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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Um país ainda mais pobre, sem futuro

Um Portugal aos solavancos, só pode.

Uma notícia que veio há dias no Jornal de Notícias e que deve ter passado despercebida até porque não vinha em parangonas, tipo crime de faca e alguidar. E não vinha em primeira ou segunda página como acontece quando algum jogador da proa dá um traque ou um clube da capital perdeu o encontro por culpa do árbitro, segundo os doentes da bola.

Então é assim que rezava a notícia: Centro escolar de Melgaço reduzido a 56 alunos. Até aqui nada de espanto maior, é o que vai acontecendo por todo o país. O centro escolar inaugurado no ano 2000 com cerca de 200 alunos e apontado como exemplo a seguir no que concerne ao encerramento de escolas com poucos alunos, este estabelecimento tem agora apenas 56. E continua a notícia, o centro escolar que custou mais de um milhão de euros pode vir a fechar por falta de alunos.

E aqui ficamos a pensar, que futuro será deste país, sem gente e sem cacau, muito foi desbaratado.

 

 

 

Ant. Gonç. (antonio)

Pela ruralidade - CIX(Elas ainda não chegaram)

Fantástico! A mãe natureza dita as regras para a fauna e flora. Dizia eu em 26 de Fevereiro do ano passado que as andorinhas já tinham chegado. No alpendre da casa lá na terra andavam numa lufa-lufa, em chilreio constante, a tratar da reconstrução dos ninhos. Desde que me conheço elas sempre chegam vindas da África central. Mas este ano ainda ninguém as viu, as alterações climáticas ditam as leis da migração. O Inverno seco e a Primavera vai pelo mesmo caminho não estimulam a vinda dessas aves que têm como alimento essencialmente os insectos. Estamos atentos à sua vinda e se a demora se prolongar, sinais são de gravosas alterações climáticas, essencialmente por culpa humana.

 

  (antonio)

Olhar o Porto - CXXXIII(Por terras de Campanhã)

Hoje o passeio à cidade, como já vem sendo habitual, foi apoiado pelo JN, FNAT(afinal é FNAC, vícios do passado) e Porto Canal, sob orientação do multifacetado historiador Germano Silva.

Ponto de partida no jardim, praça da Corujeira com uma avalanche de gente que gosta de conhecer os cantos da cidade. Logo ali o topónimo Corujeira foi abordado numa perspectiva de conjecturas de palpites pois certezas não há. Ali perto o Monte da Bela, local miradouro onde no passado não muito distante esteve um bairro pobre - S.Vicente de Paulo e para lá estão previstas construções de luxo.

A passo acelerado como é timbre do mestre octogenário que põe a deitar a língua de fora a muitos cinquentões ou menos, fomos à igreja matriz de Campanhã e aí nos foi dito pelo cónego que é imperioso o restauro das pinturas do tecto mas que até à data o IGESPAR não se tem chegado à frente, bem como o belo orgão. A casa de Bonjoia, na rua com o mesmo nome, foi visita aos jardins. O edifício, obra de Nasoni, ficou desde sempre inacabado. A entrada é pública mas nem por isso tem visitantes para admirar o arvoredo e o cantar dos passarinhos, como frisou Germano Silva. Na mesma rua a Fonte da Senhora cuja lenda foi recordada. No ano de seca, 1742, uma procissão foi de Campanhã, que ficava fora da cidade, até à Sé do Porto numa súplica de chuva. No regresso a imagem de Nossa Senhora caíu e ao bater no chão este começou a deitar água. Construiu-se uma fonte e a água era considerada milagrosa.

Uma paragem no Seminário dos Meninos Desamparados e aí Germano Silva referiu que foi ali interno durante um ano e desfilou toda a sua humilde vivência dos primeiros tempos.

O passeio foi acompanhado como vem sendo habitual pelo Rancho Folclórico do Porto, que tem à frente também um conhecedor da cidade, vai metendo umas buchas sempre oportunas em paralelo com as intervenções do historiador.

 

    (antonio)

Pela ruralidade - CVIII(Um criado de borla)

 


Em post anterior abordei a caça às silvas que foi necessário fazer naquele terreno que até há 25 anos atrás tinha sido terra de pão. Durante todos estes anos a mãe natureza encarregou-se da sua tarefa longe da mão do homem.

Os citrinos sofreram secas contínuas, se alguns mais copados resistiram (12), outros não se aguentaram nas canetas e secaram ( 4). Tal como no lema pombalino a quando do terramoto de 1755, enterrar os mortos e cuidar dos vivos, assim também era agora altura de a todo o gás cuidar das laranjeiras e tangerineiras debilitadas, o velho limoeiro foi-se. Adubar e essencialmente regar, pois a sede era extrema, e aqui punha-se a questão, como lhes dar assiduidade na rega se a distância que nos separa é de 60 Km?!...

Bem, costuma-se dizer que há soluções para tudo quando se tem cabeça pensante, mas atenção, não inventei nada. Arranjar um criado a pagantes seria uma solução, mas que diabo, nos finalmente cada laranja ficava-me por um preço exorbitante. Esperar que a água caísse do céu, como anseia a ministra da agricultura seria jogar no escuro. Então recorremos à sabedoria dos nossos antepassados e arranjamos um criado, à borla, que abrisse e fechasse o tanque para regar as árvores. Os regos e as tralhas foram feitos antecipadamente e direccionados para abeberar os pés dos citrinos.

À borla, é o tanas, dirão os eventuais leitores deste escrevinhador, hoje tudo se paga!

Vou explicar. Fiz um “engenho”, era este o nome que lhe davam lá na terra, coloquei-o no tanque, que é alimentado por água de mina, e que ciclicamente o abre e fecha sem a ajuda humana. As engenhocas dos nossos antepassados ainda me são uteis.

Numa próxima vou por aqui mostrar o “engenho”, e dizer como funciona.

 

 

 

     (antonio)

Olhar o Porto - CXXXII(Os "gorilas" da Universidade)

Com uma trunfa do camano  andava de dia para dia para ir ao barbeiro de sempre (barbeiro? Nunca me desfez a barba, vamos antes dizer cabeleireiro, sem que isto nada tenha de snob). Sou um tipo de certas rotinas, o pai e agora o filho lá me vão tosquiando as repas que sobram, ali na esquina da rua de D. João IV com a Rua do Moreira, há uma boa série de anos. Fui de casa na Gondomarense direitinho ao que ia, até ao Campo 24 de Agosto. A partir daí a penantes, como mandam as boas regras de manutenção, pausadamente observando e sentindo a cidade no seu frenesim que anda muito ao ralenti, pois a coisa não está para grandes pujanças. Na rua Firmeza esquina poente com a rua Anselmo Brancamp parei e recuei até aos meus belos tempos da Escola do Magistério Primário que ficava mais acima na Rua da Alegria.

Na citada esquina, quase em frente,  funcionou até à pouco a escola artística Soares dos Reis, recordo uma peripécia que agora fui escabulhar do fundo do baú. O prédio da esquina que será do fim do século XIX, esteve durante anos num estado lastimoso, foi recuperado e pode-se dizer que está um brinquinho. Falo nele, porquê? Estávamos em 1970 ou 1971, ali funcionava um tribunal da polícia. Estava anunciado, talvez  pela “oposição democrática” um  julgamento de um activista estudantil que estaria indiciado pela PIDE de mentor de rebelião no meio académico. Marquei presença na assistência com um compincha da EMPP, já não tenho presente quem foi, mas poderá alguém avivar a memória ao ler isto. Da fase do julgamento recordo-me do advogado de defesa do estudante desancar fortemente sobre a atitude do “gorila” da universidade que era testemunha de acusação. Dizia o advogado, cito de cor, o senhor em vez de ser um funcionário zeloso é um bufo de coisas menores.  Já não tenho presente o desfecho do caso, mas avaliar pela costumeira daquela época, quem fosse apanhado fora dos carris levava (tal como num passado recente dizia Coelho, o que arranjou um tachão no Mota, quem se mete com o PS, leva).

 

<<<<<<A uma mesa do amplo espaço para  reformados e não só, mas sobretudo, do “Via Catarina”, com a cabeça mais leve, lembrei aqui e agora passos do “antes do 25 de Abril de 1974”.

 

(antonio)

Pela ruralidade - CVII("A instrucção primária em Sinfães")

É com este título em epígrafe, que no ano longínquo de 1898 o senhor professor Carlos Soares escrevia para o semanário “Educação Nacional” um artigo sobre as escolas de Fornelos e Travanca. Passo a transcrever na parte que diz respeito a Fornelos:

 

“Continuando a dar cumprimento à nossa missão, vamos hoje ocupar-nos das escolas de Fornelos e Travanca, descrevendo em primeiro logar a do sexo feminino d´aquella freguesia.

Esta escola, que data de 3 de março de 1882, tem estado em diversas casas, algumas das quaes detestáveis, e actualmente tem a sua sede no logar das Almas, ponto bastante central da freguesia, onde, num salão que mede 5m,5 de comprimento por egual largura, ou sejam 30mq,25 de superfície e 3m,20 de altura, a que corresponde uma cubagem de 96mc,800, é ministrada a educação e a instrucção a algumas creanças da freguesia.

Este salão que tem uma porta e quatro janelas, comparativamente com as restantes pocilgas do concelho é muito regular.

A mobília escolar é tão insignificante e imperfeita que se resume no seguinte: uma mesa de 3m de comprimento por 0m,80 de largo, uma cadeira tosca para o professor,  cinco  bancos carcomidos do caruncho, uma taboa oleada de preto, servindo de ardósia, e alguns quadros de leitura de Simões Lopes em mísero estado.

Eis toda a mobília destinada a comportar 92 alumnas recenseadas, das quaes só 51 se matricularam e, d´essas, apenas teem frequentado a escola regularmente 23!

É espantoso este caminhar!

Devido à repugnância de quasi todos os paes, poucas ou nenhumas meninas foram submetidas a exame; e agora, por causa da odiosa propina, muito menos serão ainda.

Deixando, porém, a escola do sexo feminino, vamos ceder o logar à do sexo masculino da mesma freguesia.

Esta escola, de cuja creação não nos foi possível obter a data, é bastante antiga, tendo até hoje sido regida por alguns professores que teem preparado bastantes alunos para o exame de instrucção primária elementar e de admissão aos lyceus.

Está instalada num salão que mede 6m de comprimento por 5m de largura, o que dá uma superfície de 30mq,9 e 2m,90 de altura ou seja uma cubagem de 87mc.

Vê-se, pois, pelas dimensões apontadas, que, para satisfazerem às exigências da lei, as escolas dos dois sexos, nem uma nem outra deviam comportar mais de 30 alumnos.

Supponhamos os dois salões reunidos e os dois sexos igualmente juntos e nesse caso teríamos de encurralar 200 creanças em 60mq!!!

É simplesmente revoltante!

Há, comtudo, em substituição do mesquinho espaço, bastante luz nesta escola, que, como a outra, possue uma porta e quatro janelas.

A sua mobília é em tudo equiparada á do sexo feminino e compõe-se de uma mesa que mede 3m de comprimento por 1m de largo, seis bancos em péssimo estado, um bom quadro preto e uma cadeira de castanho semelhante á da professora, mas peor ainda.

Dos 96 alumnos recenseados no corrente anno só se matricularam 40 e d´esses teem tido frequência regular 32.

Aqui se vê em simples esboço o estado material das escolas de Fornellos”

 

 

O Professor Carlos Soares foi nos anos trinta do século passado presidente da Câmara Municipal de Cinfães. Foi durante a sua presidência que a estrada chegou a Fornelos. Por esse motivo o povo desta freguesia homenageou-o com uma placa de mármore colocada num pedestal de blocos de granito aparelhado, em Macieira. Há vários anos a placa foi vandalizada e nunca mais reposta. Eu próprio alertei no passado o presidente da CMC que me informou que comunicou para resolução à anterior JF. Também cheguei a falar com um elemento da Junta, e não fiquei por aqui, enviei há dois anos um e-mail à sra. Dra. Fernanda Meneses, presidente dos STCP, neta do homenageado, ficou sensibilizada e que ia fazer as diligências necessárias para repor a situação, mas…

Esperemos que a actual Junta de Freguesia colmate esta deficiência que se arrasta há tempo demais, colocando uma nova placa. Se me for solicitado poderei dar uma ajuda acerca do teor do memorial.

 

         Ant. Gonç. (antonio)

Pela ruralidade- CVI (Em Fornelos, caminho histórico)

 

Foi com Fontes Pereira de Melo, nos reinados de D. Pedro V e de D. Luís  que Portugal ganhou uma rede de estradas, não no sentido que hoje lhe damos, pois o alcatrão ainda não era conhecido e os veículos automóveis ainda não tinham sido inventados. Eram de terra batida e de macadame percorridas por carroças e carroções. Havia também os estreitos caminhos que ligavam as povoações entre si com ligação à “auto estrada” da altura, que era o Rio Douro aqui no Norte. Caminhos seculares percorridos por muitas gerações.  Grandes distâncias eram vencidas a pé ou em montadas, e o  transporte de pesos pesados da época, sobretudo na minha região, era feito no carro das vacas (bois).

Em Fornelos, concelho de Cinfães há um desses caminhos que me despertou a atenção, pela minha percepção é certamente do tempo dos romanos. Sendo esta freguesia muito dispersa, esse caminho, tenho documentos pessoais com 150 anos que se lhe referem como “estrada”, ligava o centro da freguesia junto à igreja matriz ao Lugar de Macieira onde aí se entrecruzava com outros caminhos. A sua antiguidade está bem patente ao longo da sua extensão mas mais evidente nas fundas regueiras, num afloramento rochoso, a montante do lugar do Outeiro, sulcadas pelas ferragens das rodas dos carros das vacas(bois) durante muitos e muitos anos. Por este antiquíssimo caminho não passam carros nem pessoas há dezenas de anos em parte da sua extensão, o silvado apoderou-se dele, até porque há novas acessibilidades. Há dias tive necessidade de ir ver uma água  de mina e o único acesso era por este caminho. Com dois trabalhadores tentamos limpar uma nesga ao longo deste trajecto, o que não foi tarefa fácil, mas lá se conseguiu com umas arranhadelas das malditas silvas.

 É até muito provável que esse caminho faça parte de uma via romana que partia da cidade de Tongobriga, actualmente as suas ruinas são monumento nacional, na freguesia do Freixo, Marco de Canaveses. Via denominada “carraria antiqua”, atravessava o rio Douro em Bitetos e seguia por Escamarão, Couto, Fornelos, Nespereira, Cabril, S. Pedro do Sul e Viseu. (Esta é uma informação do célebre historiador Alexandre Herculano sobre as vias romanas em “Portugaliae  Monumenta Histórica”). E aqui podemos associar uma exploração mineira relativamente próxima desta via. Na terra chamam-lhe “buraco dos mouros”, nos limites do lugar de Macieira, sítio do Chão do Viso, mas que poderá ser possivelmente dos romanos. No monte de Santa Justa, em Valongo existe uma galeria idêntica.

Levei ao histórico caminho o sr. Presidente da Junta que é novo nestas funções, ficou sensibilizado para a preservação desta “estrada” limpando-a das silvas, mato, codessos, salgueiros, giestas, zangarinheiros, freixos, espinheiros, catrapeiros, choupos   e que mais direi eu…. Um troço deste caminho corre ao longo de um ribeiro, no sítio denominado Venal, razão do desenvolvimento de tão exuberante flora.

Preservar os caminhos rurais antigos e dá-los a conhecer aos mais novos é também uma lição de história. São memórias que nos devem orgulhar dos  usos e costumes dos nossos antepassados. Vão também neste sentido as diligências do sr. Presidente da Junta ao dizer-me que está a pensar fazer um levantamento de todos os caminhos rurais da freguesia. É uma medida que merece o meu apoio, e que registo  com agrado.

 

   PS: Na imagem,  um  troço significativo da"estrada" limpo por mim para a foto.

 

 

   ver também: http://magisterio6971.blogs.sapo.pt/302681.html

 

 

 

 

 

 

   Ant.  Gonç. (antonio)

Passeios pelo Porto

O passeio JN/FNAC, com Germano Silva, que se realizou no último domingo de fevereiro de 2012, abordou "Os caminhos dos romeiros". Partindo do Largo da Maternidade, terminou na Praça do Infante. Como sempre, o Rancho Folclórico do Porto acompanhou o passeio e brindou os acompanhantes com algumas representações. Com fotografias e videos de Isabel Portal e Francisco Rodrigues, aqui fica uma singela reportagem. Saudações tripeiras do Francisco.

 

 

Insegurança

O número de assaltos violentos, nomeadamente a ourivesarias por todo o país tem sido demais. Estou quase em dizer que não há dia em que, pelo que é dito nos jornais, neste pequeno país não haja assaltos a locais de ouro.

Aqui em Gondomar tem sido uma dor de alma para uns e um fartote para outros. E essa malta dos rapinanços bem sabe onde fica a capital da ourivesaria. Se outras indicações não houvesse o monumento,  a meu ver piroso, a atestar a riqueza amarelinha, lá está na maior rotunda de Gondomar! Não sou ligado às artes, nem pouco mais ou menos, mas tenho alguma sensibilidade para não gostar daquela pirosice. Parece que há uma avidez para preencher o miolo das rotundas, muitas vezes não por bons motivos.

Bem, mas à parte destas autarquices, não se vê a nível do poder centralista tomar medidas drásticas para acabar com esta insegurança. Arrufos paliativos, tipo ministro Relvas, não desarmam os malfeitores e não sossegam os cidadãos. E com a crise do desemprego a acentuar-se tornam as coisas ainda mais negras.

Pulso forte, precisa-se

 

  (antonio)