Passeio JN de Setembro de 2010
Realizou-se hoje, 25 de Setembro de 2010, mais um Passeio JN comemorativo do Centenário da Implantação da República Portuguesa. O registo fotográfico foi efectuado por Maurício Branco. Basta clicar na fotografia para visualizar o álbum. Sobre o mesmo e pela pena de Pedro Olavo Simões, a quem envio as minhas mais calorosas saudações do Covelo, pode ler-se no Jornal de Notícias (JN) de domingo, 26 de Setembro de 2010:
«RANCHO ENCERRA COM ESTILO AS CAMINHADAS REPUBLICANAS»
Encetada em Janeiro, com enfoque inicial na revolta portuense de 1891, chegou ontem ao fim a série de passeios JN, orientados por Germano Silva e consagrados ao papel da cidade do Porto na vida republicana. Foi dia de passear pouco, pois uma hora inteira foi dedicada a assistir à encenação que o Rancho Folclórico do Porto, cuja presença ao longo destes nove meses foi constante, preparou e montou no salão nobre da Junta de Freguesia do Bonfim.
Concentrando-se os passeantes no Campo 24 de Agosto (data da revolução liberal de 1820), o cicerone traçou alguma relação que há entre os que derrubaram a monarquia absoluta e os republicanos (entre os primeiros liberais começaram a germinar em Portugal as ideias republicanas), mas aproveitou também a circunstância de ali estar a estátua de Afonso Costa, a mais eminente e polémica figura da I República, para tecer outras considerações sobre o regime implementado em 1910.
Mas, havendo Germano Silva há, essencialmente, Porto. Daí que a presença do grupo naquele sítio que já foi do Poço das Patas, que foi também de Mijavelhas ou, numa versão mais suave, Campo Grande da Feira do Gado, serviu para recordar histórias relacionadas com o local, designadamente a importância que teve no abastecimento de água à cidade, documentado pela ruína visitável em plena estação do metro.
O momento alto foi, como dissemos, a encenação levada a cabo pelo rancho. Embora a palavra "rancho" seja, usualmente, associada a performances de folclore mais ou menos genuíno, não é o caso deste grupo, que nos habituou a quadros baseados em rigorosas escolhas históricas e etnográficas, apoiadas em sólidas noções cénicas e em excelentes vozes. Ontem, ganharam sentido muitos dos quadros que fomos vendo, pelas ruas, ao longo do ano, num percurso entre a revolução liberal e o Cinco de Outubro.
Para o anedotário dos passeios entra a presença, na multidão, de dois monárquicos, um jovem, outro nem por isso, que por ali andaram empunhando bandeiras da monarquia constitucional, enquanto um fotógrafo que os acompanhava ia disparando, não se sabe para que efeito. Foram divertidamente ignorados por todo o grupo... P.O.S.»
Saudações tripeiras do Francisco.