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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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Pela ruralidade - XXV (Falo e adereços)

Quando começamos a ir ao fundo do baú sacar aspectos pontuais da juventude se por um lado a distância nos deixa atónitos por outro um certo rejuvenescimento nos descontrai e acomoda.
Então nos meus verdes anos era eu um puto (o meu amigo Franc. não embarca nesta sonoridade, talvez por o feminino ter uma carga forte) adolescente cheio de bonomia mas que também fazia das minhas. Andava a estudar num Externato em Castelo de Paiva e às vezes deslocava-me para a minha aldeia a pé, eram seguramente duas horas, quando acabava as aulas cedo e a carreira do Escamarão essa era muito tarde. Numa dessas viagens por caminhos travessos, carreiros e algum trajecto na estrada nacional, piso de macadame salazarento, eu e mais dois comparsas tivemos a brincalhona ideia de num sinal vertical na lateral da dita estrada aí desenhar um falo com os respectivos adereços. Coisas de putos (e eu a dar-lhe) sem importância à luz dos dias de hoje mas, na altura quem não ficou pelos ajustes foi o cantoneiro que tinha a seu cargo o cantão da estrada onde a cena se passou. Um tipo de bigodes, farda de cotim com uma bolsa paralelepipédica, creio que era de chapa, presa ao cinto na parte de trás das calças, onde guardava os documentos da profissão e possivelmente ordens de serviço, como na altura era usual. O chapéu de abas à cantoneiro completava o estilo, não sei se estão a ver… Foi-lhe fácil descobrir quem foram os mariolas que fizeram aquela patifaria e então na próxima viagem pedestre fez-nos uma espera e disse-nos das bonitas. Depois de descarregar a sua autoridade perante cordeirinhos indefesos e cúmplices ele próprio tratou de apagar com tinta branca a malandrice e aviso solene: isto nunca mais torna a acontecer!.... Metemos o rabinho entre as pernas, seguimos o caminho interiorizando o sermão, nós até nem éramos meninos sorrelfas apesar deste percalço. Aprendemos a lição e não repetimos a dose.

 

 ( Na imagem o mesmo sinal da tratantada que ainda está no mesmo local a dizer que há curva e contra-curva como se a estrada com dezenas de quilómetros não fosse toda aos sss. No actual código da estrada já não figura este sinal, as tradições pelos meus lados ainda são o que eram!...)
 

 

   Fiquem bem, antonio