No Jornal de Notícias publicado hoje, pode ler-se:
«Porto reviveu a revolta de 1891, da festa ao fracasso.
Reconstituição promovida pelo Ateneu Comercial do Porto foi o arranque das comemorações oficiais, onde se reviveram os momentos mais marcantes da revolta de 1891. Veja as imagens.»
E cá estão elas com as saudações republicanas do Francisco.
Ontem, 30 de Janeiro de 2010, realizou-se o último dos três Passeios JN dedicados à Revolta de 31 de Janeiro de Janeiro de 1891. Estes passeios foram organizados pelo Jornal de Notícias no âmbito das comemorações do Centenário da Implantação da Repúbica e tiveram o superior acompanhamento do jornalista e historiador Germano Silva.
Hoje, 31 de Janeiro de 2010, 119 anos depois da revolta que ocorreu na cidade do Porto, vale a pena ler o que publica o Jornal de Notícias.
O Jornal de Notícias (JN) organizou neste mês de Janeiro de 2010 três passeios dedicados ao 31 de Janeiro de 1891. Estes Passeios JN foram realizados nos três últimos sábados do mês (16, 23 e 30), contaram com a participação do Rancho Folclórico do Porto e foram orientados, como é hábito, por Germano Silva. É dessas visitas de estudo que vos quero deixar esta galeria fotográfica, sendo Maurício Branco o autor de todas as fotografias.
Saudações republicanas do Francisco.
Galeria fotográfica dos Passeios JN sobre o 31 de Janeiro de 1891.
Os acontecimentos que ocorreram na cidade do Porto em 31 de Janeiro de 1891 constituem uma página importante da História de Portugal.
A função de um jornal é divulgar. E eu, como modesto colaborador deste e como tripeiro convicto, vou à procura das fontes para mostrar onde se pode beber não a água mas a informação.
Podemos dizer que a espinha dorsal do Porto mantém-se inalterável desde o empreendedorismo dos grandes Almadas que fizeram saltar a cidade para fora das muralhas fernandinas e da consolidação da Avenida dos Aliados no inicio do sec XX. Mas há outros aspectos da cidade que se vão alterando nomeadamente o casario. E estou aqui a recordar-me da Avenida da Boavista que estava ladeada de vivendas com traça que foram mandadas para o maneta na maioria, substituídas pelo betão. Aí também o eléctrico foi-se bem como as frondosas árvores que ladeavam o canal do “amarelo”. Passei pela Praça da Batalha e aí observo que o antigo edifício do Cinema Águia d’ouro está em pantanas (em pantanas estava ele já há muitos anos). Maquinaria pesada a tratar da saúde àquele local que de facto estava num caos. Todo o miolo está esvendrado e parece que a fachada vai ser preservada. Segundo o JN está na forja um hotel de duas estrelas (low coast). Parei a olhar e numa retrospecção avivei as vezes que por lá vi alguns filmes entre os quais recordo daquela época um que fazia furor – O Trinitá! Eu que nunca fui apaixonado pelo cinema por lá visionei algumas fitas com heróis a valer!... Memórias doutros tempos em que ainda não estavam na moda as pipocas nos cinemas (que moda tão esquesita)… Calças à boca de sino e quanto a roupa de marca era a Levis e a Miura que se batiam taco a taco na farpela da malta, e o JN custava 1#50. E no restaurante ONIX na Rua do Loureiro, sandes de buxo eram um regalo, o pessoal não pensava ainda nos malefícios do colesterol e antes de ir ao Águia ver as pistoladas satisfazia os apetites salivosos.
Na sequência da informação que recolho sobre as comemorações do Centenário da Implantação da República Portuguesa, venho por este meio deixar-vos mais um sítio útil. Saudações tripeiras do Francisco.
Venho à página principal deste jornal chamar a atenção dos leitores do mesmo, para a hiperligação que se encontra no artigo publicado pelo António, em 24/01/2010. De facto, quem gostar de História da Cidade do Porto pode recordar ou ficar a saber mais qualquer coisa clicando sobre Germano Silva. É como diz o subtítulo do artigo "Uma suculenta página da história e da cultura da cidade" a crónica publicada no Jornal de Notícias.
A Praça, nome dado pelos portuenses à sala de visitas da cidade – Praça da Liberdade, foi sempre palco de manifestações políticas e culturais. Segundo Germano Silva funcionavam por ali nos Cafés, Guichard e Suiço e também pelo próprio Passeio das Cardosas extensões da universidade onde se punha a escrita em dia – semeadura de revoluções. Não sei como é que no tempo do regime anterior o nome desta Praça, da Liberdade não foi alterado como foi a Rua 31 de Janeiro para Rua de Santo António.
Nos meus tempos de jovem outros cafés emolduraram a Praça como o Astória que ficava no Palácio das Cardosas esquina com a Praça Almeida Garret; outro emblemático era o Café Imperial com a sua porta rotativa e porteiro devidamente enfarpelado. Era frequentado por patrões do comércio e indústria que a cada passo eram chamados ao telefone pela instalação sonora. Do outro lado da Praça a Cervejaria Sá Reis foi palco de escaramuças, com vidros partidos pelo menos uma vez me lembro, era refúgio de manifestantes no 1º de Maio, acossados pela polícia. Continuando no tempo, por alturas do PREC após o 25 de Abril de 1974, muitas manifestações e contra-manifestações das várias facções encrespadas por lá se desenvolveram despoletadas também pelo célebre frente a frente televisivo Soares – Cunhal onde este último emparedado pelas investidas de Soares dizia a frase que ficou para a posteridade: “olhe que não”, “olhe que não”!...
Actualmente a Praça indiferente aos engulhos que lhe tentaram criar mesmo quando quiseram dar uma volta de 360º ao cavalo, ali está a recordar-nos o pulsar da cidade,
Ao falar do meio rural há sempre memórias que carregamos, foram-nos trespassadas pelos mais velhos, autênticas enciclopédias de saberes. Gente indomável que apesar dos fracos recursos eram portadores de energias musculadas que hoje à distância nos deixam estupefactos.
As construções de casas, palheiros e canastros de Fornelos, freguesia onde tenho as minhas raízes, concelho de Cinfães, eram cobertas com lousas que vinham nos carros das vacas desde uma louseira de Canelas já no concelho de Arouca. Estamos a falar numa distância de muitos quilómetros por caminhos íngremes, estradas não havia. A meio desse trajecto o atravessamento do Rio Paiva na freguesia de Espiunca, um aparente obstáculo, era feito num barco onde eram acamadas as lousas para serem levadas para a outra margem. E aqui aparece o herói da história, conhecido nas redondezas, o barqueiro. Homem de forte robustez, gabava-se de mandar abaixo duma assentada um cântaro de vinho que pegava por uma asa!... Desconhecemos a medida da vasilha mas isso também pouco interessa, é tão só simbolismo do autêntico homem d’aço que de força rezam as histórias dos mais velhos que ainda o conheceram.