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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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Olhar o Porto - CLXIII(O Douro a engordar!...)

 

 

Eu gosto de ver o rio Douro gordo. Dito assim até pode parecer que sou insensível aos prejuízos que possam advir para os moradores e comerciantes das zonas ribeirinhas como na Ribeira do Porto, mas não.

No Egipto o Nilo era abençoado quando saía para fora do leito e inundava as terras que ficavam férteis, entre nós não é bem assim.

Após uma noite sempre a esgalhar e nos dias anteriores também foi um ver se avias a cair do céu, o Douro começou a engrossar. Hoje na parte de tarde já o Postigo do Carvão, no Cais da Estiva, estava inundado. É a única porta das muralhas Fernandinas que escapou ao odioso camartelo, passe a figura de estilo.

Andei hoje pela Praça da Ribeira, era como se fosse um estrangeiro entre tantos turistas de máquinas em punho a debitarem francês, espanhol, inglês e outras línguas que não identifiquei. Os comerciantes das tascas da zona (nome figurativo) ao verem o rio a 1 metro de saltar para a rua, estavam impacientes, até porque havia informações que mais água viria lá de cima da Régua.

Mas voltando ao início do post quero agora dizer que gosto de ver o Douro gordo pois que a sua obesidade arrasta toda a sujidade das margens, é uma purgação benéfica para o ambiente, assim penso, depois o imenso mar se encarregará de tudo triturar.

 

  PS: Na imagem o "Postigo do Carvão" com os pés molhados. Quando o Douro começa a engordar a água entra pelo "postigo" que fica a cota inferior ao cais da Ribeira. Era aqui a principal entrada para a cidade murada a partir do rio.

 

 

     Ant.Gonç. (antonio)

 

 

 

 

 

Derrocada nos Guindais

Casas desabitadas e degradadas na escarpa dos Guindais cansaram-se do abandono a que foram votadas. Vieram escarpa abaixo, à luz do dia, e só pararam na Avenida Gustavo Eiffel e até algumas pedras precipitaram-se no Douro. Um opel astra estacionado sem ocupantes, não direi que ficou num oito mas numa omelete.

 

No desastre da ponte de Entre-os-rios não houve o anjo salvador para 50 pessoas, mas aqui a sorte esteve do lado dos mortais e também da CMP a quem se exige que trate da segurança do local.

Conheço bem a zona e com o que sucedeu, ou não sucedeu, fiquei perplexo. Com o trânsito que há naquela avenida e não haver danos pessoais! E se fosse num sábado onde há sempre muitos carros estacionados e gente por ali devido à feira na Alameda das Fontainhas!... E se... E se...

Num dos edifícios que saltaram da letargia existiu o "Baixa a tola", tasca, casa de pasto, que já tinha fechado há uns bons anos.

Pois graças por não haver vítimas, mas quanto ao carro que foi cilindrado duvido que o proprietário seja ressarcido atempadamente. Enquanto a CMP empurrará para os donos das casas e vice-versa irá correr muita água no Douro, ou estarei enganado?!...

 

 

  (antonio)

Pela ruralidade - CXXX(Eles que se arrumem!...)

Há sempre estórias ficcionadas que saem da mente de imaginativos. Umas têm um fundo de verdade se bem que contadas com floreado para as tornar mais apetitosas.

A que vou aqui escarrapachar é verdadeira na totalidade. Toda a gente tem estórias de vida que poderão ser mais ou menos destacáveis conforme as características dos envolvidos. Estórias de padres é um fartote. Vamos então a uma.

Já por aqui falei no pároco de Fornelos (Cinfães) por vários motivos, já não está entre nós, esteve décadas à frente da paróquia. Era também lavrador, e no passado quem o não era nas aldeias, pensava gado pesado e deslocava-se num equídeo. Mais tarde comprou um automóvel, não topo de gama, nem pouco mais ou menos, era muito agarrado para essas cavalgarias, para ir aqui e acolá, mas não se esticava muito. Gostava do dinheiro, era usurário e não perdoava as côngruas dos paroquianos até dos mais carenciados. Certo dia, era domingo, resolveu ir até Alvarenga onde havia um padre da sua laia, eram amigos. Já ia a caminho quando deu de caras com um paroquiano conhecido, parou a geringonça:

-Ó Gastão anda comigo até Alvarenga.

-Mas ó Sr. Abade (era assim que na terra era tratado), agora não me dá muito jeito…

-Anda daí, insistiu o cura. Até que Gastão para ser agradável lá foi no lugar do morto. Acresce aqui dizer que o Sr. Abade não tinha grandes dotes de boa condução, a estrada era toda dele, daí a temerária hesitação do companheiro de viagem. A determinada altura vinham carros em sentido contrário, Gastão ao ver o perigo eminente disse numa atrapalhação com as mãos na cabeça:

-Cuidado Sr. Abade, olhe que vai no meio da estrada, desvie-se para a direita… A resposta prepotente do rei da estrada, assim se julgava, indiferente ao perigo:

 - Eles que se arrumem!... Foi a resposta do desarrumado.

Gastão, que foi um dos prisioneiros de guerra a quando da invasão indiana a Goa em 1961, contou-me a peripécia com um suspiro profundo “safa, boleias destas não quero mais”.

 

 

  (antonio)

Memórias

Faleceu hoje Oscar Lopes com 95 anos. Professor catedrático com vastíssima cultura. Em 26 de Abril de 1974 vimo-lo numa das sacadas do edifício onde funcionava a PIDE/DGS, actualmente é museu militar, ao lado da Engª Virginia Moura e do coronel Azeredo a anunciar a tomada daquele edificio e a libertação dos presos políticos que lá se encontravam. Os PIDES foram levados em camiões militares mas penso que nada lhes aconteceu. Como na altura trabalhava ali perto fui testemunha real dos acontecimentos.

 

 

        (antonio)

 

 

 

Ainda a manif de 2 de Março

Nunca pensei ver-te na manifestação”. Foi assim que alguém que certamente passou os olhos aqui pelo blogue comentou  a minha aderência à manif. Será que esse alguém me visionou na TV no meio de milhares? – “Onde está o Wally?” Não acredito.

Eu tinha dito que iria fazer número na rua e fui bem claro que a minha contestação não era só contra Passos, mas também contra todos os governos que após o 25 de Abril de 1974 deixaram a coisa descambar – não me podem acusar de ser sectário.

Foi pois a minha presença, de um não alinhado com qualquer cor partidária. E penso que é uma mais valia nos tempos que correm!...Quem me conhece sabe que não tenho feitio para ir a uma manif chamar mentirosos, troca-tintas, gente sem ética e outros impropérios àqueles que actualmente têm na mão as rédeas do poder. Mas no meu subconsciente sou levado a interiorizar esses slogans.

Posso pois dizer que fiz parte daqueles que também silenciosamente (não confundir com a manifestação “maioria silenciosa”, dita reaccionária do PREC) manifestaram a sua indignação pelo falso rumo de políticos incompetentes que dão pancadinhas nas costas a gente do alto capital por um lado e por outro lixam o povo. Que os lixados não sejam de memória curta nos actos eleitorais, é o que se deseja. Mas que venha o diabo e escolha também me apetece dizer!...

 

  Ant.Gonç. (antonio)

Francisco I

 

Papa Francisco I

Estou todo contente.

Qual a razão? Francisco I.

Eu sou Francisco e, como ainda não tinha havido um Sumo Pontífice que se tivesse lembrado do nome Francisco, foi este, recentemente eleito. Mais vale tarde do que nunca... O cardeal Jorge Mario Bergoglio decidiu adoptar a designação de Francisco I em homenagem a S.Francisco de Assis. Esta é a razão por que estou muito contente.

Não acham que é de estar?

Saudações tripeiras do Francisco.

Pelo JN

"Bispo estampa carro que fora buscar ao stand no dia anterior", diz o JN. E apressou-se a dizer o padre Fernando Caiado do gabinete de comunicação da diocese de Bragança que o carro tem defeito de fabrico, falha nos travões. Terá este senhor formação de mecânica para se chegar assim à frente? Já estou a ver a WW vir a terreiro dizer que o carro não terá defeitos de fabrico. Afinal é um PASSAT de 40.000€. E agora não sejam mausinhos, não queriam o jovem bispo com um utilitário mexeruca!...

 

Outra notícia sobre gente de batina tem a ver com um pároco que foi do santuário de Cerejais que queria passar a ferro com o seu quatro rodas duas freiras!... O santuário de Cerejais no concelho de Alfândega da Fé, que conheço, foi criação de um padre rico e megalómano que entendeu fazer uma réplica de Fátima em Trás-os-Montes.

 

Vejo também no JN e nas TVs que o cardeal patriarca de Lisboa anda a expor-se em Roma,(ou será a comunicação social que o quer catapultar?) mas a cadeira de S. Pedro não será para ele. Celebrou missa, com pouca audiência e a maioria eram padres e freiras, dizendo "que a Igreja tem de ser cada vez mais a casa da conversão e do perdão" e que "o novo Papa tenha um papel muito grande de reconstrução do rosto da Igreja". O senhor Cardeal bem sabe do que fala e é bem que fale. Mas das notícias tristonhas de um bispo da sua diocese, actualmente em serviço em Roma, ficou mudo e calado.

 

  (antonio)

Pela ruralidade - CXXIX(Cuidar do ambiente)

Acudam que aí vem lobo, se não vem é como se viesse, eram os gritos lancinantes quando o “vermelho” aparecia a lavrar na mata em plena canícula.

Estou a falar do meu tempo de menino e moço lá na terra que quando surgia este destruidor, leia-se incêndio, tão malévolo como o lobo que dava cabo dos ovis, todo o mundo se munia de foices, podões, engaços, enxadas, ancinhos, baldes e se metiam a caminho para o combater quer fosse na serra ou em alguma casa. O alerta era dado pelo sino do campanário, pois havia sempre um mais lesto que disso se incumbia, repicava o sino freneticamente.  Agora, mutatis mutandis, fica tudo a olhar à espera que os bombeiros de Nespereira façam o seu trabalho, e de nariz no ar a verem o heli ou o avião que mandam lá de cima umas descargas de água.

É certo que no passado as matas andavam limpas, era aproveitado o mato para as cortes dos animais e biologicamente estrumavam-se as terras. Por outro lado havia mais gente braçal nas aldeias e sobretudo estava enraizado um espírito comunitário de ajuda que actualmente se esfumou.

Mas vamos então dizer ao que venho.

O meu eucaliptal tinha sido cortado há cerca de dois meses,  os toros foram  encaminhados pelo negociante de madeiras para as celuloses, mas toda a ramaria ficou espalhada pelo terreno. Ora foi então necessário eliminar agora nesta época de calmia toda essa potencial matéria que seria altamente combustível na época crítica dos fogos.

Quatro maduras habituadas a este tipo de trabalho, que não se abrigam sob o guarda-chuva do rendimento social de inserção, sob minha orientação começaram a juntar e queimar para o terreno ficar limpo desse material sobrante, tem sido trabalho de alguns dias e ainda não está finalizado. E assim quando aparecerem os rebentos das tocas, também se diz tocos, dos eucaliptos cortados, crescem livres de estorvos e sem matéria inflamante por perto. E se duma cajadada se podem matar dois coelhos, então vamos nessa,  também está a ser feito o aproveitamento de alguma lenha mais grossa nomeadamente das coruchas, que dá muito jeito para o recuperador de calor durante os meses de temperaturas baixas. A motosserra esteve em acção para os paus maiores  nas mãos do Artur, bem caçado neste tipo de serviço.

O trabalho está a ser feito, a natureza vai sendo cuidada, agora é esperar que se desenvolva naturalmente livre do perigo maior que a possa apoquentar, o fogo (vermelho, como se diz lá na terra).

 

  Ant.Gonç. (antonio)

"A minha" magnólia

Os dias sucedem-se, mês após mês, ano após ano, é sempre assim e a mãe natureza vai acompanhando estes ciclos. Com algumas nuances fruto das alterações climáticas os corvos marinhos no passado não eram vistos por cá nas águas do Douro, agora são mais que muitos nesta quadra de inverno vindos do norte da Europa. Outras aves de arribação como as cegonhas já vão ficando todo o ano no baixo Vouga. E na terra das minhas raízes, corvos que não eram vistos quando eu andava nos bancos da escola, agora aparecem por lá. De outros animais ditos selvagens, os lobos, temidos por darem cabo do gado miúdo, agora nem vê-los, já os javardos que por lá não eram conhecidos, apenas dos livros escolares, andam a dar cabo das poucas culturas agrícolas que vão resistindo. Os agricultores sofrem de mãos atadas com as malfeitorias dos navalheiros,  protegidos por lei pois claro.

E a “minha” magnólia?!...

Antes de mais “minha” é quase como se fosse, porque me apropriei visionalmente desta charmosa árvore, (ver imagem). Nesta altura do ano, é das primeiras que florescem, quando me levanto e assumo à varanda do quarto, embriago-me, fico estático interiorizando aquela beleza colorida que me predispõe para um novo dia, absorvo pétala a pétala daquela majestosa contagiante magnólia como se fosse minha pertença. É uma calota florida prenhe de viço que não deixa indiferente o mais distraído transeunte que passa na rua debaixo da copa. A duração da sua floração é passageira, cerca de 15 dias, mas a sua visibilidade é arrebatadora.

Resta um agradecimento à natureza e à sra. dona Odete que a tem deixado livremente expandir-se, segundo me disse é quase cinquentenária.

 

  (antonio)

Olhar o Porto - CLXII(O povo do Porto)

Dei comigo a magicar há quantos anos eu não ia a uma manifestação. Tive que recuar aos tempos do PREC se a memória não me atraiçoa.

Eu fui educado que não é de bom tom chamar mentiroso, aldrabão, gatuno a pessoas ou figuras que representam. Mas actualmente sou violado nos meus sentimentos se não me desligar desse modo de estar educativo em relação ao actual governo. É que estamos de facto entregues a governantes que não têm credibilidade. Veja-se até os comentadores televisivos Marques Mendes e Marcelo R. Sousa que são da área do PSD e têm dado porrada nas atitudes/medidas do governo de Passos.

As grandiosas manifestações que hoje tiveram lugar por todo o país são uma mostragem que o povo está descontente. Não me choca nada que entre os inúmeros cartazes criativos contra esta política/troika, houvesse uma jovem que ostentava numa vara um coelho de peluche enforcado.

A manifestação do Porto onde me incorporei tem todos os condimentos para fazer o governo arrepiar caminho. É certo que o dito anda acagaçado, veja-se que tinha programado dizer até ao fim de Fevereiro onde seriam os cortes dos quatro mil milhões e deixou para mais tarde com receio de dizer antes das manifs.

Gente de todas as idades deu hoje provas que este governo não interessa. Fiquei muito emocionado com a entoação em uníssono da “Grândola, vila morena”.

 

  (antonio)

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