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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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I Centenário da I Grande Guerra

 

Escabelo

 

Esta é uma efeméride que me marca particularmente porque me traz à memória as histórias, aventuras e desgraças que o meu avó materno me contou da sua vivência na guerra.

Não é que me lembre do que ouvi, com muita pena minha. O que me lembro, isso sim, é da imagem do meu avô Elísio, sentado no escabelo (imagem), a contar-me tudo o que se lembrava. Junto a nós, ardia o lume na fogueira e a minha avó Maria, preparava o jantar nas panelas de três pernas. Eu, claro que tinha o fascínio do fogo e só queria queimar algumas agulhas de pinheiro. Tanto que a avó Maria dizia que eu ia fazer xixi na cama. Ela não dizia bem assim mas aqui fica melhor.

Isto são recordações minhas da aldeia de Cabeçais, freguesia de Fermedo, concelho de Arouca, distrito de Aveiro.

Mas o que a data de hoje assinala é o 1.º centenário da I Grande Guerra.

Saudações paranhenses do Francisco.

VÍDEO

 

Olhar o Porto - CXCIII(A muralha Fernandina)

O não licenciado mas catedrático nos saberes sobre o Porto lá estava à hora marcada, no largo actor Dias ao lado da estátua de Arnaldo Gama,  célebre escritor da cidade.

Uma fresca manhã de domingo, propícia para dar uma esticadela às canetas já que o tema do passeio, muralhas Fernandinas, já me é familiar, e nada de novo me iria só por si despertar a curiosidade. Mas como iríamos percorrer todo o trajecto das muralhas, 3 Km e pico, era motivo então para me fazer à estrada. Estou quase numa de hiperbolizar dizendo que só me falta fazer os caminhos de Santiago.

Nestes passeios com Germano Silva há sempre uma abordagem aos marqueses de Pombal do Porto – esta referência é da minha autoria – João de Almada e Melo e seu filho Francisco de Almada e Mendonça. Foram duas personalidades marcantes, arregaçaram as mangas e alargaram a cidade com novos arruamentos para fora das muralhas , se bem que com a destruição de grande parte das mesmas. Apenas dois panos foram preservados, o dos Guindais a leste e o das escadas do Caminho Novo a oeste e uma única porta ainda existente, postigo do Carvão, junto ao cais da Estiva.

Não vamos aqui dissecar sobre o historial das muralhas, pois na internet está lá tudo para quem se quiser enfronhar nestas coisas.

O numeroso grupo que se interessa por estas caminhadas culturais, chamemos-lhe assim, não passava despercebido pelo Porto histórico também ele apinhado de turistas. E aqui vai uma farpa para a CMP que devia ter brigadas de limpeza, mesmo ao domingo. Não é admissível, numa altura em que o Porto está numa boa de turismo, ver lixo espalhado pelas ruas nomeadamente nas Escadas do Caminho Novo que descem ao lado do pano poente da muralha.

Quanto às histórias humorísticas de padres, frades e freiras é um ver se te avias sempre com a malícia que só Germano sabe embrulhar, está-lhe na veia. Mas isso são tudo meias verdades, digo eu, o clero nunca se meteu em enredos, gostava eu de acreditar!... Camilo diz o contrário, não teve dúvidas.

 

Na imagem, o pano oriental da muralha e o grupo a ouvir o mestre junto à estátua de Arnaldo Gama.

 

 Ant. Gonç. (antonio)

DIA DOS AVÓS

 

 

 

 

Hoje, 26 de Julho, por ser o dia de Santa Ana e S. Joaquim, avós de Jesus Cristo, é o DIA DOS AVÓS.

É o meu dia também. E sou feliz por isso.

Faço votos para que todos tenham ou tenham tido um DIA DOS AVÓS muito feliz.

Saudações paranhenses do Francisco.

 

Engolir sapos

Os políticos portugueses representados ao mais alto nível pelo primeiro ministro e presidente da república fizeram cara feia mas engoliram mesmo sapos vivos em Timor. A entrada da Guiné Equatorial, onde não se fala português, para a CPLP  (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) pela mão afectuosa de Xanana Gusmão, ironia do destino, deve-lhes ter feito muita azia no estómago, mas aguentaram impávidos como é próprio dos fracos, neste caso.

A nossa comunicação social que só abordou de raspão, tinha aqui um bom motivo para explorar a situação mas entretanto virou-se para acontecimentos mais frescos como a queda de vários aviões com passageiros e o caso agora do BES com o poderoso que foi seu presidente agora a contas com a justiça.

 

(antonio)

Museu mineiro

 

 

Lembram-se das fotografias que estavam no restaurante do Monte Aventino, na Praça Francisco Sá Carneiro, onde se realizou um almoço de curso ?

Uma das vantagens de termos amigos no facebook que mal conhecemos, embora sejam eles próprios amigos de amigos nossos e, por isso, nossos amigos também, é exactamente esta: recebermos notícias e/ou imagens de coisas que desconhecemos.

E se há «coisas» que desconheço são museus mineiros. Na verdade não conheço nenhum. E há um, aqui bem perto de mim, mais concretamente em S. Pedro da Cova. Recebi imagens lindíssimas que me aguçaram o apetite para uma futura visita. Todavia, antes de o visitar, resolvi meter no google museus mineiros. Fantástico. Convido-vos a fazer o mesmo.

Para já, aqui vos deixo a página oficial do museu mineiro de S. Pedro da Cova.

 

MUSEU MINEIRO DE S. PEDRO DA COVA

 

Saudações tripeiras do Francisco.

Apontamento bélico

Este triste acontecimento do derrube de um avião de passageiros, com um missil, que se passou na Croácia trouxe-me à mente casos da guerra colonial.

Eu como já por aqui disse fiz tropa em Angola mas por aquilo que é do meu conhecimento as tropas portuguesas na Guiné começaram a perder a guerra quando  o PAIGC começou a utilizar misseis terra - ar , de fabrico russo, contra os meios aéreos. Foi o princípio do fim que apanhou de mãos atadas o poderoso comandante, homem forte na Guiné, Spínola.

 

 

    (antonio)

Carta de Ricardo Reis em 1925

Há dias fui a uma clínica, onde costumo ir a um médico meu conhecido de há anos, considero-o quase como médico de família sem o ser. Então há sempre na sala de espera uma mesa ao centro onde há várias revistas sobretudo do social para os pacientes deitarem os olhos para melhor passarem o tempo. Entre elas havia uma revista da Escola Secundária de S. Pedro da Cova de Junho, 2014 com o título Dito § Feito. Aí encontrei uma carta de Ricardo Reis a José Gomes Ferreira de 1925, despertou-me a atenção e que aqui transcrevo:

 

“Excelentíssimo José Gomes Ferreira

Caro amigo

É com apreço que lhe escrevo e com honra que lhe respondo. Conquanto não seja, certamente, merecedor das palavras elogiosas que me endereçou juntamente com os seus poemas. Pede-me que opine sobre eles, antes de os enviar ao seu editor. Com prazer o farei .

Decerto, o José é conhecedor da filosofia de vida horaciana apologética do carpe diem , que tanto defendo. Aproveitar o dia e os prazeres do momento. Neste ponto, vejo claramente que partilhamos o mesmo ideal, e as suas palavras são exemplares: “Vive em cada minuto/a tua eternidade”.

Todavia, além desse desígnio comum, não posso negar que sou também um epicurista. O que pretendo eu com isto? Sublinhar que a procura de felicidade deverá excluir toda a emoção exacerbada, pois, caso assim não fosse, a ataraxia seria uma miragem e Demócrito uma quimera. É aqui, caro José, que não posso deixar de me afastar de si e manifestar discordância quando da vida sugere: “Vive-a pleno e forte/num frenesim/de arremesso”. Assim, como me resigno perante o fatum, defendo igualmente a vivência despojada de sentimentos extremados que possam perturbar a alma. A minha e a de Lídia, como bem saberá.

O tempo não é mais do que o fluir do rio incansável que percorre a distância devida. Tal como o rio encontra nas suas margens a bússola que o guia até à foz, o homem tem limites que não deve ultrapassar. Permita-me a imodéstia dos meus versos:

“Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio. Mais vale saber passar silenciosamente e sem desassossegos grandes.”

Em contrapartida, não posso deixar de estar mais de acordo consigo quando proclama que a morte é sempre um fim: Para que a tua morte/seja sempre um fim/e nunca um começo”. Todos estamos acorrentados a esse destino comum.

Quando ao segundo texto, li-o de viés. Confesso-lhe a falta de oportunidade para me debruçar sobre ele com o tempo que certamente merecerá. Prometo que o farei em breve. No entanto para que não se aborreça o amigo, deixo-lhe as primeiras impressões de leitura:

Partilho da ideia que deve o homem estar preparado para qualquer devir da vida, assumi-la como única, independentemente, das agruras ou deleites. Se o momento for negativo, deve usar o instinto de modo a que lhe traga o menor desconforto para si e para os outros. As acções simples devem ser farol de vida, já que são estas que ficarão gravadas na memória depois da derradeira viagem de Caronte. Ouvir ao luar o canto do sapo imundo ou a voz dos rouxinóis é atitude sábia pela fruição que dá a quem ainda ao cais não chegou. Sejamos sábios. Optemos por um modus vivendi que nos propicie serenidade, calma, tranquilidade. Aproveitemos os dias que o dia chegará. A verdade, crua e objectiva, é que todos estamos amarrados ao destino e nada podemos para o impedir de até nós fazer chegar a hora. A cada passo que damos, aproximamo-nos cada vez mais do fim, portanto, devemos escolher uma vida de ataraxia e não desejar “morrer-se de outra maneira”.

Termino, não sem antes lhe dizer qual o poema de que mais gostei:

“Vai-te, Poesia!

Deixa-me ver a vida

exacta e intolerável

Neste planeta feito de carne humana a chorar  

Onde um anjo me arrasta todas as noites para casa pelos cabelos

Com bandeiras de lume nos olhos

Para fabricar sonhos

Carregados de dinamite de lágrimas.

Vai-te, Poesia!

Não quero cantar.

Quero gritar!”

 

Surpreendido? Um abraço de quem muito o estima. 

                             Ricardo Reis”

 

 

(antonio)

                                                                                                           

 

 

Pela ruralidade - CXLVIII(A égua também foi à festa)

Contam os antigos que as romarias sempre tiveram um sentido religioso e também eram um local de encontro de pessoas onde faziam compras nas doceiras sobretudo cavacas, roscas, rosquilhos, regueifas, doce teixeira, biscoitos de manteiga, enfim coisas não tão vulgares no dia a dia naquela época. A Igreja não descurava essa vertente do povo e então fazia, e faz, questão de com pompa fazer a missa campal bem como a procissão com toda a solenidade.

Tinham um sentido de festa como na verdade era, até se ouvia dizer, dia tantos vamos à festa. As romarias que se realizam por todas as terras ainda vão mantendo o sentido religioso, mas não tão acentuado como no passado, aqui no Porto segundo o historiador da cidade Germano Silva, havia procissões a miúde. Mas é sobretudo no meio rural que as romarias vão perpetuando a religiosidade se bem que o aspecto laico esteja agora mais vincado.

O título em epígrafe desta  crónica tem a ver com uma senhora idosa, cumpridora de promessas, que todos os anos vem à festa do Senhor dos Enfermos que se realiza no dia de Pentecostes em Macieira, Fornelos - Cinfães. Esta bonita égua é o meio de transporte da idosa, vem duma aldeia que fica nos contrafortes do Montemuro, com mais de uma hora de viagem. Da breve conversa que tive com a romeira disse-me que não podia vir de automóvel porque enjoa e então opta pela equídea.  A título de mera curiosidade tem filhos bem sucedidos na cidade do Porto a nível da restauração, que lhe poriam um carrão à disposição se fosse caso disso.

Esta senhora sem dar conta é a última que utiliza este meio de transporte que no tempo dos nossos avós  foi vulgaríssimo.

 

Na imagem a égua no quinteiro do meu vizinho esperando que a dona regressasse do arraial.

 

  Ant. Gonç. (antonio)

Jardineira orgulhosa

Elas aqui estão, as hidrângeas do meu jardim, com toda a força, alegrando e moldurando um caminho, com cerca de 40 m de comprimento.

Inicialmente, devido à aplicação de cal no solo, vestiram-se de  azul, mas, atualmente dão primazia às cores roxa e rosa.

No ano passado, não floriram, ficaram zangadas com a podadeira que as tosqueou, sem  dó nem piedade. Como também aprendemos com os nossos erros, o corte da última poda já  foi executado com alguma sapiência e voilá.

Espero que gostem

 

Benilde

 

 

 

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