Olhar o Porto
Noite gelada e o grupo numeroso, diga-se, estava ali junto à Igreja da Lapa para ouvir e seguir os passos do Dr. Júlio Couto. No outro lado da cidade à mesma hora milhares estavam no gélido estádio do Dragão a ver o F.C.Porto – Guimarães.
Da Lapa pela Rua do Paraíso chegamos ao bairro alto (R. Bonjardim) onde o rei e senhor da zona, Gonçalo Cristóvão se travou em mimos com o Marquês de Pombal que não era pêra doce. Subimos pela Rua das Musas e entramos na Fontinha cujos resquícios da era industrial ainda se notam por ali. Mais abaixo as Carvalheiras que tal como a Fontinha mantém o mesmo visual de há cerca de 35 anos quando ali perto frequentavamos a Escola do Magistério Primário do Porto na Rua da Alegria. Espaços mortos da cidade que se vão mantendo sem uma intervenção adequada.
Sempre com a obra dos Almadas como pano de fundo a caminhada continuou por Sá da Bandeira com as histórias pitorescas do Dr. Júlio Couto, pimentadas com o floreado que só ele sabe dar para bem dispor os acompanhantes. Homem que conhece a cidade ao milimetro com a vantagem de ter o conhecimento e de ter nascido no coração da urbe. Entramos na Rua de Santa Catarina que podemos dizer é onde agora o Porto mais ferve, sempre a referir-nos ora aquela placa num prédio onde casou Camilo, outra onde nasceu Arnaldo Gama ou a chamar a atenção para a estatueta de Santa Catarina no gaveto com R. de Passos Manuel e mais à frente junto à Batalha no frontal da livraria Latina o busto de Camões.
A noite estava fria mas aquecemos os nossos conhecimentos sobre a cidade do Porto.
Saudações, antonio