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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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Pela ruralidade

Olhamos para trás e um longo caminho de memórias nos assalta a mente. O andar por aqui torna-nos confusos perante a mudança que se observa na actual geração. Sou no entanto levado a admitir que o “status quo” se manteve inalterado ao longo de várias gerações, mas agora tudo acontece com uma rapidez de tal maneira que o que ontem foi uma novidade de invenção, amanhã já não é. Transversal a toda a sociedade, até mesmo o petiz que hoje recebe o brinquedo que admirou, amanhã já não lhe liga patavina a pensar no brinquedo que eventualmente virá!...
Estou a lembrar-me do azeiteiro que percorria as terras das redondezas com a sua mula carregada de cântaros com o precioso líquido para venda! O burro do moleiro, que nunca o foi, mas sim macho, a carrear o milho para o moinho e no regresso a farinha! O guarda-soleiro que andava de terra em terra a compor os guarda-sóis (chuvas) e a meter gatos nos pratos rachados. E que dizer dos periódicos regionalistas que enalteciam a morte dum lobo malvado, que dava cabo dos cordeiros, por destemido lavrador que depois ia de terra em terra com a pele do traste às costas pedir um óbolo pela façanha! Actualmente levaram sumiço os lobos mas apareceram os javalis que destroem as poucas culturas, mas ai de quem lhes faça mal!... As sardinheiras, vindas do Couto de Souselo calcorreavam os caminhos com a canastra à cabeça para ganhar algum pecúlio! E que dizer daquela senhora da minha terra, o marido ainda é vivo com proveta idade, que ia a penantes vender uma giga de maçãs da terra à festa de S. Domingos da Serra na freguesia de Raiva, Castelo de Paiva, que se celebra em Setembro. Eram seguramente mais de 3horas de caminhada para lá chegar!...
Agora as terras, donde vinha toda a riqueza, deixaram de ser trabalhadas e assim o interior está cada vez mais abandonado e o fecho de escolas e centros de saúde também vem contribuir para a desertificação. É o Portugal rural no seu estertor, agora comandado pelas normas da Europa dita civilizada, apanhado na globalização que lhe cerceia a identidade.

 

        Fiquem bem, antonio