Numa altura em que os cheiros do S. João andam no ar, mais uma esticadela às pernas e não só, por locais onde esta festividade tem mais sentido. O veterano historiador Germano Silva, que conhece a cidade a palmo, guiou-nos por locais onde o S. João é festejado como sempre foi, Bonfim, Lomba, praça da Alegria, rua de S. Vítor, Fontainhas e o tão característico Bairro Herculano, (tão recordado pelo caro Branco), que apesar de ficar no centro da cidade, entre a rua de Alexandre Herculano e rua das Fontainhas, é pouco conhecido de muitos portuenses. Por esses locais cascatas elaboradas por associações de moradores são dignas de visita. Como já vai sendo habitual o Rancho folclórico do Porto, que acompanha sempre estas visitas à cidade, efectuou várias interpretações alusivas a esta data simbólica para a cidade.
Assim escreveu o Professor Hélder Pacheco sobre o Bolo de S. João, em Junho de 2007
BOLO DE SÃO JOÃO
Os comeres regionais, as tradições gastronómicas locais afirmam uma identidade e constituem factores significativos das diversidades culturais que representam o património do país. Nesta perspectiva, as comidas cíclicas assumem particular significado quanto aos usos e costumes das localidades ou regiões.
Nos acontecimentos que integram as tradições portuenses, têm especial importância as Festas de S. João. Não sendo padroeiro da cidade, o Santo Percursor deu origem ao período mais animado e intensamente vivido pela população, na sua dimensão festeira familiar, convivial, comunitária e, sobretudo, participativa. E, como em todas as épocas especiais, a comida está presente, através do carneiro, cabrito ou anho assados com batatas, na noite ou no almoço de 24 de Junho, ou do pão quente com manteiga e café com leite, na madrugada do mesmo dia. Faltava, porém, um doce (como nas demais festividades cíclicas) próprio da quadra.
Talvez por isso, os pasteleiros do burgo inventaram – ao que, para já, sabemos – pelos anos trinta ou quarenta do século XX, uma receita adaptada à época, que designaram por “Bolo de S. João”. Seria largamente anunciado (designadamente na imprensa) e vendido nas principais pastelarias portuenses ao longo daquelas décadas como “especialidade”.
Inexplicavelmente, a partir dos meados do século, aquilo que parecia uma tradição a entranhar-se no ciclo da festa – salvo em algumas casas que a mantiveram residualmente -, caiu no esquecimento e desapareceu dos hábitos da cidade.
No momento em que a requalificação e o próprio renascimento urbano do Porto estão na ordem do dia, parece evidente que elas passam também pelo revigorar da tradição, a animação do comércio e o desenvolvimento de práticas culturais que dinamizem a vida portuense. Conscientes da importância da Festa Sanjoaneira e suas manifestações para a valorização e defesa da identidade tripeira, a UNIHSNOR – Núcleo Pastelarias com o apoio do Exm.º Sr. Professor Hélder Pacheco, organizaram e dinamizaram um grupo de pastelarias da cidade para promover junto do público o relançamento do Bolo de S. João, como especialidade da época.
O objectivo desta iniciativa é incentivar o progresso de costumes, hábitos e actividades que, para lá dos aspectos sociais e culturais, contribuam para o crescimento do comércio portuense, esteio e motor da vida da urbe. Por que não comemorar a Noite no convívio da família e dos amigos, com umas fatias deste bolo e saboreando o néctar sublime chamado Vinho do Porto? Por que não servi-lo à mesa do almoço do dia de S. João? Por que não degustá-lo juntando-lhe sorvete, doce de ovos, chocolate, o que melhor lhe aprouver e souber? Um bolo pelo S. João? Reinventar uma tradição? Um gosto pelo Porto? Porque não?
Estimados colegas Estou a lembrar-me dos colegas que não puderam estar presentes no evento comemorativo do 46.º aniversário do nosso curso. E, portanto, não sabem que o evento comemorativo do 47.º aniversário será em Cinfães, no penúltimo sábado do mês de maio de 2018. Por via disso, lembrei-me de publicitarmos de todas as formas possíveis e impossíveis, esta decisão que tomámos no passado dia 27/05/2017.
Foi com muita surpresa minha que, recentemente, encontrei esta curiosa antiguidade na cave da casa de uma tia.
De entre as várias velharias indagadas esta mereceu uma minuciosa observação, a fim de descortinar a sua utilidade.
Como podem observar é uma caixa em latão com orifícios artisticamente recortados, nas faces laterais e tampa. Curiosamente, esta tem uma guarnição em madeira.
Uma pega serve para a transportar o engenho de um sítio para o outro, com a máxima segurança. No seu interior vê-se um recipiente oval, também em latão.
Este objecto, certamente, foi engendrado, com grande mestria, por um sábio engenhoqueiro. De alta tecnologia, em tempos que já lá vão, era de grande utilidade.