Pela ruralidade - LV (Elas ainda não chegaram!)
É sempre assim todos os anos desde que me conheço. As árvores depois de se despirem começam a inchar nos gomos e daqui a nada aparecem as sépalas ou as pétalas em primeiro, como nas magnólias. Os dias esticam e ficam maiores como se diz, a luminosidade é anunciadora da vida.
No ano transacto, dia 27 de Fevereiro dei aqui no blogue largas ao meu contentamento quando cheguei lá à terra e senti com toda a pujança a Primavera. Os seus chilreios, ida e vinda na prospecção aos ninhos que tinham deixado do ano anterior eram uma sinfonia que me deixavam ali expectante a olhar para o beiral – estou a referir-me às minhas amigas de sempre, as andorinhas.
Este ano ando discursivo, fui ontem à aldeia e nicles, ainda não chegaram. Fiquei pensativo e procurei os motivos do atraso. Se nos anos anteriores elas estavam a chegar cada vez mais cedo, este ano o que se terá passado? Certamente que o prolongamento do Inverno rigoroso com temporais à mistura (ai que pena o meu secular pinheiro manso foi arrancado com a ventania!) deverá ter sido um entrave para que elas ainda não me tivessem visitado.
Venham, venham, eu bem sei que a viagem é de muitos milhares de quilómetros desde a África equatoriana, estou à vossa espera!...
Fiquem bem, antonio