Olhar o Porto - CLXXXIX(rios, ribeiros, córregos)
Uma arreliadora má disposição reteve-me hoje na cama não me deixando ir ouvir o professor Germano Silva. Sim, para mim prof. é aquele que ensina e o sabe fazer.
Vou então aqui debitar virtualmente o que o mestre certamente iria dizer, não com as buchas humorísticas que só ele sabe encaixar aqui e ali. A cidade do Porto desenvolveu-se orograficamente por altos e baixos, é pois natural que nas linhas de água (aprendi esta designação na tropa), corram rios, regatos, ribeiros ou córregos.
Começando de poente para nascente temos a ribeira da Granja que vem de Ramalde e desagua no Douro, Largo do Calem mesmo em frente à ilha do frade (a ilha da malandrice, já por aqui fiz referência). Esta ribeira que a montante tem outros nomes tem tido um trabalho meritório do Eng. Poças Martins da CMP na sua despoluição, havia muitas condutas de saneamento particulares ligadas.
Rio de Vilar, vem das imediações da Praça da Galiza e vai ter ao Douro em Massarelos.
Rio Frio nasce em Cedofeita e vai desaguar em Miragaia, junto à Alfandega.
Depois temos o rio da Vila entre o morro da Sé e da Vitória, vai da praça Almeida Garrett até à Ribeira. Recebe águas que vêm da rua Camões e Bonjardim já perto do Marquês e de outras que vêm de Sá da Bandeira, imediações da capela de Fradelos. Este rio tem a particularidade de correr no subsolo da rua Mouzinho da Silveira em grande obra de cantaria com corredor lateral para monotorização.
Mais para nascente temos o ribeiro de Mijavelhas que nasce por alturas da Av. Fernão de Magalhães, passa pelo Campo 24 de Agosto e vai ter ao Douro perto da ponte Maria Pia. Sobre este manancial há na estação do METRO do Campo uma interessante recuperação que aconselho a visitar quem eventualmente não conheça.
Na parte mais oriental da cidade temos o rio Tinto e o rio Torto, desaguam no Douro, ao Freixo, junto à marina. Têm parte dos seus cursos em Gondomar. Como o nome dá a perceber o primeiro anda muito poluído.
Uma particularidade, todos estes rios, riachos ou o que lhe queiram chamar tinham moinhos para moagem dos cereais.
Este foi um visionamento incompleto das linhas de água do Porto.
Nota: Ao ler a crónica de hoje no JN de Germano Silva sobre fontes e chafarizes achei sintomático dizer que no local onde actualmente está aquele tanque, na avenida dos Aliados, havia a fonte do Olho do C.
Sem usar uma designação sarcástica o cronista não usou bonomia dizendo espelho de água mas sim “tanque”. Para bom entendedor meia palavra basta.
Ant. Gonç. (antonio)