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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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A m/memória recordativa

Faleceu um conhecido político, Miguel Portas, fundador do Bloco de Esquerda. Como se viu arrastou de todos os quadrantes políticos um sentimento de admiração pelo seu saber estar na vida, na política.

 

Se uns recordam o político por esta ou aquela faceta eu lembrei-me de uns documentários televisivos que fez há uns anos sobre o Médio Oriente que na altura me despertaram interesse.  Sei que fiquei seduzido pelos saberes que transmitiu nesses documentários.

Era uma pessoa empenhada no que fazia, doce mas forte nas convicções, segundo os comentaristas das várias facções políticas e não só.

 

 

    (antonio)

 

 

 

Pela ruralidade - CXIII( Em Macieira, Fornelos - Cinfães, atentado ao património?)

Estava eu com intenção de elaborar um post sobre “as alminhas” da freguesia de Fornelos quando me apercebo de uma situação de que não gosto.

A imagem é só por si reveladora. Junto a umas alminhas centenárias construir um abrigo para passageiros dos autocarros não me parece a melhor solução. Isto acontece no lugar de Macieira num sítio que foi no passado encruzilhada de caminhos, nomeadamente um, e que aqui já fiz referência em post anterior, pela sua história.  As alminhas são consideradas património artístico-religioso e como tal devia ter havido o cuidado de manter uma certa distância na construção do abrigo. Dizia o Professor Fernando Roque no seu site “As Alminhas são uma das expressões de arte popular portuguesa e são também o reflexo da religiosidade do nosso povo, por isso é necessário que todos interiorizem esta realidade, porque só assim é possível preservar as que ainda existem”.

Certamente que a C.M.Cinfães terá aqui responsabilidades na localização do abrigo que na minha óptica devia ficar mais distante das alminhas. Resta-me aqui destacar a obra meritória da senhora Alice, senhora octogenária ,que desde há muitos anos vai dando assistência a estas alminhas. Dizia-me: foi a minha mãe há muitos anos, que mandou restaurar o painel de azulejos na Ribeira do Porto. Bem haja pelo carinho memorial deste património cultural.

 

  Ant.Gonç. (antonio)

No meu quintal há sapos

 

Ia eu todo lampeiro ao meu pequeno quintal limpar uns ladrões que estavam a desenvolver-se no cavalo por baixo dos garfos no pessegueiro onde tinha feito um enxerto, quando  deparo, entre a sebe de ivónios, um ser vivo a cavalo noutro. Não perdi tempo, fui buscar a máquina para registar o evento. Já tinha visto no Zoo, macaquitos acavalitados nos adultos e também vi há dias na TV uma nave espacial transportada em cima de um Jumbo, mas sapos não. Não vamos aqui especular dizendo que estariam num acto de procriação, penso que não, neste caso o cavaleiro era de pequeno porte, mas como não sou biólogo deixo isso em aberto. Segundo as minhas pesquisas, sapo a cavalo noutro é sinal de chuva.

Sapos no quintal? Como é que eles foram lá parar se o espaço é todo murado? Ao dar a nova fui logo bombardeado aqui em casa,  perante o aparecimento destes seres vivos que causam certa repulsa a algumas pessoas. A sua utilidade nos espaços verdes está em oposição a estórias rocambolescas que desde a minha infância me enchumbaram a cabeça. Eram maledicências que se atribuíam ao sapo. Ouvia dizer, mas nunca fui protagonista da brincadeira, colocava-se um cigarro aceso na boca do animal, o bicho inspirava o fumo consecutivamente e não expirava de tal modo que ia inchando, inchando e às tantas dava um estoiro!... Houve sempre uma catrefa de superstições à volta do sapo nas quais eu não embarco, mezinhas, cozeduras da boca, bruxarias, etc., e aquelas afrontas: ó fulano vais engolir um sapo!

No meu quintal o ambiente está preservado, respeito a fauna e a flora, vivemos em sã convivência. Só os viscosos caracóis é que não têm a minha simpatia, dão-me cabo das pequenas plantas, e daí trato-lhes da saúde , sou pela biodiversidade, mas... 

 

Parafraseando a cantora Maria Armanda," eu vi um sapo!..." Neste caso dois.

 

  Fiquem bem, Ant. Gonç.(antonio)

 

 

Olhar o 25 de Abril

Quando se fala no 25 de Abril os mais maduros identificam o dia, o mês e o ano(1974) embora não esteja explícito. Assim como quando no passado se falava no 31 de Janeiro, não direi todos, mas os oposicionistas ao governo de Salazar identificavam também o ano – 1891.

Estava eu nos começos da minha vida profissional. A escola já não ensinava como no meu tempo da primária, os distritos, caminhos de ferro, serras, rios e que mais direi eu das chamadas províncias ultramarinas, mas ainda dava uma abordagem pela rama. A guerra colonial, nas províncias ultramarinas, como o governo de então dizia, estava já há uns anos em três frentes, Angola, Moçambique e Guiné, a moer os sentimentos do povo português, pois muitos dos seus filhos iam tombando. Nesta situação faltava só o clic, para mais dia, menos dia algo acontecer.

Os militares, e são sempre os militares, já tinham ensaiado um mês antes, indo uma coluna das Caldas para Lisboa. Não teve apoio de mais unidades, foi barrada à entrada da capital e os cabecilhas engavetados. A semente ficou lançada e em breve em todo o país os militares levantaram as armas e apearam o regime vigente, foi em 25 de Abril de 1974.

Na noite anterior tinha-me deitado tarde a ouvir canções da época, entre elas do melodioso Demis Roussos. Não me passava pela cabeça que daí por algum tempo estivesse no Largo Soares dos Reis assistir à rendição da polícia política PIDE-DGS que tinha a sua sede aqui no norte no palacete onde agora funciona o museu militar. Do varandim a antifascista engª Virgínia Moura, o escritor Óscar Lopes e o comandante dos revoltosos coronel Azeredo anunciaram a libertação imediata dos antifascistas ali presos. Entretanto vieram uns camiões militares que levaram os PIDES, creio que para o quartel general da Praça da República, mas em breve foram soltos. Alguns automóveis estacionados na Rua António Granjo, ali ao lado, identificados como pertencentes aos agentes da polícia política, foram incendiados.

Estes foram acontecimentos desta revolução, que vivi, trabalhava ali a dois passos. Nos dias a seguir os lideres estudantis Horácio Guimarães e Pina Moura ligados ao PCP, na Praça junto ao cavalo, leia-se estátua equestre de D. Pedro IV, inflamavam as massas com as conquistas do 25 de Abril. Lá por Lisboa o "educador da classe operária", Arnaldo de Matos, também arrebanhava um grupo aguerrido de esquerdistas, e a aliança Povo-MFA era a bandeira do PCP.  O PS mais moderado  tentava tirar o protagonismo ao partido de Cunhal. E os SUVs também deram que falar!... (Lembrei-me agora destas pontualidades históricas).

De um regime de ditadura passou-se para um regime democrático que, como se tem visto, tem arrastado o país para um destino sem futuro. As pessoas na ditadura não podiam miar, mas na democracia podem berrar mas não têm pão p´ra boca, e desemprego e o estado social em derrocada. Então comemorar o 25 de Abril hoje, talvez sim, talvez não, mais para o não. No passado comemorei-o de cravo na lapela, ou se não foi interiorizei-o, agora já não vou nessa.

 

 

  http://www.youtube.com/watch?v=j5r8rruRhqs&feature=related

 

 

 

 

   (antonio)

Pedofilia?

Vem agora o estado-maior da igreja católica portuguesa dizer que no nosso país não tem tido conhecimento de casos de pedofilia mas, no entanto há que precaver estas situações, dizem. Isto chama-se um falar politicamente correto como convém.

 

Eurico Dias Nogueira que foi arcebispo de Braga, portanto fora dos corredores do poder eclesiástico, não alinha pelo mesmo diapasão. Disse para quem quis ouvir na televisão que na diocese de Braga houve casos de pedofilia com sacerdotes, que mesmo quando chamados à pedra, continuaram nas maledicências.

 

Pelos vistos a igreja não sabe de nada, ou se sabe prefere não fazer ondas.

 

 

   (antonio)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Olhar o Porto - CXXXV(Esteiro de Campanhã)

Quem sou eu para falar aqui da crónica deste domingo de Germano Silva no JN, a não ser concordar com relatos históricos de tão sabedor cronista!

A crónica  diz-me particularmente, pois resido nas imediações do local abordado – o esteiro de Campanhã. Esta zona do Freixo no passado era movimentado, local onde se faziam as cargas e descargas de carvão e madeira como diz o cronista. E agora vou aqui também eu dar o meu contributo no que respeita ao frenesim daquele sítio.

Pelos anos trinta e quarenta do século passado o movimento dos barcos rabelos estava ainda em força. Um tio meu, negociante de gado vacum, fazia a feira de Cinfães onde comprava vitelos que daí vinham nos rabelos para o Porto. Era precisamente no Esteiro de Campanhã que eram desembarcados, seguindo depois, conduzidos por tangedores, para o matadouro da Corujeira. É do senso comum o conhecimento dos rabelos no transporte do vinho do Porto, rio abaixo a partir do Alto-Douro. Mas não só, esses barcos transportavam tudo incluindo passageiros. A minha falecida mãe em jovem veio no rabelo passar uns dias de praia, na Foz. Como é que os vitelos vivos eram transportados nesses barcos é que me causa alguma interrogação, mas que vinham, não há dúvida. Na altura do S. João lanígeros e caprinos também eram transportados. Outros tempos, outras estórias como diz o autor do programa Caminhos da História, no Porto Canal.

 

 

 (antonio)

Pela ruralidade - CXII(A instrução primária em Sinfães)

 

Com este título em epígrafe  no ano de 1898, Carlos Soares, que foi professor em Moimenta e mais tarde presidente da CMC,  escrevia para o semanário “Educação Nacional” um artigo sobre as escolas de Nespereira.

 

 

 

 

 

“… A do sexo feminino foi creada pela camara municipal em 9 de março de 1882 e, não  obstante a freguesia ser uma das mais populosas do concelho, a casa onde está instalada a escola, com sede no logar da Granja, mais parece uma pocilga destinada a abrigar animaes imundos que um templo onde residentes criancinhas vão procurar o seu desenvolvimento physico e psychico. Basta enumerarmos as suas dimensões para todos se convencerem de que não há exagero na nossa afirmativa. Tem 4m de comprimento por 4m de largura ou sejam 16mq de superfície, e 3m de altura a que corresponde uma cubagem de 48 metros!

 

Numa escola com taes dimensões, com uma só porta e uma só janela, e com uma frequência de 40 alumnas não se vive, vegeta-se. É, além d´isso, um perigo que ameaça constantemente a saúde das creanças e da professora, e é a origem do definhamento e de muitas doenças de que enferma a nossa sociedade actual.

 

A mobília, para tudo estar em harmonia, reduz-se a duas mesas de 2,m5 de comprimento por 0,m6 de largura uma e 0,m5 outra, uma mesa de dimensões mais pequenas ainda, três bancos sem encosto, uma carteira, uma cadeira de pinho e um quadro preto de 1m por 1,m25.

 

No presente anno lectivo não foi organizado o recenseamento das creanças em edade escolar; matricularam-se 41 alumnas e d´essas, ultimamente, só frequentavam regularmente a escola 31!

 

Tem a professora d´esta escola, que a rege quasi desde principio, habilitado algumas alumnas para exame elementar, mas nunca o chegaram a fazer pela reluctancia que os paes sempre mostraram, oppondo-se a isso, e hoje muito mais, devido á odiosíssima contribuição que sobre eles pesa – a propina.

 

Passando agora á escola do sexo masculino com sede no mesmo logar da Granja, de que não podemos precisar a data da creação, sabemos pelos dados obtidos que as suas dimensões são: 20m de comprimento e 8 de largu ra ou seja 160mq de superfície, e 8m d´altura a que corresponde uma cubagem de 1280m! Se uma pecca por falta, a outra pecca por excesso. Emquanto a primeira pode comportar apenas 46 alumnos, a segunda pode receber 160!

 

A mobília para este enorme salão, que apenas tem duas portas de loja e cinco janellas, resume-se no seguinte: uma mesa pequena e uma cadeira para o professor; uma mesa de maiores dimensões onde os alunos escrevem, quatro bancos em mau estado para se sentarem e, como utensílios escolares, apenas um quadro preto! Admiravel contraste.

 

O numero de creanças recenseadas ascende a 210 e d´essas matricularam-se 92, e frequentam regularmente 36! Eis no que deu a obrigatoriedade do ensino, e muito mais desde que está em vigor a actual reforma primaria que fez baixar enormemente a frequência escolar em todas as localidades.

 

O actual professor, geralmente bem quisto por todos os colegas do concelho, que o nomearam seu representante ao 3º congresso da classe, realizado no Porto, tem habilitado alguns alunos para o exame de admissão aos lyceus, ficando aprovados, e, quando professor em Tarouquella, igualmente propoz alguns a exame elementar que obtiveram boas classificações.

 

A largos traços descrevemos o estado em que se encontram as escolas de Nespereira; reservaremos o nosso juízo final para, quando concluirmos a nossa tarefa, mostrar a quem cabe a responsabilidade do ostracismo a que  tem sido  condemnada a instrucção no concelho de Sinfães.”

 

 

 

     PS: Este post é para todos aqueles que se interessam por estas coisas da educação,  em especial para o caro Maurício Branco que tem algumas raízes  em Nespereira, diria tétricas, um jazigo de família, como anteriormente me disse.

Se nos detivermos no número de crianças que havia nesta freguesia e as que agora haverá, (seria interessante sabermos quantas crianças existem actualmente nesta freguesia) constatamos a forte baixa de natalidade. Portugal caminha a passos largos para ser um país de velhos. E então com a ajuda deste governo, dizendo para os jovens emigrarem!...

 

 

 

  (antonio)

 

41.º aniversário de curso

Verso do convite
Rosto do convite
Chegou o 41.º aniversário do curso de 1969/71 da Escola do Magistério Primário do Porto. Chegou também o convite para o evento. A Comissão Organizadora, constituída pelas nossas colegas de Lousada, está de parabéns. Aqui vos deixo, caríssimos colegas, o convite para que o possam imprimir no caso de não o receberem via postal. Entretanto, em conversa que tive com a comissão organizadora, fui autorizado a acrescentar algumas informações que, por lapso, não foram incluídas no convite:
  1. O preço de cada inscrição é igual ao do ano passado, ou seja, é de € 35,00.
  2. A inscrição é efetuada com o envio do cheque.
  3. Podem ser inscritos familiares.

Entretanto, mais esclarecimentos podem ser dados pela comissão organizadora através dos contactos que estão no convite.

Saudações tripeiras do vosso colega Francisco.

Olhar o Porto - CXXXIV(Na Foz)

A crónica dominical de Germano Silva no JN abordava a história da chamada “Foz Nova” em oposição à “Foz Velha”, nomeadamente a Estrada de Carreiros antecessora das actuais avenidas Brasil e Montevideu.

No passado outros escritores foram dando relatos dos vários “Portos” que através dos tempos se foram moldando até aos nossos dias. Numa geração verificamos as alterações que se vão dando no tecido urbano, pensamos que as mais acentuadas deram-se nos últimos dois séculos. Eu próprio às vezes me interrogo sobre a dinâmica evolucionista da zona onde vivo. Ainda há poucos dias em conversa com um filho do caseiro que foi da quinta, onde agora estão plantadas habitações com uma teia de ruas pelo meio, me dizia: aquilo está totalmente modificado. Ele eram vacas a pastar, vinhas, campos de milho, couves, alfaces, pencas, nabos etc. que abasteciam os mercados da cidade do Porto. Até o poço da água que estava no cimo da quinta, acoplado com uma nora, foi arrasado e agora no espaço envolvente está um campo relvado de futebol.

Mas voltando à interessante crónica de Germano Silva, fala-nos dos carros de bois que pela estrada que lhes deram o nome, de Carreiros, vinham lá das terras da Maia e Matosinhos fazer fretes tendo com ponto fulcral da recovagem os armazéns da Ribeira. O cronista fala também da Praça Gonçalves Zarco, vulgo Castelo do Queijo e diz que daí até à Foz Velha, pela tal estrada de Carreiros, era local ermo onde era arriscado andar de noite.

Agora uma nota pessoal, pensei que o cronista ia falar nas alterações para pior que fizeram nessa praça, são as tais obras que a cidade agradeceria se não as tivessem feito. Já por aqui falei nisso mas aproveito para lembrar, colocar a estátua equestre de D. João VI em cima duma “paragem de autocarro” mandando às malvas o imponente pedestal granítico foi uma má gestão urbanística e dos dinheiros de todos nós. E fazer por baixo um parque de estacionamento sem jeito!... Enfim, coisas que deviam ser evitáveis. (Podiam poupar D. João VI a estas tropelias, já lhe bastou ter uma Carlota Joaquina, perversa, feia, traidora e vulgar).

 

    (antonio)

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