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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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Olhar o Porto CXXI (O miau encurralado)

A noite tinha sido molhada, foi sempre a esgalhar, acordei bem cedo, passei os olhos pelo computador e liguei às notícias do motor sapo, e dentro em nada já me encontro no ginásio a fazer uns alongamentos. E de tarde? Como de costume, faço muitas vezes, uma pescadinha de rabo na boca, vou por um lado ao âmago duro do Porto e volto por outro, sempre a gastar solas.

Então meti pés a caminho marginal fora, observando a corrente forte do rio e bandos de corvos marinhos a adornar as sapatas dos pegões da Ponte do Freixo, chegam sempre nesta altura do ano. Arribo à praça da Ribeira, uma calmaria, não havia futebol no Dragão com clube estrangeiro para encher aquelas esplanadas; Rua de S. João; Mouzinho da Silveira e faço uma viragem à esquerda para a rua da Ponte Nova e num prédio a cair aos bocados chama-me a atenção uma placa alusiva ao pintor Silva Porto que ali nasceu. Rua das Flores e já na Rua dos Caldeireiros cujo nome já não diz a cara com a careta encontro motivo para este post.

Um carro parado em cima do passeio, ali a rua é estreita, capôt aberto e um grupo de mirones, eu fui um deles, a espreitar para o motor do veiculo. Miau, miau, era o que vinha lá das entranhas do emaranhado compacto de peças que abraçam o motor. É um gato, é um gato pequeno que se meteu sabe-se lá onde, dizia o pessoal. Se uns mais sintonizados com a defesa dos direitos dos animais diziam, coitadinho do gatinho, é preciso salvá-lo, nem que se chame os bombeiros! Outros, e nestas coisas há treinadores de bancada para todos os gostos, argumentavam que se lhe atirasse um balde de água ele tinha que se pôr a mexer. Outros ainda, os mais radicais, gatos há muitos, está agora o homem, dono do carro, a perder tempo por causa de um gato… Se fosse comigo punha o motor a trabalhar e seguia caminho, era mais gato, menos gato, verborreavam. No meio de todo este driblar de bocas, há uma vizinha dum estabelecimento ao lado que telefonou a um conhecido de uma oficina que veio com um macaco hidráulico numa pick up, levantou o carro dum lado. Busca aqui, busca ali, em cima e em baixo e a situação continuava sem gato à vista embora se ouvissem os miaus. Depois alguém arranjou uma vara plástica curva e lá se tentou chegar junto do bichano. Após várias tentativas o pretinho lá se pisgou de tal maneira espavorido que foi para o meio da rua em correria não sendo esmagado por um automóvel por um tris. Fim da estória, fim feliz.

 

 

 (antonio)

3 comentários

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    mbenilde 23.11.2011 00:03

    Se todo esse aparato se deu lá para as bandas do Dragão, cá para mim, o bichano era sem dúvida alguma, o Tareco do Pinto da Costa que se escondera envergonhado com derrota do Porto.

    Gostava de ter presenciado esse filme. Na verdade, era de rir a bom rir. Ele há coisas...

    António, continua as tuas passeatas e conta-nos, como só tu o sabes contar, essas histórias mirabolantes.
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    antonioduvidas 23.11.2011 08:32


    Eh Benilde, esse Tareco do Pinto da C. é um animal com status não anda pela parte pobre embora histórica da cidade que foi onde a cena se desenrolou.
    No restante do teu comentário, aquele abraço para ti, pois sabes estimular-me.

      (antonio)
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