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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Sem assunto

Olá! Estou a escrever aqui apenas para dizer que por aqui passei. Na realidade, não tenho assunto. Não é que faltem assuntos, nesta nossa sociedade. Todavia, às vezes também nos falta vontade de escrever. Estou numa dessas crises. Não me apetece fazer nenhuma reflexão profunda neste final de sábado. E, no entanto, não quis deixar de aqui vir cumprimentar os meus colegas e, eventualmente, os meus leitores. Só para dizer que estou vivo e que tenho um grande respeito por todos. Saudações cordiais do Francisco.

Pela ruralidade - XXVII

Helder Pacheco numa das suas crónicas no JN, em 31 de Julho,  sobre o Porto, espelha um ar entristecido, algo das suas vivências se foi. O título da sua amargura é sintomático “Morreu a minha árvore”, referindo-se ao jacarandá que desde a infância se habituou a ver florido no Largo do Viriato. As árvores morrem de pé e esta ainda lá está ao alto confirmando a regra mas sem seiva para lhe dar a vida do florido azul celeste que fazia o encanto desde há muitos anos quando o menino Helder por lá passava pela mão do seu avô!...


Eu também tenho a minha árvore mas ao invés de H. Pacheco estou radiante pois está bem vivinha, foi  plantada por mim há cerca de 25 anos. Enquanto foi jovem tratei-a com o carinho de menino de berço, agora que é bem adulta podo-a anualmente no Inverno e ela recompensa-me com as suas vistosas brácteas. Durante vários meses do ano encanta-me com as suas exuberantes flores roxas – trata-se duma pujante buganvília que embeleza a frontaria da minha casa de família da aldeia que este ano fez cem anos. Ninguém fica indiferente àquele jardim florido e estou mesmo em dizer que os vizinhos ficariam mais pobres sem a referência que também se habituaram a ver.


Como é bom ter uma árvore assim!... E esta é mesmo minha Dr. Helder!...

(Na imagem a buganvília ontem ainda resistia bem florida, num dia sorumbático e gélido no fim de Novembro)
 

 

    Fiquem bem, antonio

Escola em risco - III

O braço de ferro entre ministra da Educação e professores sobre a avaliação destes mexe com a razão de ser de todos – a aprendizagem dos alunos, o que é mau num país já de si muito fragilizado na educação e não bastam as estatísticas do ministério querer tapar o sol com uma peneira dizendo que no último ano houve uma melhoria acentuada. A fasquia é menos exigente e isso não interessa nada para elevar o nível das aptidões.
Andei a vasculhar papelada antiga que tinha aqui amontoada e aparece-me uma folha do “Público” de 18 de Outubro de 1995 com um editorial de José Manuel Fernandes com o título “Espelho meu, diz-me…” que passo a transcrever:
“ATERRADOR. Não há outra forma de definir o relatório que hoje será discutido no Conselho Nacional de Educação.
Aterrador pelo que revela acerca de ignorância profunda, de ausência de aptidões mínimas, de incapacidade de viver numa sociedade moderna. Mas aterrador também pelo que desvela acerca da grande mentira que é o sistema escolar português.
Para passar nos testes que serviram de base ao inquérito sobre literacia não se exigia mais do que saber ler um anúncio de uma câmara, perceber o conteúdo de um artigo num jornal, preencher um talão bancário, fazer o troco numa mercearia ou, complexidade das complexidades, avaliar o peso dos juros num empréstimo bancário. Não havia perguntas de ciência, nem de literatura, nem de gramática.
Os resultados obtidos foram tão maus que teve de ser criado um escalão zero, um escalão de indigência absoluta. Pior: os resultados constituem um violento soco no estômago.
Primeiro, pelo que revelam acerca da inaptidão competitiva de Portugal. Um povo que mal sabe ler um horário dos comboios e falha quando se lhe pede para realizar o mais simples dos cálculos matemáticos não está preparado para os desafios da sociedade moderna. Custa dizê-lo, mas é verdade. Com este tipo de analfabetismo funcional tão profundamente enraizado, como se pode exigir flexibilidade no mundo do trabalho, capacidade para reagir às novas tecnologias, para responder com eficácia aos desafios da modernidade?
É certo que as gerações mais novas não estão tão mal como as gerações mais velhas. É certo que conforme vamos evoluindo dos menos instruídos para os mais instruídos e subindo a escala das classes sociais o panorama deixa de ser tão negro. Mas é fraquíssima consolação, tanto mais que cerca de metade dos licenciados não consegue situar-se no nível mais alto, o 4, um nível de exigências medianas que um razoável aluno do 2º ciclo do básico teria obrigação de alcançar. Pior: quando verificamos que apenas 10 por cento dos empresários e dirigentes alcança o nível 4, interrogamo-nos sobre a capacidade dos que deveriam ser os mais capazes.
O segundo aspecto gerador de profundas preocupações é o que este estudo põe a nu a propósito da falência do nosso sistema de ensino.
É certo que a herança é pesadíssima. A geração dos nossos pais e avós, educada sob o salazarismo, é quase totalmente iliterada, é entre os mais velhos que os resultados são mais aflitivos, sinal evidente de que há mesmo uma “pesada herança de meio século de obscurantismo.
Mas mesmo quando começamos a estudar os números referentes às gerações que já cresceram depois de reforma Veiga Simão, os dados que encontramos estão longe de ser interessantes. São apenas menos maus, o que revela que, se houve ao longo dos últimos 25 anos, uma progressiva generalização do ensino, a sua qualidade situa-se no domínio da indigência.
Repare-se no que se passa no grupo etário dos que têm menos de 25 anos, um grupo que inclui os que terminaram os seus estudos nos últimos dez anos, num período de alargamento da escolaridade obrigatória de seis para nove anos. Nesse grupo, o menos mau a nível de literacia, inserem-se no nível 4 apenas pouco mais de 10 por cento dos interrogados, taxa que contrasta com 62 por cento para o total dos canadianos e 20 por cento para os americanos.
Isto é, as gerações formadas já depois do 25 de Abril estão um pouco melhor, mas ainda estão terrivelmente mal. Em termos comparativos, continuam muito atrás, no que toca à capacidade de ler e calcular, dos outros povos ocidentais, com quem temos de viver, cujos mercados temos de disputar, neste mundo onde todos somos obrigados a competir.
Recentemente, uma amiga professora do secundário dizia-me que na sua escola, “os intelectuais” eram os que liam “A Bola” ou o “Record”, porque os outros nem isso. Agora compreendo melhor o Portugal real a que essa minha amiga se referia. Este relatório é um espelho desse país, e é impossível gostarmos da imagem que nele se reflecte.
Esta imagem, esta “pesada herança”, exige muito mais, para ser combatida, do que uma aposta na educação. Não se deu por isso, ou talvez já tenha sido esquecido, mas nos dez anos de cavaquismo o investimento neste sector aumentou 1 por cento do PIB. Para a próxima legislatura promete-se outro salto igual, outro ponto percentual do PIB. Mas o risco que corremos é de ver esvair-se esse dinheiro, esse esforço de todo o país, como areia por entre os dedos das mãos, se não houver, em simultâneo, uma alteração de atitudes e de cultura.
Nas universidades norte-americanas, os estudantes de origem asiática têm de ser discriminados negativamente, senão tomavam todos os lugares disponíveis. Não obstante, estão largamente sobrerepresentados em todas as instâncias do saber. Isso não sucede porque esses estudantes sejam mais ricos ou frequentem escolas melhores do que os seus colegas de cultura anglo-saxónica ou hispânica; isso sucede porque esses estudantes crescem em ambientes familiares e comunitários que, há mais de dois mil anos, desenvolveram a convicção que saber mais é uma chave da ascensão social e do progresso. Nesses meios os melhores alunos, os mais cultos, têm mais prestígio que os melhores atletas, os mais bonitos ou os mais ricos.
Esta filiação histórica e cultural encontra-se nos antípodas da nossa e não é para ser copiada. Isso não impede que olhemos para essas experiências e percebamos que não devemos ficar apenas à espera que o próximo Governo cumpra a sua “paixão” e que o país, tocado por tal varinha mágica, recupere o seu entranhado atraso. Temos igualmente de olhar para o que se passa nas famílias, para o que se passa nos meios de informação, temos igualmente de continuar a revoltarmo-nos contra os que insistem em “dar ao povo o que povo quer” em nome de audiências e lucros.
É que as responsabilidades sociais por este estado de coisas não se esgotam nem se resolvem no ministério da 5 de Outubro.”

 

   Fiquem bem, antonio

Judite de Sousa entrevista a Ministra da Educação

      Acabei de ver a entrevista que Judite de Sousa fez à Ministra da Educação na RTP. Não gostei. E posso dizer porque não gostei. Em primeiro lugar não gostei de ter ouvido muitas vezes, duas pessoas a falar ao mesmo tempo. Não percebi muita coisa que foi dita, quer da parte da entrevistadora, quer da parte da entrevistada. Em segundo lugar não gostei da forma acelerada como ambas falaram. Só desaceleraram a forma de falar na parte final da entrevista, muito provavelmente devido ao cansaço acumulado. Compreendo que a entrevistadora tivesse vontade de fazer muitas perguntas. Também compreendo que a entrevistada, como política no activo, tenha vontade de não perder o uso da palavra para fazer passar a sua mensagem. No final, os que querem ser esclarecidos é que perdem. E por falar em vontade de fazer muitas perguntas, há pelo menos uma que não foi feita: a questão das quotas, ou seja, aquela questão dos antigos numerus clausus, ou seja, no final, os dois docentes tiveram uma avaliação excelente mas só há lugar para um. Para mim, Judite de Sousa preocupou-se excessivamente com possíveis reacções, avanços e recuos. Tantos casos concretos tinha Judite de Sousa obrigação de apresentar à Ministra da tutela. Podia ter sido melhor. Eu esperava melhor. Quanto à Ministra, senti-a segura. Passado o nervosismo inicial, com vontade de não deixar fazer perguntas, senti que esclareceu o que lhe foi apresentado. Penso que não lhe foi apresentada uma entrevista difícil e complicada. A sua tarefa ficou, assim, facilitada. Saudações docentes do Francisco.

Pelo bom ambiente

Ao domingo ao dar a voltinha dos tristes podemos sair alegres com o destino que escolhemos para ir tomar o café após a almoçarada, melhorada sim senhor, porque é dia de lazer.
Assim fui até Vila Nova de Gaia, Oliveira do Douro, ao Parque da Lavandeira (ver link) que, para quem não conhece, fica no enfiamento da ponte do Infante e também do Freixo para quem vai de carro e mesmo ao lado do campo desportivo e do Salvador Caetano. É um espaço que já conhecia e se da primeira visita fiquei com boa impressão, desta vez reforço-a. O ambiente está ali preservado nos mais variados cambiantes na fauna, flora, tratamento, asseio etc, enfim tudo aquilo que deve ser apanágio dos espaços públicos. Daquilo que conheço nesta área em Vila Nova de Gaia só tenho a dizer bem, pois também conheço em Avintes o Parque biológico que merece do mesmo modo a minha admiração.
Sabemos que o Porto também tem o Parque da Cidade que vai continuar em extensão, segundo a imprensa, e os Jardins do Palácio de Cristal, pronto e acabo esta pequena crónica a dizer bem também do Porto quando me propunha só enaltecer Vila Nova de Gaia e já agora de Gondomar, onde assentei arraiais, nicles.
 

 

    Fiquem bem, antonio

Os pecados da democracia

As pessoas de boa fé não se apercebem à primeira vista das teias partidárias que estão subjacentes a determinados cargos políticos.

Um amigo dizia-me: eh pá nós acertávamos era se nos tínhamos metido num partido político a seguir ao 25 de Abril. Eu como tenho uma reacção retardatária mas com alguma sanidade não atingia aquilo que me era dito. Quando acordei para o sumo do desejo que o meu amigo mantinha fiquei de orelha afilada e olhei em volta, isto é, para a imprensa e fico basbaque com as sapatadas que se vão por aí fabricando nos cargos do poder. Alguns chegam à barra dos tribunais mas tudo se dilui na pretensa legalidade ou na dúvida "pró - réu" e vai em paz!

Certa imprensa bem abre grandes caixas sobre aquilo que alguns fazem debaixo de mão (outros à descarada) e que muitos outros gostariam de fazer, mas depois passados anos tudo espremido e caganifes, ninguém paga as favas, a não ser o zé pagante que à cabeça lhe sacam os impostos.

Agora anda por aí um sururu dos diabos sobre o BPN. Deixem lá, no tempo da ditadura também houve um Alves dos Reis que arquitectou a falsificação de 200 mil notas de 500 escudos, comprou um palácio, três quintas e uma frota de táxis. Foi descoberto quando se preparava para se apropriar do Banco de Portugal. Dos nossos dias ainda está presente o caso D. Branca, que todos sabiam que existia mas teve de ser a comunicação social a levantar a lebre!

A democracia, e segundo alguns ainda não se inventou outro regime melhor, deu cá um jeitaço para alguns sacarem à maneira e depois abrigam-se debaixo do chapéu partidário. O recentemente falecido humorista Badaró bem sabia do que estava a falar " Ó Abreu dá cá o meu".

 

   Fiquem bem, antonio

Escola em risco - II

É sempre interessante ler no JN o que nos diz sobre a escola, no caso vertente, o cronista Manuel António Pina " Por outras palavras" - Qual "pesadelo burocrático"?

Interessante noutro sentido é ver o que diz Rui Pena Pires no seu blogue "Canhoto",  no post "em defesa da escola pública" segundo a revista Sábado, namorado da ministra da Educação "... entre os maiores ataques à escola pública encontram-se quer a actuação política continuada do PCP quer a ideologia do facilitismo promovido por Crato e companhia" (confesso que esta do Crato não atingi)

 

    (antonio)

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