Pela ruralidade - CLXXX(No passadiço do Paiva)
Num domingo de sol radioso, por sinal dia da mãe e dos trabalhadores, em que se ouvia o cantar do cuco ramalheiro, éramos cinco, três repetentes e dois primários que quiseram saborear o Paiva (lá na terra diz-se “a Paiva”) e a sua envolvência. A pureza da natureza alcantilada desde lá do alto até beijar o rio que ora vai em remanso ora em cachoeiras é daquelas coisas que só quem vai ao passadiço pode usufruir.
No passado só os aventureiros das águas bravas tinham esse privilégio, se bem que também pouco o desfrutavam, iam mais interessados na condução, que tinha de ser exímia, dos insufláveis.
Tínhamos já feito a experiência antes do incêndio que danificou parte do passadiço e vegetação. A mãe natureza já se encarregou da recuperação e agora praticamente já não se nota por onde passou o “vermelho”. O momento forte do passadiço são as sucessivas escadas com patamares. Ali os mais fracos vão-se batendo com os bofes se para isso não tiverem treino.
Os passadiços do Paiva são agora conhecidos no país e começam a ser também no estrangeiro. Costumo dizer que se deve ir ao passadiço pelo menos uma vez tal como os muçulmanos que vão a Meca pelo menos uma vez na vida. Há também a opção de percorrer o passadiço mentalmente, se não estiverem aptos a ir ao terreno. Quem achar que não tem pedalada para todo o passadiço (ver site na NET) pode optar graciosamente ir do Areinho até à cascata da Aguieiras onde há uma nova escadaria entre sobreiral. Quem começar na Espiunca tem um parque a dois passos. Se começar no Areinho também tem um pequeno parque junto ao rio e um amplo parque mais distante que pessoalmente não aconselho, fica num descampado sob um sol tórrido.
Ant.Gonç.(antonio)