Estou cada vez mais revoltado, cada vez mais indignado. Certamente que já viram e ouviram notícias sobre o suicídio deste jovem de 12 anos no rio Tua. Agora peço-vos ajuda pois isto cada vez se está a tornar mais estranho para mim.
Podem dizer-me o que dizem os pais sobre esta morte? Já os ouviram ou já leram declarações suas?
Podem dizer-me o que diz o ministério da educação, através da DREN, sobre este assunto, além do habitual "...já foi aberto um processo de averiguações..."?
Estou triste. Estou mesmo muito triste e incomodado. E estou muito intrigado. Morre uma criança de 12 anos, ou melhor, suicida-se uma criança com 12 anos, alegadamente por ter sofrido pressões e violência na escola. Rejeito a palavra "bullying" pois temos termos que cheguem no léxico português. Ouço os noticiários das estações de televisão e leio os jornais. Reparo que são entrevistados presidentes de associações de pais, colegas e não são entrevistados os pais, ou só a mãe, ou só o pai, ou os avós, ou quem quer que seja que constitua o agregado familiar desta criança. Alguém ouviu? Esta criança não tem agregado familiar? Não é relevante ouvir o agregado familiar? Eu já não sei que jornalismo é este que o meu país tem... Eu já não reconheço esta tropa. Então os responsáveis do ministério da educação? Não é relevante ouvi-los? Eu não ouvi nenhum jornalista afirmar que, apesar das insistências, não foi possível ouvir a responsável da DREN... Já sei que os docentes e os elementos do conselho executivo e a direcção do estabelecimento podem refugiar-se no estatuto do funcionário público e rejeitar prestar declarações. Mas sinto uma revolta do tamanho do mundo por eu próprio ter sido penalizado por ser o director do estabelecimento e a DREN ter considerado que o conselho escolar a que eu, por inerência, presidia, ter feito uma retenção administrativa a uma aluna do 3.º ano. Felizmente, comigo não era de mortes que se tratava. Aqui e agora, é de violência e de falta de competência duma direcção que se trata. Senão vejamos os comentários: