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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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Olhar o Porto - CLXXX("Viseu no Porto")

Amigos de longa data com esporádicos encontros que são sempre acentuados com um programa à maneira, um almoço na zona histórica do Porto. Umas tripas, prato típico, pois claro, que não necessita de apresentações, desfrutado só nestes casos, diz-se que não é benéfico para travar o colesterol, mas uma vez não é vez.

Fomos então, eu e o meu amigalhaço, à rua da Madeira, que foi outrora Calçada da Teresa, mesmo ali à ilharga da centenária estação de S. Bento. É uma rua que vence um desnível acentuado entre a Praça Almeida Garrett e sobe numa íngreme escadaria ao chegar à Praça da Batalha. O Porto histórico ainda mantém o nome de ruas referentes a espécies arbóreas  que aí existiram, entre elas além da já referida rua da Madeira, cujo nome deriva de ali se ter realizado uma feira da madeira,  rua do Souto,  ou outras já desaparecidas como Campo do Olival, Rua do Laranjal, praça nova das Hortas  ou nome de ruas onde existiram artes oficinais como rua da Bainharia, rua dos Pelames, rua dos Caldeireiros que manteve até à pouco essa arte. Já por aqui falei num post da sonoridade do bater nas caldeiras de  latão e cobre que me entravam nos tímpanos quando por lá  vagueava. Ainda hoje ao subir a rua recordo do meu subconsciente o matraquear,  identifico as portas oficinais cerradas, o silêncio é perturbador.

Um parênteses para dizer que foi por este local que hoje é a rua da Madeira,  onde passava um pano da muralha Fernandina, destruído no século XVIII para alargamento da cidade, conforme empreendedorismo de João de Almada e Melo, tarefa que lhe foi destinada pelo Marquês de Pombal. Embora seja uma rua do centro da cidade está um pouco esquecida devido à sua configuração e de estar de costas voltadas para a Baixa. Não tem comércio, apenas uma franja de casas de restauração junto à Praça Almeida Garrett a despertam da vil tristeza.

Adega “Viseu no Porto”, ostenta na frontaria, nome da casa de pasto (eh, este nome está em desuso), ou manjedoura como se diz no bas fond da cidade, foi o local escolhido por minha sugestão, ambiente agradável, clientela polida, serviço eficiente e já agora acessível a qualquer bolsa. Durante o comes há que pôr a escrita em dia, fomos revendo situações passadas, algumas arrumadas nas prateleiras mentais, que foram saltando cá para fora, aquele amigo que já partiu ou um outro de quem se lhe perdeu o rasto.

Uma infusa de maduro tinto ajudou a deglutir o saboroso prato típico portuense. Após um café há que solicitar à simpática empregada o montante da despesa. Contas à moda do Porto, que afinal caíram por terra,  foi assim que me dirigi ao meu amigo que entretanto tinha açambarcado o tiket estendendo o braço, ele é fisicamente  avantajado.

- Hoje pago eu, disse-me, pagas na próxima.

Reagi mas verguei-me à sugestão pois assim ficamos comprometidos para um almoço por alturas do Natal,  e aí será a minha vez de me chegar à frente.

 

 

    Ant.Gonç. (antonio)