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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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Pela ruralidade - CXI(Em Fornelos, rota dos moinhos)

Em post anterior falamos na preservação dos (ver link) caminhos rurais na freguesia de Fornelos, Cinfães, e quanto eles representam historicamente. Segundo me apercebo parece que as coisas estão encarreiradas quer a nível da sua limpeza quer de trabalho de levantamento. É sabido que alguns troços dos caminhos foram comidos pelas estradas como a que vai de Moimenta a Macieira, e segue para Nespereira aberta ao trânsito no ano de 1935, mas ainda é possível localizá-los.

Se quanto aos caminhos o assunto está em cima da mesa, há também outras memórias a preservar, refiro-me aos moinhos. Se bem que todos estão inactivos, muitos em ruinas, é interessante também um levantamento dos mesmos, até daqueles que já desapareceram, localizar o sítio. É um trabalho que ainda pode ser concretizado com a ajuda memorial dos mais velhos, será um registo histórico interessante.

Se nos detivermos a montante do lugar do Outeiro, que é uma zona que conheço,  mesmo ao lado do tal caminho histórico que abordei em post anterior, há (havia) uma carreira de moinhos no espaço de cem metros ou menos. Das minhas memórias recordo-me do meu tempo de petiz, três que funcionavam e um outro já na altura em ruinas, por ali passava  por um carreiro quando ia à doutrina na igreja matriz. De um desses tenho ainda bem presente o canal condutor que levava a água por gravidade em plano inclinado, sob pressão para o rodízio. Era um grosso tronco de pinheiro de alguns metros de comprimento, que tinha sido tradeado todo o interior de uma ponta à outra, como era perecível mais tarde foi substituido por um canal  em pedra.  Estão todos empobrecidos, camuflados pelos silvados emaranhados nos carrascos e matagal. Esses moinhos ficavam retirados do ribeiro, no entanto a água chegava-lhes por uma levada de algumas centenas de metros, que também alimentava “a poça grande”, era assim que era conhecida. Era a maior regadora das terras do lugar do Outeiro, ainda por lá está, arrasada de silvado. Esta poça tinha uma imagem de marca, era um avantajado salgueiro-chorão numa das bordas, desapareceu há uns anos. Os filamentos dos seus frondosos ramos beijavam a água quando a poça estava cheia. Habituado que estava a sugar o líquido com as suas raízes, secou quando a agua deixou de chegar à poça.

 Mais a montante, nas barbas do ribeiro no sítio denominado Venal, há um moinho datado de 1904, era conhecido “pelo moinho do senhor morgado”, meu bisavô, é o que está em melhores condições, tem ainda todos os mecanismos. Deixou de trabalhar há cerca de 15 anos, foi o último a fechar, um dos consortes é meu familiar chegado.

Estou convencido que a Junta de Freguesia de Fornelos estará também a dar atenção a este assunto, penso que haverá programas para preservação dos antigos moinhos.

As aldeias e a arquitectura popular, as paisagens e o património natural, os produtos e os saberes locais são algumas das referências que, fazendo uma perene ligação com as telúricas raízes, moldam as identidades das pessoas e dos lugares, citação de Rui Jacinto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro. 

 

            Ant. Gonç. (antonio)

A minha Páscoa, hoje e ontem

Dia bonito, com sol radioso, céu azul, propício para que as várias cruzes fizessem o seu trabalho, calcorreando as ruas para abençoar as famílias que tinham a porta aberta. Dos componentes do compasso, tudo gente nova, até diria nova demais, que se predispôs a esta tarefa. Ontem tinha estado em S. Mamede de Infesta com um amigalhaço dos tempos aureos da Escola do Magistério e em conversa veio à baila a visita pascal a aí ele me disse que o compasso não recebia oferta monetária. Hoje de manhã aqui na minha rua confirmei isso mesmo.

Tenho raizes rurais onde abrir a porta ao compasso era norma em todas as casas. Na actualidade essa tradição já não me diz muito, fui mais sensibilizado por ter em casa a minha sogra,  que é mais dessas coisas da igreja.

Mas voltemos à Páscoa de outrora no meio rural da minha meninice. Durante a semana anterior era uma lufa-lufa na lavagem das casas e até os caminhos eram varridos para receber a solenidade do compasso. O senhor abade, na terra era assim tratado, acompanhado de quatro maduros, o da Cruz, o da água benta, o da saca para a indispensável oferta monetária e o da condessa para receber os ovos ofertados e ainda o da sineta que era sempre um rapazola que seguia uns metros à frente, tlin, tlan! anunciando a chegada do compasso. Era tudo gente que gostava de entornar uns canecos acompanhados dumas fatias de pão de ló que uma ou outra família de casas de lavradores ofereciam. Não se faziam rogados e no fim do dia se uns já não faziam um quatro, outros faziam oitos e o cura com as bochechas bem rosadas já dava passos em falso!...

A visita pascal "compasso" era assim uma maneira de arranjar também uns dinheiros para a paróquia.

 

  (antonio)

Velocidades a mais

Mário Soares, o tal da descolonização exemplar, antigo homem forte do PS, também foi Presidente da Républica, foi apanhado. Ia embalado a cerca de 200 Km/h, é obra!...

Mas o mais pitoresco foi o argumento que deu quando interceptado pela polícia, o estado é que tem de pagar a transgressão.

Ora aqui está um mau exemplo dum cidadão que devia ser mais comedido nas velocidades e menos irreverente na indicação do pagamento da multazinha ao dar a resposta que deu.

Carro do estado, chauffeur pago pelo mesmo e viva o velho!... Pois, pois, são direitos adquiridos!...

 Afinal Soares e o senhor major são muito prepotentes em relação aos polícias.

Citação do blog "Basfémias"

"

  1. Do Fulano que, quando ‘era’ dono’ do país, com os amigalhaços e correligionários deu várias vezes a volta ao planeta, com aviões a abarrotar de luzidas comitivas que se instalavam à custa dos nossos impostos em hotéis de luxo e que custavam fortunas, nunca me esquecerei daquela manhã em que, o Sujeito, pronto a partir, com aparatosa comitiva, para uma mais das suas habituais passeatas, debruçando-se da viatura em que seguia, grita, bracejando, histérico, cheio de ódio, ao pobre do polícia, fardado, que ali se encontrava na sua humilde missão de facilitar o trânsito: “Saia daí para fora, oh senhor guarda!”
    O Fulano é, de facto, uma criatura ressabiada e vingativa.
    E, claro, foi cúmplice (principal) desta desgraça de o país ter chegado a onde chegou…"

 

 

 

 

 

  (antonio)

Pela ruralidade - CX(Elas ainda não chegaram II)

Dia 1 de Abril, dia dos enganos ou mentiras , segundo a tradição. As crianças gostam deste dia para pregar umas partidas enganosas ao pai, à mãe, à tia e aos amigos. Eu no passado também dava importância a estas brincadeiras. Quando comprava o jornal, a primeira leitura era ver que peta tinha sido fantasiada. Hoje dou de barato essas pantominices, já não ligo a brincadeiras de chacha. O JN que não venha cá com essas tretas enganosas para entreter meninos, já bastam as páginas do RELAX para adocicar alguns adultos.

Então qual a razão da minha referência ao primeiro de Abril?

 Não há memória de gente madura com os neurónios afinados de se chegar a esta altura e as andorinhas ainda não terem aparecido. Até o manhoso cuco ainda não deu sinais. Dizia lá na terra o meu veterano vizinho que no ano passado só apareceu um cuco e este ano pode não vir e adianta se entre Março e Abril ele nao apareceu, ou o cuco se finou ou o fim do mundo chegou (assim sendo cara Benilde reza para que venha). E  verdade, verdadinha, a sua vinda atrasada é anunciadora de males. O feedback destas aves migratórias fazem-nas retardar a vinda pois as alterações climáticas assim ditam. As quatro estações do ano que desde os bancos da escola nos habituamos a caracterizar, já não fazem sentido, está tudo alterado. Agora podemos dizer que haverá duas estações e mesmo estas andam às cambalhotas, já nada é como era, diz-se. O Inverno, sinónimo de tempo chuvoso já não tem nada a ver. Entretanto vamos esperar que chova.

 

  Ant. Gonç. (antonio)

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