Olhar o Porto - LV (O liberalismo)
Os passeios de Outono promovidos pela CMP versam sobre o liberalismo. Os combates entre absolutistas e liberais tiveram epicentro aqui na cidade do Porto em 1832.
Hoje tivemos a oportunidade, sob orientação do Dr. Júlio Couto, de calcorrear os locais onde estiveram instaladas baterias afectas a D. Pedro. Assim a linha defensiva de Torre da Marca que ficava ali nos limites do Palácio de Cristal que metralhava as linhas inimigas de D. Miguel do outro lado do rio Douro. Mais a montante a bateria das Virtudes bem como da Vitória também posicionadas para alcançar as forças miguelistas do outro lado em Gaia. Descendo da Vitória pelas escadas da Esnoga encontramos vários conventos cujos frades tinham dado às de Vila Diogo quando as tropas liberais ali chegaram pois eram afectos a D. Miguel. Descendo sempre até à Ribeira, onde aí demos uma olhadela com um leve sorriso ao modernaço S. João que foi colocado, há poucos anos, por uma vereadora do consulado de Fernando Gomes, no nicho da monumental fonte, obra dos Almadas no tempo do Marquês de Pombal. De facto o que ali se vê não diz a cara com a carêta mas adiante, passamos para a outra margem e subimos até à Serra do Pilar onde D. Pedro conseguiu instalar uma bateria defensiva que dominava a cidade. Devido ao sítio estratégico teria alterado o rumo dos acontecimentos se fosse tomado por D. Miguel.
Agora pelo tabuleiro superior da ponte Luís I fomos até à Sé e aí ouço, à minha sugestão, uma apreciação à tão badalada “Casa dos 24”, bem como à posição da estátua "O Porto" que ninguém entende. Como esta estátua andou sempre às bolandas pela cidade desde que foi apeada do frontispício da antiga câmara do Porto, não me espanta nada que mais ano menos ano vá para outro sítio ou ficar no mesmo com uma rotação de 180 graus. As críticas que até aqui têm sido encobertas, não pelo comum dos cidadãos que sempre as fez, lá se vão ouvindo por pessoas que sabem e estudam a cidade.
Igreja dos Grilos e Rua de Santana com uma abordagem ao arco do mesmo nome, celebrizado por Almeida Garrett, que faz parte da antiga muralha, por muitos Sueva, por outros Romana. Rua da Bainharia e Travessa do mesmo nome, junto ao encapuzado Rio da Vila, onde finalizou mais uma aula ao vivo dos sítios mais marcantes do liberalismo.
(Na imagem, no final do passeio, tudo atento às histórias que Dr. Júlio Couto tão bem sabe contar a troco de tudo ou de nada)
Fiquem bem, antonio