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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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Olhar o Porto - LXI (Centro histórico)

Tarde soalheira contrariando as previsões de frio intenso anunciado pela protecção civil. Não sei porquê, mas este organismo por dá cá aquela palha envia para a comunicação social registos de amarelo ou laranja em vários distritos. Saí de casa a penantes e fui até ao coração do burgo pela marginal do Douro - Avenidas Paiva Couceiro e Gustavo Eiffel. Duma assentada passei por baixo de cinco pontes, três de betão e duas de ferro já centenárias; pela ordem: Freixo, S. João, Maria Pia, Infante e Luís I. Ali ao lado o rio calmo com água mais ou menos ecologicamente aceitável, estava povoado de gaivotas, corvos marinhos e algumas garças.
Então a partir da Praça da Ribeira enfiei-me por uma das mais emblemáticas ruas do Porto – Rua dos Mercadores. Subi por ela em direcção ao núcleo duro da génese portucalense – morro da Sé. Nessa rua de configuração estreita como eram todas as ruas históricas, por lá me demorei na subida, olhando quer para as velhíssimas portas de madeira de castanho carcomido, com sinais denunciadores de não serem abertas há muitos anos, quer para as altas cérceas, rés –do-chão e cinco pisos e às vezes mais um recuado, é obra!... Como o seu próprio nome, Rua dos Mercadores, faz crer que por ali há cem anos atrás era um formigueiro de gente em transacções comerciais que iam e vinham do cais da Estiva ali na Ribeira, onde um alfobre de barcos acostavam. Hoje esta rua como todas as outras do centro histórico está às moscas, não se encontra vivalma, apenas um ou outro turista de ocasião como eu. Uma ou outra casa foi já recuperada pela extinta Fundação para o Desenvolvimento da Ribeira – Barrêdo (algumas recuperações de mau gosto como uma feita há alguns anos que está a meio da rua, quem sobe do lado direito. Quem desenhou ou autorizou assim um projecto devia ter vergonha na cara). Agora é o Porto Vivo que está nas recuperações, mas a procissão ainda vai no adro. Se por um lado a dita recuperação é imperiosa, por outro há sempre uma interrogação que é como fazer voltar gente para esses locais. É complicado, digo eu!...

 

(Na imagem a Rua dos Mercadores, a Santa Catarina dos finais do século XIX, digo eu, não merecia tanta tristeza)
 

 

   Fiquem bem, antonio