grupo de acompanhantes, eis que fico por ali seguramente mais de meia hora a admirar a “corrida da mulher” patrocinada pela sport zone. Nunca tinha visto tanta mulher, milhares, que vinham do lado da rotunda da Boavista e se estendiam num nunca mais acabar pela Rua Júlio Dinis!...
E a lebre? Essa era uma das da frente, Aurora Cunha, em passo de corrida, pois claro.
Como eu gosto das manhãs na cidade!...
ant. gonç. (antonio)