Olhar o Porto - CLXXXIV(os teatros)
Ponto de encontro de gente ávida para saber mais sobre a cidade com o historiador Germano Silva, foi no sítio da cividade, ao cimo da rua do Corpo da Guarda. Foi ali a dois passos da Sé, (Eh, por falar na Sé, é uma dor de alma daquele morro olhar para o telhado da catedral e ver o que mais se parece com um campo de erva, então D. Manuel Clemente deixou a Sé naquele miserável estado?!... Vai sobrar para o novo bispo,António Francisco, pois vai e quanto antes) o núcleo primitivo da cidade rodeado pelas muralhas romanas – a cerca primitiva. Logo ali se soube pela boca do grande mestre e também do seu colaborador António Fernandes, director do rancho folclórico do Porto, um sabedor também das coisas da cidade, que ali existiu o teatro Corpo da Guarda. António fez o historial do teatro desde a mitologia grega.
Germano, um comunicador por excelência, dizia que os portuenses sempre foram virados para o teatro, pantominas e festas populares. No aspecto religioso faziam-se muitas e extensas procissões e não é por acaso que havia muitas capelas e cruzeiros que foram sendo mudados de sítio ou destruídos por exigência da vida moderna.
Teatro S. João dos nossos dias, foi a grande referência de teatro no Porto e no país. O edifício foi a primeira obra feita em betão armado. Ainda na praça da Batalha, o Águia d´ouro, actualmente hotel, foi aberto como teatro, na parte de cima tinha uma hospedaria e em baixo um café frequentado por gente das letras, Guerra Junqueiro, Antero de Quental, Camilo e outros.
Teatro de Santa Catarina que ficava no local onde actualmente existe o hotel do Porto. Fazia parte de uma residência da grande vinhateira D. Antónia Ferreirinha da Régua.
Teatro Experimental António Pedro na Rua do Ateneu Comercial do Porto que teve grande dinamismo nos anos sessenta do séc XX.
Teatro Trindade e Camões e mais abaixo o Rivoli que foi construído para teatro mas já com funcionalidade para cinema.
Teatro Sá da Bandeira, antigo Circo e mais tarde Príncipe Real, muito ligado ao célebre café da Brasileira pelos actores e coristas da parte do teatro e gente intelectual da Brasileira.
A dois passos, o teatro Baquet que ardeu em 1888 com dezenas de mortos. E aqui Germano ao lembrar este drama disse que muitos teatros arderam pois eram construídos com materiais perecíveis.
E como a hora já ia adiantada desenfiei-me do grupo perdendo assim mais dicas sobre os teatros portuenses.
Ant. Gonç. (antonio)