Os "velhos" professores primários II
Foi assim com este título em epígrafe que em 18/03/2007 abordei pela positiva, características desta classe profissional. Vamos agora continuar a falar destes profs.
Um caro amigo de seu nome Maurício Branco que vai aqui no blogue aparecendo com comentários sempre oportunos aguçou-me o apetite telefonando-me a dizer que tinha um diário de seu pai, professor primário, dos anos quarenta do século passado, leccionou no Couto de Cucujães. Facilitou-mo para uma olhadela, na imagem, que agora tenho aqui à minha frente.
Sinto muita admiração pelos professores primários da geração anterior à minha. Já aqui no blogue tive oportunidade de falar de alguns que ainda conheci aqui na cidade do Porto, bem como também dei o meu testemunho da minha professora primária. Eram pessoas do saber que puxavam pelos alunos, as aprendizagens eram levadas a sério. A competência do professor e a sua exigência eram transmitidas aos alunos que viam no mestre um modelo a seguir. Hoje admiramo-nos e ficamos de boca aberta sobre o que na altura era ensinado na sala de aula e absorvido pelos alunos, sem as comodidades que hoje existem, luz eléctrica, aquecimento, etc.
O presente diário do professor João Baptista Branco Duarte, nascido em Nespereira, Cinfães, refere-se aos anos de 1941/42 – 3ª classe e 1942/43 – 3ª e 4ª classes na Escola masculina de Carregoso – Couto de Cucujães vem confirmar o que tenho dito sobre essa classe profissional. A programação, o rigor e a exímia caligrafia desse diário são atributos que se perderam nos tempos de hoje. Tudo feito com peso e medida que o filho do professor em apreço, meu caro amigo Maurício Branco em boa hora compilou e encadernou para a posteridade. É um manancial educativo que os politólogos do ensino deviam esfolhear. Foi pois com toda a justiça que foi dado nome de uma rua numa localidade onde leccionou, ao professor João Baptista Branco Duarte.
Ver link: http://magisterio6971.blogs.sapo.pt/91305.html
Já por aqui falei num professor primário, Carlos Soares, que chegou a ser professor de meu pai nos anos vinte do século passado. Escreveu vários artigos, que já aqui publiquei, no semanário Educação Nacional, sobre o estado das escolas do concelho de Cinfães no início do século passado. Foi presidente da C.M.Cinfães e nessas funções fez chegar à minha terra, Macieira, freguesia de Fornelos, a estrada em macadame em 1935. O povo da terra num gesto de gratidão ao prof. Carlos Soares mandou colocar uma lápide de mármore, num pedestal de três blocos de granito aparelhado, que ficou a assinalar o acontecimento. Ficou, virgula, a lápide foi destruída há seguramente mais de meia dúzia de anos e nunca mais foi colocada uma nova. E agora aqui vou ser duro para com o senhor presidente da C.M.Cinfães, que não confundo com o meu colega de curso professor José Manuel Pereira Pinto, que já vai no terceiro mandato, sabe do que se passa, já lhe comuniquei por escrito mais de uma vez e a situação continua insolúvel. É triste, mas é verdade que o senhor presidente da C.M.C. não se preocupe em manter as memórias dos nossos antepassados nomeadamente dos professores e neste caso também um antigo presidente da CMCinfães. Terá outros afazeres a nível concelhio não lhe dando tempo de sobra para se preocupar com estas minudências, é o que sou levado a pensar com algum esforço.
Ver: - http://magisterio6971.blogs.sapo.pt/137996.html
- http://magisterio6971.blogs.sapo.pt/322765.html
Ant. Gonç. (antonio)