Memórias da guerra colonial
Quem ler aos domingos os jornais do Porto e de Lisboa não ficará indiferente à quantidade de anúncios de convívios de ex-militares que estiveram no teatro de guerra.
O Batalhão de que fiz parte também se fez anunciar para o encontro anual, desta vez em Pombal. Como o pessoal é das mais variadas regiões do país, este local foi bem escolhido devido à centralidade, havia gente do Minho ao Algarve e até um dos Açores.
Aqui do Porto eu e alguns mais "tropas" combinamos ir de comboio. Além de ser um meio de transporte cómodo, é barato (50% para os de mais de 65).
O Batalhão de que fiz parte esteve em Angola de 1966 a 1969. É interessante constatarmos que passados todos estes anos ainda há indivíduos que aparecem pela primeira vez.
Das campanhas em África germinou, cresceu e amadureceu uma união de companheirismo que apesar de só nos vermos uma vez no ano é sentida com grande irmandade. E então é interessante assistir ao desbobinar das boas e más recordações daqueles tempos difíceis atenuados pela força anímica da juventude que brotava de cada um de nós. Mulheres e filhos também presentes no encontro fazem o frete de serem assistentes das vivências "guerreiras" dos seus familiares.
É sempre assim, ano após ano, com a organização duns bacanos que gostam do que fazem.
(antonio)