Olhar o Porto - CXVIII (A burguesia e o operariado)
Último domingo de Outubro. A hora tinha mudado nessa noite, a “hora nova” sobrepôs-se à “hora velha” e assim mais uma horita no berço para aqueles devotados do deus Morfeu.
O encontro tinha sido marcado no Campo Alegre junto ao edifício da Junta de Massarelos, para a partir daí irmos farejar a cidade desconhecida. O magote de aderentes, mais de uma centena, foi maestrado pelo grande Germano Silva (grande na idade, na pedalada, na lucidez e na bagagem intelectual). Logo ali no Campo Alegre as quintas e os palacetes da burguesia foram sucessivamente escalpelizados pelo mestre. Em passo de boa caminhada, (os mancos, os obesos e os pernetas viram-se aflitos), pela sugestiva Rua de Entre- Campos e chegamos ao promontório da Arrábida. Aí uma pausa para admirar a esplendorosa paisagem e as máquinas fotográficas a registarem a elegância da ponte e ao fundo a pitoresca Afurada bem como a foz do rio. Estávamos em plena Arrábida onde agora o casario modesto foi do operariado das várias fábricas de fundição que por ali existiam. Passamos ao lado das torres do Aleixo e descemos à marginal percorrendo toda a rua do Ouro até Massarelos. Zona eminentemente ligada à navegação marítima, sempre a ouvir a sabedoria do mestre Germano sobre marinheiros, calafates e toda a arte ligada aos estaleiros de construção de navios.
Tinha feito este mesmo passeio à cidade em 2006, eh como o tempo passa!... com outro orientador ligado à CMP. São sítios com muita história onde há sempre mais e mais informação que se apanha.
(Na imagem, há cinco anos, Franc. o reporter de serviço que tem registado estes passeios à cidade, a fotografar a foz do rio na Rua da Arrábida)
Fiquem bem, (antonio)