As danças e o povo
Rancho folclórico de Lourosa de Campos – anos 60.
(fundado pelo meu avô)
Arouca devida à sua situação geográfica e a um certo isolamento viveu durante séculos num comunitarismo agro-pastoril, apenas entrecortada por contactos com o povo duriense e da beira-mar, geralmente por altura das romarias como o Senhor da Pedra, a Senhora da Saúde, Santa Eufémia… Daí serem as nossas danças, senão de fundo pelo menos de aspecto nitidamente comunitárias, apesar da natural influência coreográfica daquelas regiões, bem patentes nas suas danças como o vira valseado e a tirana.
As danças populares autóctones mais velhas são aquelas que confinam a dois períodos de actividade coreográfica: o da tensão e o da distensão, reguladas por um cantador integrado num suporte rítmico e é nesse contexto que se enquadra grande parte das danças da região.
São caracterizadas pela sua serenidade e, por isso mesmo, merecedoras do apípeto: “a casta dança portuguesa”.
Era com essas danças que se divertiam os nossos antepassados nas horas de lazer e de trabalho nos campos, como as ceifas e linhares. Por outro lado, grande parte das danças e da música são antigas “Modas dos Caminhos”, que o povo, ainda há poucos anos, cantava e bailava para amenizar as léguas que tinham de palmilhar.
Uma simples viola, uma harmónica das velhas, um ou outro cavaquinho, um ferrinho, um bombo e uma cantadeira e boa disposição eram o bastante para se armar uma dança de consolar os rapazes e raparigas. No passado ia uma viola e harmónica à frente com o cantador ou a cantadeira e mais instrumental adequado; atrás o conjunto de rapazes e raparigas. A música era um acessório da dança, bastando por vezes uma viola ou um bombo para marcar o ritmo. A natureza das danças eram essencialmente comunitárias e tinham uma função social, meramente recreativa sem qualquer significado ritualista, mágico ou religioso.
fonte: Câmara Municipal de Arouca - Informação e Divulgação Turística de Arouca
Com as saudações dançarinas, Benilde.