Pela ruralidade - CXLIII(No Portugal profundo)
É com este título em epígrafe que o nosso país se está a tornar cada vez mais aprofundado. A desertificação do interior está em aceleração desde já há bastante tempo, ficará Portugal no futuro reduzido a uma faixa litoral povoada e turisticamente visitada, e o resto será paisagem.
Ontem, com parte da família e um casal amigo mergulhamos no Portugal profundo, fomos almoçar à Gralheira, aldeia serrana cheia de memórias, que fica na serra do Montemuro, terras de Cinfães. Um cozido à portuguesa, gastronomia à maneira, é um dos pratos que faz furor. Para quem gosta de sabores serranos aconselha-se a sair do local de conforto, como agora se diz.
Após o almoço, conforme o que tínhamos programado dirigimo-nos para terras do concelho de Resende, onde já se vêm as cerejas a pintar, e fomos ver o espectacular “Penedo de S. João” (ver imagem que consegui com a minha sony, outras podem ser vistas na NET), cujo equilíbrio no alto de um monte nos deixa pequeninos perante estes fenómenos naturais. Sobranceiro a uma vasta área do vale do Douro desde a ponte de Mosteirô até a montante da ponte da Ermida.
Para completar esta digressão dirigimo-nos ao mosteiro de Santa Maria de Cárquere, monumento nacional, do tempo de D. Afonso Henriques e do seu aio Egas Moniz. Uma olhadela pela parte exterior daquelas memórias foi o que nos foi possível, pois tudo encerrado sem ninguém para mostrar. A cultura tem destas coisas, não há certamente dinheiro para despender com quem se dispusesse elucidar os interessados que eventualmente visitam estes monumentos.
No regresso a casa que fica na tal faixa litoral, ainda passamos por Aregos mesmo à beira do Douro e lá ia rio acima um dos barcos repleto de turistas que certamente iam ver as belezas do Alto Douro.
Ant. Gonç. (antonio)