Olhar o Porto
Red Bull Race estava por aí na cidade e rapidamente interiorizado por toda a gente. Não sendo muito influenciado pela propaganda publicitária, ou penso que não sou, mas ao fim e ao cabo todos embarcamos pelas cargas repetitivas que estão sempre a indicar-nos o caminho.
Este espectáculo do Red bull no meu ponto de vista não fugiu à regra – em que a forte publicidade ajudou e muito.
Hélas! A coisa prometia, era original com passagem a altas velocidades sob a ponte de baixo, nome com que é conhecido aqui no Porto o tabuleiro inferior da Ponte Luís I. Eu próprio fiquei à cuca mas as expectativas criadas foram-se esfumando. O que interessou foi a publicidade inicial da passagem acrobática na ponte e os 600.000 observadores anunciados! Não me digam que à partida não foi feito um estudo sobre o perigo de tal aventura! São a meu ver as tais mentiras que bem emolduradas em cartaz publicitário dão bons resultados aos organizadores de tais eventos. E agora estou a lembrar-me duma peta nos primeiros dias de Janeiro de 1962 em que a cidade foi assolada por uma grande cheia no Rio Douro. Então correu de boca em boca que as autoridades estavam prontas para cortar a ponte de baixo para evitar males maiores. Os mais maduros devem-se lembrar disso, hoje considera-se uma pura anedota, como se a ponte se cortasse como um queijo, mas na altura quereria dizer certamente que as autoridades estavam nos seus postos e assim abafar a incompetência das mesmas porque não souberam prevenir com antecedência a cheia – dezenas de barcaças e navios foram pelo rio abaixo.
Mas voltando ao assunto principal deste post, voltem para o ano, os aviões, os autarcas anfitriões das cidades Porto e Gaia ficaram satisfeitos e o povo onde me incluo gosta de espectáculo radical, e à borla!...
Fiquem bem, antonio