Dia da Escola Primária
Acabei de inventar esta efeméride. Não está instituída, não senhor. Ainda não, digo eu, porque tudo farei para que este meu sonho se torne realidade: o de o de tornar esta data no DIA DA ESCOLA PRIMÁRIA.
Entre os que me estão a ler, dois grupos distintos se estarão a formar: o grupo dos que, como eu, guardam na memória o dia 7 de Outubro como o do início da sua escolaridade e o grupo dos outros que, tendo começado já em Setembro, nada lhes diz esta data. Se para o primeiro grupo esta data reunirá, certamente, o consenso de ser eleita o DIA DA ESCOLA PRIMÁRIA, já para o segundo grupo, o próprio nome a atribuir não seria esse nem a data se relaciona minimamente.
Até aqui, estava a pensar na óptica do aluno de 6 anos de idade que ia de bata branca para a escola em cada 7 de Outubro e cujas angústias iam da lousa que se podia partir, ao borrão que a tinta do aparo fazia, passando pela pena que também se podia partir.
Entretanto, esse aluno cresceu e fez-se professor, tendo concluído com aproveitamento o Curso da Escola do Magistério Primário do Porto. Só havia dois cursos específicos de professores: este e o de educação física. Já sabemos que muitos doutores e engenheiros eram professores mas, cursos específicos, só estes dois. Prestou juramento solene na Direcção do Distrito Escolar do Porto, à Avenida da Boavista, do tipo daqueles que ainda hoje prestam os Ministros e o Presidente da República quando tomam posse. Concorri e fui colocado numa escola masculina, já que, em 1971, os homens só podiam concorrer para essas e tinham preferência sobre as suas colegas mulheres, nessas escolas e apenas nessas.
Dizer, portanto, que fui colocado na escola do Bairro do Viso e que comecei a trabalhar no dia 7 de Outubro de 1971 não é nenhuma anormalidade nem constitui, em si, qualquer evento digno de destaque. A particularidade está no facto de ter tido como sala de aula um eléctrico. Isso mesmo. Aquele carro eléctrico amarelo que agora ressuscitou na baixa do Porto. Mas...???!!! E como é que...???!!! Tens a certeza Francisco? Não estás a brincar connosco? Minhas cara e meus caros: é como vos digo. Exactamente assim.
E sabem a sorte que eu tenho?
É que ainda é viva e está muito fresca e muito lúcida, com uma jovialidade e uma capacidade notáveis, minha vizinha, minha cliente e minha amiga, a nossa colega que foi a minha primeira directora nessa tal escola do Bairro do Viso onde me iniciei. E já estão a imaginar o que lhe pedi: isso mesmo.
Assim, peço-vos que aguardem mais um pouco pois prometo trazer-vos curiosidades.
Saudações bloguistas do Francisco.