"A minha" magnólia
Os dias sucedem-se, mês após mês, ano após ano, é sempre assim e a mãe natureza vai acompanhando estes ciclos. Com algumas nuances fruto das alterações climáticas os corvos marinhos no passado não eram vistos por cá nas águas do Douro, agora são mais que muitos nesta quadra de inverno vindos do norte da Europa. Outras aves de arribação como as cegonhas já vão ficando todo o ano no baixo Vouga. E na terra das minhas raízes, corvos que não eram vistos quando eu andava nos bancos da escola, agora aparecem por lá. De outros animais ditos selvagens, os lobos, temidos por darem cabo do gado miúdo, agora nem vê-los, já os javardos que por lá não eram conhecidos, apenas dos livros escolares, andam a dar cabo das poucas culturas agrícolas que vão resistindo. Os agricultores sofrem de mãos atadas com as malfeitorias dos navalheiros, protegidos por lei pois claro.
E a “minha” magnólia?!...
Antes de mais “minha” é quase como se fosse, porque me apropriei visionalmente desta charmosa árvore, (ver imagem). Nesta altura do ano, é das primeiras que florescem, quando me levanto e assumo à varanda do quarto, embriago-me, fico estático interiorizando aquela beleza colorida que me predispõe para um novo dia, absorvo pétala a pétala daquela majestosa contagiante magnólia como se fosse minha pertença. É uma calota florida prenhe de viço que não deixa indiferente o mais distraído transeunte que passa na rua debaixo da copa. A duração da sua floração é passageira, cerca de 15 dias, mas a sua visibilidade é arrebatadora.
Resta um agradecimento à natureza e à sra. dona Odete que a tem deixado livremente expandir-se, segundo me disse é quase cinquentenária.
(antonio)