Porto Vivo ou Porto morto
Com a devida vénia transcreve-se o artigo de Reinaldo Beça que saíu no JN de hoje. Não é demais que a indignação chegue sempre a mais um contra os destruidores dos legados da cidade
"Por onde passa a Sociedade Porto Vivo com a sua sanha destruidora em nome de obras de reabilitação e reclassificação citadina, o Porto morre mais um bocado até ficar morto de vez. Estas obras e mais obras que os portuenses já aturam há mais de cinco anos são responsáveis pelo abandono e despovoamento da cidade. Mataram-na, mumificaram-na, petrificaram-na, tiraram-lhe a vida fervilhante e pulsante. O que irá ficar após as intervenções e reclassificações? Um pétreo mundo cinzento, ordenado, reclassificado que nem para passear serve, que fará para habitar? Onde está a vida que a cidade já teve e que expurgaram, descaracterizando-a e apagando as memórias dos seus habitantes? Transformar um jardim florido, com uma artistica calçada portuguesa, num pétreo logradouro incaracterístico, onde reina a angústia dum cinzentismo granítico não céltico mas chinês, é uma irracionalidade inadmissível mas talvez à medida dos cérebros empedernidos dos seus autores."
Deixem-me aqui um aparte - quem assim fala, neste caso escreve, é um verdadeiro portuense.Eu também me sinto ferido com essas destruições. A história vos renegará, gente sem tino, das malfeitorias!... Por mim não há absolvição possível! E eu que ingenuamente pensava que as aberrações como a destruição no passado do verdadeiro Palácio de Cristal já não aconteceriam nos dias de hoje!...
C/a faca afiada, antonioduvidas