Pela ruralidade - XXX
Quem quiser dar uma saltada cem anos atrás ao meio rural não pode deixar de ler as obras de Aquilino Ribeiro , um beirão que retrata bem a vida campestre. Em Lisboa foi suspeito de se ter metido no regicídio mas isso é outra história, que era oposicionista lá isso era. Eu com pena minha não sou um leitor compulsivo deste autor e de outros que nos espelham o Portugal daquela época.
Aquilino no seu livro “A Casa Grande de Romarigães” …do pinhão, que um pé-de- vento arrancou ao dormitório da pinha-mãe, e da bolota, que a ave deixou cair no solo, repetido o acto mil vezes, gerou-se a floresta. Serve esta citação para valorizar as minhas vivências campestres onde a fauna e a flora se completam no meio ambiental emoldurando a paisagem sem a ajuda do homem.
Então tendo como base a citação de Aquilino quero aqui testemunhar este entrosamento entre a passarada e as árvores. Tenho lá na minha santa terrinha uma parcela de terreno actualmente inculto mas que até há cerca de seis anos tinha sido lavradio com cultura de milho e videiras nas bordaduras. Ora acontece que sem a mão do homem nasceram por todo o terreno muitas árvores todas da mesma espécie – chaparros. A explicação está na citação supra citada, pois foram as aves, neste caso possivelmente gaios, que deixaram cair dos bicos as bolotas que iam colher a uns sobreiros centenários das imediações.
Ainda na mesma obra citada …acudiram os pássaros, os insectos, os roedores de toda a ordem a povoá-la… numa referência ao ecossistema da floresta.
(Na imagem os chaparros referidos no post já em considerável desenvoltura)
Fiquem bem, antonio