Por todo o Portugal pequenino que vai do Minho ao Algarve, a terra que adoptei para residência é sobejamente conhecida por dois motivos: terra do Valentim por um lado e por outro alfobre de ouro, leia-se trabalhos neste nobre metal que atualmente tem muita procura a avaliar pelos "staminés" que há ao voltar da esquina, compra-se ouro!... Se recuarmos alguns anitos posso também arriscar que Gondomar era terra de nabos (nabos de S. Cosme), os autênticos claro, quando a agricultura estava em pleno,
Além destes clichés há agora outro que veio também fazer furor para se falar de Gondomar. Aí está num prafrentex o salão erótico no Pavilhão Multiusos. Segundo as parangonas publicitárias ali se vai falar de tudo, de 3 a 6 do corrente, àcerca do sexo, numa miragem lúdica e pedagógica, digo eu. O sexo estará então na ordem do dia e não é só no JN (quem diria no JN?) que aparecem cuzes e quejandos ao léu. Francamente parece que vale tudo, boa senhor director do jornal não se deixe abafar pela concorrência!...
Tinha vontade de passar pelo multiusos mais para trabalho informativo aqui num post, mas... como é a pagantes não vou nessa!
Corria o ano de 197O. Ainda a génese do 25 de Abril (de 1974) não estaria na barriga da mãe, apenas algumas euforias pontuais de oposicionistas vinham ao de cima por altura de datas simbólicas como o 31 de Janeiro e sobretudo o primeiro de Maio. As conversas em família de Marcelo Caetano através do único canal televisivo eram escutadas com serenidade pelo bom povo português. “O tempo das vacas gordas acabou”, dizia Caetano aos portugueses. E o ministro Rui Patrício, aquele que não dizia os “rr” vinha à TV mentir com todos os dentes que a invasão da Guiné Conacry a partir da à altura nossa Guiné, pelo Spínola, comentada em toda a imprensa internacional, tinha sido uma mentira orquestrada pelos nossos inimigos, blá, blá.
Entretanto a guerra colonial continuava e os jovens estudantes universitários marravam no “Piolho”, aos Leões ou no “Diu” na Carvalhosa, para não raposarem e assim não irem para a guerra a meio de findar o curso, pois tinham pedido adiamento.
Os estudantes da Escola do Magistério Primário do Porto davam o seu melhor entretidos com a Pedagogia e a Psicologia e levavam uma vida serena sem as contestações como havia no meio universitário. Eram um grupo de jovens que tinham espírito de corpo com evidência para os encontros de futebol que organizavam. Canha de seu nome, era um deles que vindo de Vagos tinha poiso lá para os lados da Boavista, não sei agora se em casa de familiares ou em quarto alugado. Bacano que era, e é, lá vinha todas as manhãs para as aulas da EMPP. Na descontracção como sempre, avivando os seus dotes futebolísticos ao passar na rua deu de caras com uma garrafa de óleo, aparentemente vazia, no meio do passeio. Não tem mais nada, manda-lhe um chuto destorcido, a garrafa de plástico rodopia, como ainda tinha óleo dá-lhe uma valente oleadela nas pernas das calças!... Quando chegou à escola contou a peripécia ao maralhal com toda a boa disposição que lhe é apanágio.