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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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Olhar o Porto - CVI (Das minhas memórias)

Germano Silva consagrado historiador da cidade, na sua rubrica semanal, no último domingo no JN destacava o Café Camanho que existiu na Praça ao lado da Igreja dos Congregados onde mais tarde foi feito o edifício do Banco Nacional Ultramarino. Foi local de homens de letras e de políticos, local onde se fabricaram géneses de revoluções.

Das minhas vivências aqui pela cidade destaco o Café Embaixador na Rua Sampaio Bruno onde faziam sala, tertúlias se preferirem, um grupo de Delegados Escolares e professores entre os quais destaco o velho Natal. Velho é uma força de expressão que memorizo da minha juventude pois o homem morreu novo, isto visto agora à luz da minha maturidade. Ali a dois passos o "Imperial" com a sua porta giratória e porteiro vestido à maneira, era ponto de encontro de industriais que estacionavam o carro junto ao cavalo (leia-se estátua equestre de D. Pedro IV), havia lugares à brava, e iam cavaquear com os seus pares com um café de saco de permeio. A cada passo era chamado ao telefone pela instalação sonora o senhor fulano de tal... Em plena Baixa a "Brasileira" ex-libris de cavaqueira onde predominavam  advogados e médicos. E que dizer do grande "Paladium" no gaveto da Rua de Santa Catarina com Passos Manuel! Era ponto de encontro, nos anos quarenta, de negociantes de volfrâmio. O Café Porto Santo tinha e tem entrada pela Rua de Santo Ildefonso e pela Formosa. Com as suas mesas em mármore que tinham um açucareiro e "à borliú" o empregado trazia uma garrafinha com bico, de bagaço quando o cliente pedia "um cheirinho". Neste café parava por lá gente de saia curta e olhares fulminantes, mas nada que se compare com a chungaria dos Cafés Derby e Royal na Rua Chã onde a oferta era à descarada. (O regime de Salazar também tinha as suas liberdades!...). Dos Cafés de estudantes recordo o "Nosso Café", onde amaciei algumas cadeiras, ao Campo 24 de Agosto, o "Estrela D´ouro" na Rua da Fábrica que tinha um marco do correio no interior, e o Café "Diu" na Carvalhosa. Deste lembro-me de em plena canícula de Agosto ir para a praia Emília Barbosa de Matosinhos no eléctrico a abarrotar, com gunas nos estribos sempre com o olho no, vulgo "deixa andar" ou "pica", e ver o pessoal no marranço certamente com exames à perna na segunda época. Estes Cafés tinham uma fila de mesas geralmente junto a uma parede "destinadas a estudantes". Bem o mais carismáticos de todos, mas este eu não frequentava, era o "Piolho" que anda agora num ai Jesus com as esplanadasque terão de ser demolidas, segundo o JN de hoje. http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1692886

 

Fiquem bem, antonio

2 comentários

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    mbenilde 24.10.2010 16:58

    Faltou falar do chiquérrimo Café Majestic. É imperdoável, esse teu esquecimento, António, até porque foi considerado património cultural da cidade do Porto.
    Já, agora, aproveitando o tema, partilho convosco o que Almeida Garret, um dia  escreveu:
    "O viajante experimentado e fino chega a qualquer lugar, entre no café, observa-o, examina-o, estuda-o e tem conhecido o País em que está.O seu governo,a sua religião,as suas leis,os seus costumes.Levem-me de olhos tapados onde quiserem.Não me desvendem senão no café, e prometo-lhes que em menos de dez minutos, lhes digo a terra em que estou, se for país sublunar."
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