A m/memória do 10 de Junho
O 10 de Junho que anualmente se comemora, é feriado nacional, dia de Camões e das comunidades portuguesas é sempre por mim sacado das minhas memórias, e porquê?
Já por aqui abordei o assunto quando em vários posts me referi a “histórias da guerra”, vou-me certamente repetir. Tinha o batalhão de que fazia parte acabado de chegar a Angola à zona de guerra, Quicabo de seu nome onde apenas havia um foleiro aquartelamento e alguns pretos dentro da cerca do arame farpado, que trabalhavam numa fazenda. Depois de alguns dias de reconhecimento do terreno com o batalhão residente que nos foi dando umas dicas sobre o inimigo, foi depois para o leste de Angola, ficamos entregues à bicharada.
Foi então precisamente no dia 10 de Junho de 1967 que uma coluna de viaturas militares entre o Caxito e Quicabo foi apanhada numa emboscada que resultou em mortos e feridos com uma viatura GMC incendiada, por sinal a que levava o correio que tinha ido da metrópole, um aerograma que os meus pais me tinham enviado, foi-se. Foi o baptismo de fogo que deixou o pessoal do batalhão abanado, mas havia que recuperar forças morais e físicas, pois a missão que tínhamos em Angola estava ainda no começo.
Eu que era militar do arame farpado, leia-se, tinha missão dentro do aquartelamento, também senti todo esse drama.
Ant.Gonç. (antonio)