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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Olhar o Porto, versus ruralidade - XCI (Os chauffers de praça)

 

 

Era eu um chavalito que tinha lá na terra acabado a quarta classe e de duas uma, na óptica dos meus pais, ou ficava por lá na agricultura ou então iria estudar p´ra padre. Na família havia uns parentes afastados que estavam formados na vida eclesiástica no Alentejo e por sugestão penso que também deles lá fui para o seminário. Não ia com uma mala de cartão, mas com uma caixa feita às três pancadas por um habilidoso da terra onde levava os trastes, enxoval como se dizia, roupa da cama incluída e numerada com o número 20. Naquele dia acordei bem cedo, depois de ouvir os conselhos de meu pai para me portar bem, abriu o pedrês da porta cujo ranger da couçoeira na soleira entendi-o como uma despedida da casa paterna naquela manhã de lusco-fusco. Fui acompanhado até à estrada onde apanhei a carreira até ao Porto, a seguir tinha pela frente uma longa viagem de comboio com três mudas até chegar a Vila Viçosa. Do Porto ao Entroncamento no comboio correio que partia de S. Bento às 07H00 e parava em todas as estações, a partir daí, Linha do Leste, Ramal de Portalegre e Ramal de Vila Viçosa. Naquela altura havia três classes, 1ª, 2ª e 3ª, ia nesta última. Lembro-me de estarem a electrificar a Linha do Norte onde o comboio com assentos de napa dura que nem chavelhos era aceitável para a época. Nas outras linhas, comboios a vapor com carruagens de bancos de madeira e viva o velho.  Era um dia gordo de viagem a olhar para árvores que não conhecia. Perante a minha ignorância o "pica", há quem chame revisor,  interpretou a minha basbaquice e disse-me, são azinheiras e aquelas são sobreiros (sim estes já tinha identificado)!... E aqui e ali por entre os chaparros, varas de animais que pensava que tinham chegado de África, porcos pretos. Era o Alentejo sem fim na minha mão!...


No regresso para férias a mesma cegarrega em sentido inverso até Porto, S. Bento. Numa das vezes eu e mais dois compinchas apanhamos um táxi, Mercedes 180, na altura o local de postura era no topo poente da agora modificada Praça Almeida Garrett. Pedimos para ir para a garagem Galiza para apanhar a carreira “Soares”. Esta garagem ficava no gaveto da Avenida Rodrigues de Freitas com a Rua Duque de Loulé, onde há poucos anos fizeram um edifício novo. Quando nos apeamos do carro de praça e saldamos a pequena corrida, certamente sem gorjeta, levamos cá uma ensaboadela do carrancudo motorista dizendo que trajectos tão pequenos não lhe interessam, béu, béu… Estaria certamente à espera duma substancial viagem, sei lá, para Freixo de Espada à Cinta ou Póvoa de Lanhoso (como eu gosto da sonoridade destes nomes topográficos!).


Pelo seminário lá andei algum tempo, mas como não tinha jeito para aquilo fui aconselhado a pensar melhor o caminho, saltei então fora da barca, e ainda bem.

 

  Fiquem bem,  (antonio)

 

Solução da adivinha do dia dos namorados

A arma é...

 

 

Instruções:

  • Apertar bem firme um dos manípulos rosa ou azul, caso se trate de mulher ou de homem. Com o outro em riste direccionar, focando bem o alvo.
  • Aconselha-se o uso de viseira por parte do agressor, de forma a protegê-lo caso faça efeito de ricochete.
  • Ligar de imediato o 112 e informar o estado do alvo.
  • Manter em local secreto, fora do alcance das crianças.

 

Boa sorte!

 

Com as saudações pacifistas, Benilde.

Pelo JN

O Jornal de Notícias é um diário que tem boa tiragem, é lido por uma vasta heterogeneidade de leitores.

No passado dia 20, na revista que o acompanha NS (Notícias Sábado) vinha uma entrevista ao humorista Ricardo Araujo Pereira que não passava despercebida com o título da mesma em letras garrafais: "Quero que a imparcialidade se foda".

É triste que o recato, os bons costumes, a ética estejam assim abandalhados.

A título pessoal entre amigos que já há uns tempos não se vêm podemos dar umas caralhadas que têm um espírito amigável, do género: ó meu cara de caralho ninguém te põe a vista em cima, então como vão esses ossos (e uma palmada nas costas)?!... Outra coisa é essas "fodas" virem escarrapachadas num jornal de referência, não estamos a falar de alguma revista de sexo, entenda-se.

 

  Fiquem bem, antonio

A árvore vive e ajuda a viver

 

 

 

Trabalho de grupo realizado pelos meus alunos do 4º ano, premiado com o 1º lugar num concurso que a C.M. de Arouca propôs em 1994, a todas as escolas do Concelho.

Já lá vão 16 anos e ainda tão actual! 

Continuamos sem dó nem piedade a pontapear esta bola que gira... gira... no espaço, indefesa perante as investidas dos predadores. 

Cada um de nós tem de se mentalizar que... Terra há só uma e, salvo outra teoria, a Vida também é única.

Não vamos mais adiar a esperança de ajudar a transformar este planeta azul num recanto onde se possa encher os nossos olhos de beleza natural. Que os nossos testamentos legados aos nossos netos incluam ar puro e águas límpidas e cristalinas.

Para isso o que é imperativo fazer?

Deixo a discussão em aberto.

 

Com as saudações ecológicas, Benilde.

Desabafo

Dão-me licença que tenha um desabafo convosco? Ok. Obrigado. Estou muito sentido com uma vizinha. Uma vizinha foi hoje muito ingrata para comigo. Nem eu o merecia nem ela tinha razões para isso. Então porque o fez? Talvez porque ela estava com um casal amigo e precisava de mostrar como é a sua arrogância... Talvez porque ela estivesse mal disposta... Talvez porque ela revelou finalmente a sua verdadeira face e não a face hipócrita do dia-a-dia... Serviu-me de lição? Não senhor. Não vou deixar de ser quem sou, nem deixar de pensar o que penso, nem deixar de servir o vizinho, nem deixar de ajudar o amigo. Mas perdoa-me, meu Deus, por não oferecer a outra face à vizinha. Peço desculpa mas não sou capaz porque não sou tão forte a esse ponto. Bateu-me com a ingratidão numa face mas não vai ter a outra para bater com outra coisa qualquer. É que se há sentimento que não aguento, esse é o da ingratidão. E eu, felizmente, não sou ingrato para ninguém pois tenho o prazer de ir a caminhar na rua e ter toda a gente a cumprimentar-me, a perguntar-me por toda a minha família, enfim, a acarinhar-me e a mostrar que me estima. Já estou melhor. Já desabafei. Fez-me bem.

Saudações tripeiras do Francisco.

Pela ruralidade - LIV (Das m/memórias, o cheirinho da fruta)

Os tempos da infância no mundo rural são sempre recordados, agora que a madureza da vida nos vai avivando o modus vivendi.
Os caminhos atapetados com bosteiras e pelo estrume que ia escapulindo da sibana dos carros de vacas quando iam carregados para os campos na época das lavouras, davam um cariz laboral à vida campestre dos meus verdes anos. A riqueza estava na terra e então todos os campos ou pequenas leiras eram terras de pão. Portugal tinha as fronteiras fechadas de modo que tudo o que cá se produzisse era para consumo interno. E havia compradores para tudo, estou a lembrar-me do negociante de ovos que vinha de longe com um cesto para comprar um ovo aqui, dois acolá!... No tempo das castanhas, eram desouriçadas e colocadas na fresquidão do lagar, livre após a feitura do vinho, à espera de serem transaccionadas. E as maças? Essas eram amontoadas numa sala da habitação e as mais duradouras, para consumo da casa, colocadas na fruteira, que existia à volta da sala, anexa ao colarinho do tecto de masseira – que saudades do cheirinho daquela fruta!... Alguns cachos de uvas também aí pendurados, geralmente as Verdelhas que duravam até ao Natal. Da rima das maças, depois de tirar uma ou outra tocada, eram colocadas em gigos e então eram vendidas, comprador havia sempre. Uma nota de vinte era quanto dava o Sr. Bernardo Insosso por cada gigo bem cochado, vinha lá do Castelo, povoação ribeirinha do Douro na confluência do Paiva. Fazia-se acompanhar por umas carrejonas que à cabeça, descalças ou com uns chinelos rapeiros, saindo pela porta fronha aberta algumas vezes por mim esticando-me para chegar à aldraba, levavam a mercadoria do negócio acertado. Às vezes ainda se abotoavam com uma abada de maçãs que o lavrador oferecia. (A distância que este pessoal vencia carregado que nem bestas deixa-nos agora à distância estarrecidos).
O azeiteiro, o funileiro, o moleiro e o gigueiro faziam as suas rotinas em datas certas. Havia também pedintes esfarrapados que nas suas rondas de terra em terra lá iam suplicando ajuda. E os pobres daquela altura eram mesmo pobres. Quando havia missa do 7º dia de alguém com algumas posses era vê-los em magote no final da cerimónia à porta da igreja à espera da esmola, que um familiar do falecido voluntariamente dava, era uma questão cultural.
Os mesmos caminhos, muitos desactivados assoberbados pela vegetação, os mesmos campos, agora todos de velho, o mesmo sol que todas as manhãs aparece e a mesma lua que nem sempre dá o luar, são sinais que a aldeia existe, mas falta-lhe o motor que a fazia crepitar em actividade – a gente, que agora é escassa. Estou a referir-me à terra das minhas raízes, Macieira freguesia de Fornelos, Cinfães, que não foge à radiografia de todo o interior do país.

 

  Fiquem bem, antonio

 

Espaço de PENSAMENTOS

 

 

Aqui vão três pensamentos que é devido fazer-vos reflectir:

 

 

 

Algumas pessoas, à medida que vão envelhecendo, não perdem a beleza; apenas a transferem do rosto para o coração.

 

Martin Buxbaun

 

 

A amizade multiplica as alegrias e divide os aborrecimentos.

 

Autor desconhecido  



Criar um filho significa,  basicamente, ensiná-lo a passar sem nós.


Autor desconhecido


 

 

Saibam ser felizes

de Rua Trinta e quatro

de Nova Iorque

Olhar o Porto - XC (Ainda os jardins da Invicta)

Não podemos ficar indiferentes à crónica de hoje de Germano Silva no Jornal de Notícias, aliás devemos estar sempre atentos à sabedoria que este mestre nos transmite sobre o Porto. É certo que já outros no passado falaram sobre a cidade mas ele fala de tudo isso e do que apalpa agora, até porque não é homem de gabinete mas sim farejante das pedras da calçada.
Na crónica de hoje sobre o jardim João Chagas, um dos mentores do 31 de Janeiro de 1891, vulgoCordoaria, ele põe o dedo na ferida sobre o estado daquele espaço. Na verdade antes da intervenção desastrosa o jardim era mal frequentado e precisava de ser humanizado mas não da forma como foi feita pois ficou pior do que estava. Germano Silva desta vez também usou a crítica, preto no branco pôs a nu uma situação que devia envergonhar quem deixou que o jardim chegasse a tal esquecimento. E assim dito por este conceituado conhecedor da cidade tem uma força que há que evidenciar.
As intervenções do Porto 2001 foram um desbaratar de dinheiro, estou não só a lembrar-me deste jardim da Cordoaria mas também da Avenida dos Aliados com um tanque sem jeito e na Praça da Batalha o que por lá se fez não foi mais do que gastar dinheiro nomeadamente a deslocar o robusto pedestal e estátua de D. Pedro V alguns metros para sul sem razões palpáveis. É pena que as obras que se fazem sejam assim tão desconformes! Até na estatuária as coisas saem mal, veja-se a estátua do Bispo António Ferreira Gomes mesmo ali ao lado da Cordoaria, com uma indumentária que mais parece asas de morcego como já li algures.
 

 

  Fiquem bem, antonio

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