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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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As minas de Regoufe

O silêncio contrasta com o frenezim de outrora. Era uma corrida ao ouro. Negro porém, que saciava os apetites de Alemães e Ingleses em tempos em que andavam às cabeçadas. A fome de metal era insaciável e o minério, nada reluzente, fazia brilhar os olhos de muitos que imigravam em direcção a Regoufe, uma localidade em plena Serra da Freita. 

 

Pouco mais de centena de pessoas vive nesta pequena aldeia que um dia fora uma cidade de milhares, oriundos de todo o país em busca de melhor remuneração. A prosperidade era tamanha que os saxónicos batalhavam pelo volfrâmio a preço de ouro como se na frente de combate se encontrassem, enquanto os neutrais bafejavam cigarros, acesos a notas de "conto de rei". 

Desta imensa cidade restam pedaços de história que o tempo foi apagando, hoje um amontoado de rochas inférteis cujo filão foi sugado em prol da guerra da ganância. Em 1990 foram extintas, e quem hoje visita as Minas de Regoufe é atropelado por um silêncio arrebatador, por uma tristeza fustigante brotada de uma pilha de destroços estéreis, onde ninguém pensaria ter sido, um dia, um dos centros industriais mais ricos de Portugal.

 

No fim de semana passado, visitei este local e partilho convosco as fotografias que tirei.

 

 

Saudações, Benilde.